quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

UM FELIZ 2009

É intrigante como um grande número de pessoas procuram em práticas exteriores os segredos para a melhoria de sua vida.
E com o iniciar de mais um ano, a procura pela poção mágica que trará a melhoria se torna ainda maior.
São simpatias, previsão do futuro, consultas a cartomante, leitura de horóscopo...
Idéias que teimam em permanecer guiando nossa vida. Estão tão cristalizadas que poucos são aqueles que podem afirmar não ter nenhuma superstição.
- Vamos passar a virada de ano vestindo branco, dizem que traz paz.
- Procura um amor? Venha cá, nós abrimos seu caminho sentimental. Diz cartaz exposto em movimentada avenida.
Será que simpatias, previsões, superstições, podem realmente mudar o rumo de nossa vida? O que você acha, caro leitor?
Será que vestir roupa branca nos trará paz?
Essas crenças remontam há séculos, trazemos ao longo dos anos a cultura de acreditar que rituais nos trarão sorte. Nos anos 80, morava no Maranhão, naquela época a tecnologia engatinhava, tudo tinha de ser feito através de carta. Certa vez, minha mãe recebeu uma carta de uma corrente chamada de: Corrente da Prosperidade, entre outras coisas, dizia que teria de ser repassada 20 cópias da carta em um prazo de 10 dias. A corrente abordava duas faces: Se cumprida, traria sucesso, dinheiro, prosperidade...Porém, se quebrada a corrente, desgraças aconteceriam na família; mortes, perda de emprego, enfermidades... Minha mãe apavorou-se e cumpriu o que dizia a tal corrente. Caro leitor, posso lhe afirmar que não ficamos um centavo mais ricos ou pobres, tampouco enfermidades abateram minha família, nossa vida continuou do jeito que estava antes da chegada da tal Corrente da Prosperidade. Agora, contudo, a praticidade da tecnologia nos traz as supersticiosas correntes eletronicamente, para quem se norteia pela superstição, pelo menos ficou mais rápido e menos trabalhoso retransmiti-las.
Jesus, sempre ele, esgota o assunto crendices, superstições, simpatias, ao afirmar: “A cada um segundo suas obras”. Esta frase coloca-nos como arquitetos de nosso sucesso, de nossa transformação, de nossas mudanças, apenas nós mesmos temos o poder de modificar os rumos que seguem nossa existência. Se quero paz, devo agir pacificamente. Se quero saber, devo estudar. Se quero vencer, devo buscar. Nada de crendices, de exterioridades, de excentricidades que só nos fazem perder tempo. Aliás, é sempre saudável salientar que Jesus extrapola os limites da religião, suas frases, seus ensinamentos, vêm com o caráter da universalidade, instruindo toda a humanidade e não apenas determinadas pessoas ou religiões.
Por isso, amigo leitor, um 2009 de realizações que necessitam sobretudo de nossa atitude para que alcancemos a tão almejada melhoria e felicidade.
Pensemos nisso.
Artigo retirado do site www.ger.org.br

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

CARTA DE ANO NOVO

Ano Novo é também a renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.
O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.
Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.
Se tens algum inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.
Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.
Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.
Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.
Novo Ano! Novo Dia!
Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.
Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.
Não maldigas, nem condenes.
Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.
Não te desanimes, nem te desconsoles.
Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.
Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora:
Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.
EMMANUEL
Livro: Vida e caminho –
Psicografia: Francisco C.Xavier – Espíritos Diversos

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A VERDADEIRA PROPAGANDA

Pensem como quiserem os que entendem dever fazer a propaganda espírita por todos os modos, mesmo nas praças, sujeitando a divina Doutrina à galhofa do público, mesmo nos teatros, em meio do ridículo dos espectadores, e até nos alcouces, por entre os esgares desprezíveis de seres infelizes, seus freqüentadores.
Nem Jesus, o santíssimo modelo, nem os apóstolos, seus autorizados imitadores expuseram jamais à galhofa, ao ridículo e aos esgares da corrupção os ensaios de salvação.
Quer um, quer outros levaram a palavra da Verdade a todos os meios, é certo, porque o doente é que precisa do médico; porém, fizeram-no sempre guardando a compostura, severamente moralizadora, de ministros da mais pura, santa e veneranda Doutrina: ergueram a luz à altura de ser vista por toda a Humanidade, mas não a levaram aos antros.
Do que serve pregar o Espiritismo que é o Evangelho segundo o espírito e a verdade, dando àqueles que o pregam o exemplo do seu desrespeito pelo, modo irreverente de pregá-lo?
Sancta sancte tractanda sunt: as coisas sagradas devem ser com todo o respeito tratadas.
Por este modo, um que seja, que se colha para redil bendito, vem convencido da santidade da Doutrina, pelo acatamento com que a vê exposta, e será um convencido digno e dignificador da Santa Lei.
Pelo contrario, os que são trazidos como em folia, por milhares que sejam, virão crentes, pelo modo por que viram obrar os propagandistas, de que o Espiritismo é meio de distração, senão de brincadeira, e esses milhares nem aproveitara para si, nem concorrem de leve para o triunfo da boa Lei.
Propagar o Espiritismo por toda a parte, sim; mas propagá-lo com o respeito e o acatamento que requer o ensino da Divina Revelação.
BEZERRA DE MENEZES
(Esta página foi escrita em 1896, quando Bezerra ainda estava encarnado e, publicada na revista “Reformador”)

sábado, 27 de dezembro de 2008

CARTA DE ANO BOM

Entre um ano que se vai
E outro que se inicia,
Há sempre nova esperança,
Promessas de Novo Dia...

Considera, meu amigo,
Nesse pequeno intervalo,
Todo o tempo que perdeste
Sem saber aproveitá-lo.

Se o ano que se passou
Foi de amargura sombria,
Nosso Pai Nunca está pobre
Do pão de luz da alegria.

Pensa que o céu não esquece
A mais ínfima criatura,
E espera resignado
O teu quinhão de ventura.

Considera, sobretudo
Que precisas, doravante,
Encher de luz todo o tempo
Da bênção de cada instante.

Sê na oficina do mundo
O mais perfeito aprendiz,
Pois somente no trabalho
Teu ano será feliz.

Não esperes recompensas
Dos bens da vida terrestre,
Mas, volve toda a esperança
A paz do Divino Mestre.

Nas lutas, nunca te esqueça
Deste conceito profundo:
O reino da luz de Cristo
Não reside neste mundo.

Não olhes faltas alheias,
Não julgues o teu irmão,
Vive apenas no trabalho
De tua renovação.

Quem se esforça de verdade
Sabe a prática do bem,
Conhece os próprios deveres
Sem censurar a ninguém.

Ano Novo!... Pede ao Céu
Que te proteja o trabalho,
Que te conceda na fé
O mais sublime agasalho.

Ano Bom!... Deus te abençoe
No esforço que te conduz
Das sombras tristes da Terra
Para as bênçãos de Jesus.

Pelo Espírito Casimiro Cunha - Psicografia de Chico Xavier

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

SEM DESÂNIMO

Se você deixou de trabalhar, entrando em desânimo, examine o tráfego numa rua simples.
Ônibus, automóveis, caminhões, ambulâncias e viaturas diversas passam em graus de velocidade diferente, cumprindo as tarefas que lhes foram assinaladas.
Nenhum veículo segue sem objetivo e sem direção.
Observe, porém, o carro parado, fora da pista.
Além de constituir uma tentação para malfeitores e um perigo no trânsito, é também um peso morto na economia geral, porquanto foge do bem que lhe cabe fazer.
Entretanto, se o dono resolve recuperá-lo, aparecem, de pronto, motoristas abnegados, que se empenham a socorrê-lo.
Considera a lição e não gaste o seu tempo, acalentando enguiços na própria alma, que farão de você um trambolho para os corações queridos que lhe partilham a marcha.
Qual acontece ao veículo mais singelo, você pode perfeitamente auxiliar nos caminhos da vida, arrancar um companheiro dessa ou daquela dificuldade, carregar um doente, transportar uma carta confortadora, entregar um remédio ou distribuir alimento.
Se você quiser, realmente, largar o cantinho da inércia, rogue amparo aos Espíritos Benevolentes e Sábios que funcionam, caridosamente, na condição de mecânicos da Providência Divina, e eles colaborarão com você, mas para que isso aconteça, é preciso, antes de tudo, que você pense em servir, dispondo-se a começar.
ANDRÉ LUIZ(Do livro "Paz e Renovação" - FCX)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


Feliz Natal

Que este Natal seja o início de novos tempos onde se cultive, bons sentimentos e se tenha uma colheita farta de amor, fraternidade, união e muita paz.

Que o amor de Cristo ilumine sua vida e dos seus familiares, trazendo-lhes felicidade e prosperidade no ano vindouro.

Que nosso senhor te abençoe.

O DIVINO SERVIDOR

Quando Jesus nasceu, uma estrela mais brilhante que as outras luzia, a pleno céu, indicando a manjedoura.
A princípio, pouca gente lhe conhecia a missão sublime.
Em verdade, porém, assumindo a forma duma criança, vinha Ele, da parte de Deus, nosso Pai Celestial, a fim de santificar os homens e iluminar os caminhos do mundo.
O Supremo Senhor que no-lo enviou é o Dono de Todas as Coisas. Milhões de mundos estão governados por suas mãos. Seu poder tudo abrange, desde o Sol distante até o verme que se arrasta sob nossos pés; e Jesus, emissário d'Ele na Terra, modificou o mundo inteiro. Ensinando e amando, aproximou as criaturas entre si, espalhou as sementes da compaixão fraternal, dando ensejo à fundação de hospitais e escolas, templos e instituições, consagrados à elevação da Humanidade. Influenciou, com seus exemplos e lições, nos grandes impérios, obrigando príncipes e administradores, egoístas e maus, a modificarem programas de governo. Depois de sua vinda, as prisões infernais, a escravidão do homem pelo homem, a sentença de morte indiscriminada a quantos não pensassem de acordo com os mais poderosos, deram lugar à bondade salvadora, ao respeito pela dignidade humana e pela redenção da vida, pouco a pouco.
Além dessas gigantescas obras, nos domínios da experiência material, Jesus, convertendo-se em Mestre Divino das almas, fêz ainda muito mais.
Provou ao homem a possibilidade de construir o Reino da Paz, dentro do próprio coração, abrindo a estrada celeste à felicidade de cada um de nós.
Entretanto, o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
Viveu num lar humilde e pobre, tanto quanto ocorre a milhões de meninos, mas não passou a infância despreocupadamente. Possuiu companheiros carinhosos e brincou junto deles. No entanto, era visto diàriamente a trabalhar numa carpintaria modesta. Vivia com disciplina. Tinha deveres para com o serrote, o martelo e os livros. Por representar o Supremo Poder, na Terra, não se movia à vontade, sem ocupações definidas. Nunca se sentiu superior aos pequenos que o cercavam e jamais se dedicou à humilhação dos semelhantes.
Eis porque o jovem mantido à solta, sem obrigações de servir, atender e respeitar, permanece em grande perigo.
Filho de pais ricos ou pobres, o menino desocupado é invariàvelmente um vagabundo. E o vagabundo aspira ao título de malfeitor, em todas as circunstâncias. Ainda que não possua orientadores esclarecidos no ambiente em que respira, o jovem deve procurar o trabalho edificante, em que possa ser útil ao bem geral, pois se o próprio Jesus, que não precisava de qualquer amparo humano, exemplificou o serviço ao próximo, desde os anos mais tenros, que não devemos fazer a fim de aproveitar o tempo que nos é concedido na Terra?
NEIO LÚCIO

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

TEMPO DE NATAL

NA Terra, em conflito e prova,
Natal expressa, no fundo,
O convite à vida nova
Que o Cristo lançou no mundo.
Álvaro Martins

Jesus, nascendo entre os homens,
Deixou claro, sem ruído,
Que o Reino de Deus não surge...
Ele é sempre construído.
Arthur Candal

Todos temos ao dispor
Esta lição de Jesus:
Depois do Natal de amor
A prova de fé na cruz.
Lopez Filho

Veio Jesus, sem disfarce,
Dizer com sabedoria
Que a fé precisa expressar-se
Nas lutas de cada dia.
Anísio de Abreu

Natal!... Auxilia alguém,
Recorda o Cristo, em caminho...
Era ele o Supremo bem,
Mas não quis viver sozinho.
Lucídio Freitas

Se alguém te despreza a fé,
Não te agastes... Pensa nisto:
O que seria do mundo
Sem a presença do Cristo?
Sabino Batista

Todo Natal que já vi
É o Céu exclamando, em festa,
Que a vida só vale, em si,
Pelo serviço que presta.
Américo Falcão

Natal!... Quem louva Jesus,
Com júbilos imortais,
Suprime, esquece ou reduz
A morte dos animais.
Mílton da Cruz

Natal!... Jesus mostra a face!...
Canta o mundo de alegria...
Natal!... Se o peru falasse
Não se sabe o que diria.
Cornélio Pires

Na Terra, seja onde for,
Natal, segundo hoje sei,
Mostra que Deus tem amor
A força viva da Lei.
Oscar Batista

A Terra, pelo que assisto,
Cortejando os bons e os maus,
Caminha buscando o Cristo
Ou desce às trevas do caos.
Fócion Caldas

O Céu decreta que seja
Sempre Natal onde houver
Um sorriso de criança
Num coração de mulher.
Vivita Cartier

Natal!... Na festa de luz,
Simplesmente reconheço
Que a mensagem de Jesus
Procura meu endereço.
Moisés Eulálio

Jesus, servindo sem guerra,
Demonstrou, sem nada impor,
Que o reino da paz, na Terra,
Tão-só precisa de amor.
Auta de Souza


LiVro Os Dois Maiores Amores - Psicografia Chico Xavier - Autores Diversos

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

QUEM É JESUS PARA VOCÊ?

Jesus vem recebendo, ao longo da história, incontáveis nomes dos que o têm como modelo moral e espiritual. A partir daqueles que com ele viveram e dos que mais de perto receberam seus ensinamentos até os dias de hoje, tem-se buscado defini-lo com expressões ou cognomes que realce a sua grandeza como fiel mensageiro de Deus. Acima das definições que possamos dar-lhe, o mais importante é como o sentimos.
O apóstolo Pedro, inspirado, definiu a natureza de Jesus, revelando que ela era “o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 13, 16-17). Portanto, humano. Não obstante as informações constantes dos Sinóticos e do evangelho de João, ainda existem os que insistem em afirmar que Jesus é Deus. O próprio Mestre foi categórico e claro quanto à sua natureza. Abordado pelo moço rico que o chamou de “Bom”, retrucou: “Por que me chamas de bom? Ninguém é bom senão só Deus” (Mc 10,17-18), dirimindo, assim, qualquer dúvida quanto a Jesus e Deus serem identidades distintas. Nós, os espíritas, sabendo que Jesus não é Deus, mesmo assim temos dificuldade em compreendê-lo na sua plenitude e de assimilar os seus ensinamentos. Isto por ser Jesus um Espírito sublimado, cujo significado cósmico está acima da nossa mortal capacidade para apreender as coisas transcendentais. E por sermos incapazes de limitá-lo com um mero nome ou expressão definidora, é que o Senhor da Vinha vem recebendo através dos séculos incontáveis cognomes, refletindo tal procedimento a nossa ansiedade de melhor conhecer aquele que foi “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”. (LE, 625).
Caracteriza nosso estágio evolutivo essa impossibilidade de conceber e expressar as grandezas divinas. Santo Agostinho dizia saber quem era Deus, mas se lhe perguntassem quem era, ele não sabia responder. O que Santo Agostinho pretendia esclarecer é que não encontrava recurso vocabular e raciocínio à altura para definir o Criador, já que definir é limitar. E como limitar o infinito? O mesmo acontece conosco em relação a Jesus. Como titulá-lo, defini-lo, chamá-lo, pois se não foi um homem comum? A propósito, Joanna de Ângelis assegura que “Jesus é o mais notável Ser da Humanidade. A sua vida e a Sua Obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização através dos tempos.” E mais à frente o chama de Amigo Inconfundível e Terapeuta Excelente. [1]
Busquemos agora nos seus contemporâneos, naqueles que o amaram de perto, que tiveram a felicidade de seguir os passos do Cristo durante sua estadia na Terra e após sua volta à verdadeira vida, saber o que pensavam, sentiam e o como o descreveram.
MATEUS.
O autor do primeiro evangelho registra que Jesus foi chamado de Rei por oito vezes (2: 2; 21: 5; 25: 34 e 40; 27:11, 29, 37 e 42). Também reconhecido por onze vezes como Filho de Davi (1:1; 9:27...).
MARCOS.
Primo de Barnabé e companheiro de Simão Pedro, do qual ouvia as memórias evangélicas, diz que Jesus é aquele que “faz maravilhas” (6:2).
LUCAS.
O médico heleno, convertido por Paulo, acreditava que Jesus era o Filho do Homem e o Salvador dos perdidos (19:10). Timóteo, “filho amado” de Paulo, denominou o Mestre de Juiz que julga os vivos e os mortos (2Tm 4:1), e Paulo, o apóstolo dos gentios, que Jesus era o Pacificador (Rm 5:1) e o Libertador (Gl 5:1).
JOÃO.
O apóstolo de Patmos foi quem mais epitetou Jesus, deixando clara a visão que dele tinha como ser histórico e cósmico. Sobre ele vamos dar a palavra à professora Marislei: “João, também chamado ‘o discípulo amado’, que repousou sobre o peito do mestre, ‘filho do trovão’ devido o seu temperamento impulsivo, dando ocasião a que Jesus o censurasse uma vez por ter proibido certo indivíduo de operar milagres, outra vez por ter desejado que viesse do céu castigo sobre os inóspitos samaritanos e mais tarde ‘o presbítero’, isto é, o velho (...) Esteve presente no calvário quando o Mestre entregou sua mãe aos seus cuidados (...) Fundou inúmeras igrejas em Éfeso (...) durante a perseguição de Domeciano foi desterrado para a ilha de Patmos...”.[2] Lá viveu seus últimos anos de vida. João descreve Jesus de formas variadas. Citamos algumas: o Filho de Deus (1:14), o Mestre Divino (3: 2), o Grande Médico (5:1-9), Água da Vida (7: 37-38), a Luz do Mundo (9: 5), Rei (12:12), Mestre e Senhor (13:13)... Paramos aqui em respeito ao espaço que nos é concedido, convidando o leitor para a busca de mais títulos nos evangelhos.
ESPIRITISMO.
Para o Espírito de Verdade Jesus é o Guia e Modelo do Homem (LE, 625) - conforme já dissemos antes - e para Allan Kardec foi Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus (GE, XV, item 2).
O Espírito André Luiz considera Jesus o Doutrinador Divino (Os Mensageiros, cap. 27) e Médico Divino (Missionários da Luz, cap. 18). Por sua vez, Emmanuel o denomina de Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino (O Consolador, 283 e 327), e Ramatis o chama de Sublime Peregrino em obra do mesmo nome.
E para você, caro leitor, quem é Jesus? Qual o seu conceito sobre ele? Como o sente?
Sem dúvida, os nomes nos ajudam. Temos necessidade deles como referências, são apoios psicológicos para a elaboração dos nossos pensamentos, mas não terão valor para nos aproximar do Bom Amigo. O que vai pesar mesmo para chegarmos mais perto do Cristo será a vivência dos seus ensinamentos, fundamentada na regra áurea que nos legou: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas.” (Mt 7,12).
Terminemos com um trecho da “Epístola a Jesus”, escrita pelo “Apóstolo de Matão”, falando da atemporalidade da palavra do Rabi da Galiléia: - “Tudo tem passado nestes dois mil anos, na Terra quanto no Céu – mas a tua Palavra brilha como um Sol sem ocaso, guiando as ovelhas tresmalhadas, os cordeiros perdidos do Rebanho de Israel à porta do aprisco, para restituí-los ao Bom Pastor”.[3]
Seja qual for o nome que te dermos Jesus, nossa esperança é que renasças em nossos corações todos os dias e não somente no Natal.
[1] FRANCO, Divaldo Pereira. Jesus e o evangelho: à luz da psicologia profunda. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL, Salvador – BA, p. 9.[2] BRASILEIRO, Marislei de Souza Espíndula. Apresentação dos Evangelhos in “O Livro dos Evangelhos”. BRASILEIRO, Emídio Silva Falcão. Lúmen, São Paulo – SP, 2000, p. 23.
[3] SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e ensinos de Jesus. 13. ed. O Clarim, São Paulo – Matão, 1993, p. s/n.

domingo, 21 de dezembro de 2008

JESUS PARA O HOMEM

«E achado em forma como homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.»- PAULO (Filipenses, 2:8).

O Mestre desceu para servir, Do esplendor à escuridão ...
Da alvorada eterna à noite plena ...
Das estrelas à manjedoura ...
Do infinito à limitação .
Da glória à carpintaria .
Da grandeza à abnegação .
Da divindade dos anjos à miséria dos homens ..
Da companhia de gênios sublimes à convivência dos pecadores ...
De governador do mundo a servo de todos ...
De credor magnânimo a escravo ...
De benfeitor a perseguido .
De salvador a desamparado .
De emissário do amor à vítima do ódio ...
De redentor dos séculos a prisioneiro das sombras ...
De celeste pastor à ovelha óprimida .
De poderoso trono à cruz do martírio .
Do verbo santificante ao angustiado silêncio .
De advogado das criaturas a réu sem defesa .
Dos braços dos amigos ao contaeto de ladrões .
De doador da vida etema a sentenciado no vale da morte ...
Humilhou-se e apagou-se para que o homem se eleve e brilhe para sempre!
Oh! Senhor, que não fizeste por nós, a fim de aprendermos o caminho da Gloriosa Ressurreição no Reino?
...
Emmanuel

sábado, 20 de dezembro de 2008

PERMANENTE NATAL



Toda a urdidura das paixões humanas e dos interesses imediatistas, através dos quase dois milênios, não conseguiu ensombrar-Lhe o majestoso berço de luz. Os conflitos engendrados pelas opiniões precipitadas e maquinações escolásticas não lograram diminuir a excelsa pureza da Sua vida.
O vigor e a força da Sua palavra, apoiados na mansuetude e na pacificação, têm vencido os séculos que se ensanguentam e enlutam, sem tornar-se, embora os dominadores transitórios do mundo, mensagem de força.
Tudo quanto a Ele se refere é pulcro e poético, não obstante portando energia vitalizadora com que Sua voz supera o clamor das multidões desvairadas, no suceder dos tempos.
Elegendo a pobreza e a humildade, Ele engalanou a história com os mais expressivos tesouros de dignificação humana e engrandecimento moral, oferecendo as mais importantes páginas do heroísmo e da santificação na Terra.
O poema que cantou, musicado pelo amor, à medida que se sucederam os evos mais ecoa na acústica das almas, arrebatando os homens e levando-os a uma união sinfônica de todas as aspirações e ansiedades numa só emoção: a da harmonia perfeita!
Insuperável, Jesus prossegue o triunfador diferente nas canchas e arenas do mundo. Crisna, Buda, Confúcio, Hermes, Sócrates e Platão, precursores da Sua mensagem, preparam a gleba do pensamento para que Ele ensementasse a palavra de vida libertadora.
Zoroastro ontem e Bahá Ulláh hoje, Francisco de Assis e Allan Kardec. Seus embaixadores, destacando-se da multidão dos construtores da fé, no mundo, se encarregaram de mantê-Lo insculpido no metal nobre dos sentimentos humanos. Os guerreiros passaram pela Terra, temidos e odiados...
Os construtores de povos transitaram na História, arbitrários, entre lauréis e pavores... Os governantes violentos brilharam por um pouco nos cenários do mundo e se apagaram no silêncio do túmulo...
Ele, todavia, herói particular e guerreiro do amor, elaborou um código sublime com o qual vem erguendo a Humanidade, afável e sobrevivente aos destroços dos tempos de todos os tempos...
Jesus é o protótipo da perfeição, que constitui "Modelo e Guia" para a criatura humana na sua áspera marcha ascencional. Sobrepairando todas as conjunturas, prossegue o condutor nosso e alvo para todos nós, que Lhe buscamos seguir as pegadas.
Seu Natal, em um momento da Humanidade, extrapola do calendário e torna-se o instante em que cada alma Lhe dá guarida na manjedoura do mundo íntimo, facultando Seu nascimento e vida, a partir de então.
Apesar desse permanente Natal, aquele marco poderoso da Sua chegada, que dividiu e sulcou profundamente a historiografia da vida terrestre, continua sendo a claridade inapagável de um berço tosco que se fez via-láctea iridescente, incrustada no velário da noite moral, social e humana, em que a Divindade reafirmou, num ato de amor, o Seu amor pelas criaturas, enviando às sombras dominadoras do planeta terrestre o Filho Amado, para uma perfeita identificação entre a criatura e o Seu Criador, para todo sempre.


OFERENDA - JOANNA DE ÂNGELIS

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O ADVOGADO DA CRUZ


No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte.
As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos.
Arrastavam-se os delinquentes nos cárceres sem esperança.
As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos.
Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele.
Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.
Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem.
Deu vista ao cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.
Ele, que ensinara a Justiça, não se justiçou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.
Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. Ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava com o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que sômente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.
Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? O Advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".

Emmanuel

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

MENSAGEM DO NATAL

"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens." (LUCAS. 2 :14).

O cântico das legiões angélicas, na Noite Diivina, expressa o programa do Pai acerca do aposstolado que se reservaria ao Mestre nascente.
O louvor celeste sintetiza, em três enunciados pequeninos, a plataforma do Cristianismo inteiro.Glória a Deus nas Alturas, significando o imperativo de nossa consagração ao Senhor Supremo, de todo o coração e de toda a alma.
Paz na Terra, traduzindo a fraternidade que nos compete incentivar, no plano de cada dia, com todas as criaturas.
Boa Vontade para com os homens, definindo as nossas obrigações de serviço espontâneo, uns à frente dos outros, no grande roteiro da Humanidade.
O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da Solidariedade e do Trabalho.
Dantes, os que se anunciavam, em nome de Deus, exibiam a púrpura dos triunfadores sobre o acervo de cadáveres e despojos dos vencidos.
Com o Enviado Celeste, que surge na Manjedoura, temos o Divino Vencedor arrebanhando os fracos e os sofredores, os pobres e os humildes para a revelação do Bem Universal.
Dantes, exércitos e armadilhas, flagelos e punhais, chuvas de lodo e lama para a conquista sanguinolenta.
Agora, porém, é um Coração armado de Amor, aberto à compreensão de todas as dores, ao encontro das almas.
Não amaldiçoa. Não condena. Não fere.
Fortalece as boas obras. Ensina e passa. Auxilia e segue adiante.Consola os aflitos, sem esquecer-se de consagrar o júbilo esponsalício de Caná.
Reconforta-se com os discípulos no jardim doméstico; todavia, não desampara a multidão na praça pública.
Exalta as virtudes femininas no Lar de Pedro; contudo, não menospreza a Madalena transviada .
Partilha o pão singelo dos pescadores, mas não menoscaba o banquete dos publicanos.
Cura Bartimeu, o cego esquecido; entretanto, não olvida Zaqueu, o rico enganado.
Estima a nobreza dos amigos; contudo, não desdenha a cruz entre os ladrões.
O Cristo na Manjedoura representava o Pai na Terra.
O cristão no mundo é o Cristo dentro da vida .
Natal! Glória a Deus! Paz na Terra! Boa Vontade para com os Homens!
Se já podes ouvir a mensagem da Noite Inesquecível, recorda que a Boa Vontade para com todas as criaturas é o nosso dever de sempre.
EMMANUEL

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ALGO MAIS NO NATAL

Senhor Jesus !
Diante do Natal, que te
lembra a glória
na manjedoura,
nós te agradecemos:
a música da oração;
o regozijo da fé;
a mensagem de amor;
a alegria do lar;
o apelo à fraternidade;
o júbilo da esperança;
a bênção do trabalho;
a confiança no bem;
o tesouro de tua paz;
a palavra da Boa Nova,
e a confiança no futuro!
Entretanto, ó
Divino Mestre!
de corações voltados
para o teu coração,
nós te suplicamos
algo mais!...
Concede-nos, Senhor,
o dom inefável
da humildade para que
tenhamos a precisa
coragem de
seguir-te os exemplos !
...
Emmanuel

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SERVIR COM JESUS

Bezerra

Imaginemos larga região de trevas em que se arrojaram irmãos nossos imprevidentes e sofredores.
Nessa estranha paisagem repontam espinheiros agressivos e furnas inquietantes, nos quais companheiros nossos jazem agoniados, a esmorecerem de desalento e de fome.
Nada além da sombra, que lhes impede a tranqüilidade e cerceia a visão...
Mentalizemos alguém que possui humilde lanterna, capaz de fazer luz, a descer do próprio conforto para ajudar...
Aqui levanta os caídos, além soergue os que chafurdam em desespero...
Agora, mitiga a sede dos que perderam toda a esperança, depois improvisa remédio e pão, assistência e alegria aos que gemem, angustiados, sob as garras da prova...
Semelhante paisagem, meus filhos, é, sem dúvida, o retrato dos padecimentos humanos e esse alguém providencial, com bastante amor para esquecer-se e alumiar os que choram ensandecidos pela névoa da ignorância ou da enfermidade, da expiação e da dor, será sempre aquele coração que use dinheiro e consolo, possibilidade e cultura no auxilio ao próximo tombado em necessidade.
Lembremo-nos disso e consoante as nossas obrigações, diante da caridade com o Cristo, acendamos a nossa lanterna, qualquer que seja o tamanho e façamos luz.

Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Livro Calendário Espírita - Psicografia Chico Xavier - Autores Diversos

Agradeça a Deus a bênção da vida. Pela manhã. Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retomar as próprias atividades.

Sinal Verde. André Luiz

Não te enganes com o esmero de superfície. Que dizer do motorista que primasse por exibir um carro admirável na apresentação, sentando-se alcoolizado ao volante?

Livro da Esperança. Emmanuel

Nosso primeiro impulso é o de reclamar naquilo que supomos nosso direito; contudo, buscando a palavra do Evangelho, surpreendemos a inesquecível advertência do Senhor:
-...”Que te importa a ti? Segue-me tu”.

Palavras da Vida Eterna. Emmanuel

E, sejam quais forem teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

Ideal Espírita. Emmanuel

Começa a luta de cada dia, com o deslumbramento de quem observa a beleza terrestre pela primeira vez e guarda a paz da noite como quem se despede do mundo para transferir-se de residência.
Palavras de Vida Eterna. Emmanuel

Coração nobre e prudente,
Servindo, se vê feliz,
Nunca diz tudo o que sente,
Mas pensa tudo o que diz.

Trovas do Mais Além. Antonio Chaves

Enaltecer e louvar
São quais remédios terrenos
Que não se deve aplicar
Nunca demais, nem de menos.

Orvalho de Luz. Lopes Filho

Preceito exato da vida
A que não foge ninguém:
Cada um vê bem ou mal,
Conforme os olhos que tem.

Orvalho de Luz. Ormando Candelária

Cada manhã na Terra é uma página em branco de que dispõe no livro da vida, para fazer os melhores exercícios e testemunhos de elevação e bondade.

Passos da Vida. Emmanuel

Faze o que deves fazer,
O tempo é vida, porém
Lembra o sol que ajuda a todos,
Mas não adula ninguém.

Trovas do Mais Além. Pedro Silva

Para servir não vaciles
Nem um momento sequer,
Ajudar tardiamente
É próprio de quem não quer.

Orvalho de Luz. Martins Coelho.

Tudo que o homem possui de útil e belo, grande e sublime deve ao trabalho, com que se lhe engrandece a presença no mundo.

Coragem. Emmanuel

Será justo suplicar o socorro de Deus nas horas de aflição e construir a existência como se Deus não existisse?

No Portal da Luz. Emmanuel

Se a solidão valesse, as leis de Deus não fariam o seu nascimento na Terra entre duas pessoas, convertendo você em terceira pessoa para construir um grupo de amor.

Sinal Verde. André Luiz
O amor é Deus em seu todo,
Na própria vida disperso,
Desde os recessos do lodo
À cúpula do Universo.

Trovas do Mais Além. José Albano

A divina sabedoria nos confere o beneficio da prova, para que venhamos a superá-la e assimila-la, em forma de experiência, nunca no objetivo de confundir-nos ou arrojar-nos ao desalento.

No Portal da Luz. Emmanuel

Lembremo-nos de que nas concessões da Providencia Divina, o nosso mais precioso lugar de trabalho chama-se “AQUI” e o nosso melhor tempo chama-se “AGORA”.

Coragem. André Luiz

Faze por dia ou por semana, um horário de serviço gratuito, em auxilio aos companheiros da humanidade.

Paz e Renovação. Emmanuel

Ninguém espere milagre depois da morte.

Paz e Renovação. Albino Teixeira

Em cada ciclo de vinte e quatro horas, separa diminuta área de tempo, quando não possas fazê-la mais ampla, para estudo e meditação, silêncio e prece.

Paz e Renovação. Emmanuel

Deixa que a caridade constante e ardente se te irradie do coração.

No Portal da Luz. Emmanuel

Usa as forças que Deus te empresta, na construção do bem porque, amanhã, quando a morte chegar compreenderás por fim, que tudo quanto fizeste aos outros, a ti mesmo fizeste.

Ideal Espírita. Meimei

Não desprezes a possibilidade de visitar os irmãos em doenças ou penúria, pelo menos uma vez por semana, de maneira a levar-lhes consolação e refazimento.

Paz e Renovação. Emmanuel

Qualquer criatura que se mostre necessitada de pedir-lhe um favor é um teste para sua capacidade de entendimento e para seus dotes de educação.

Sinal Verde. André Luiz

Amigo suposto em erro,
Não lances condenação;
A roseira não dá rosas
Sem ter raízes no chão.
Trovas do Mais Além. Gastão de Castro
Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou dez pessoas de ninho domestico, de que modo cumprirá os seus ideais e compromissos de elevação nas áreas da humanidade?

Sinal Verde. André Luiz

Na hora de exaltação
Do pensamento infeliz,
A palavra mais exata
É aquela que não se diz.

Trovas do Mais Além. Pedro Silva

Toda pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a si própria.

Sinal Verde. André Luiz

Onde há fala sem proveito
Sofre o tempo escárnio e furto.
Onde a conversa é comprida
O serviço é sempre curto.

Orvalho de Luz. Casimiro Cunha

Coração é arranha-céu
De condomínio perfeito,
Cada afeição em seu lar,
Cada lar, em seu direito.

Orvalho de Luz. Silveira Carvalho

Enfeite seu lar com os recursos da gentileza e do bom humor.

Sinal Verde. André Luiz

Em cada sete dias, qual ocorre ao impositivo do descanso em geral, destaca um deles para ingerir o mínimo de alimentação, doando o necessário repouso aos mecanismos do corpo.

Paz e Renovação. Emmanuel

Nas formações do dever,
Amemos nosso lugar.
Quem não quer obedecer,
Não serve para mandar.

Trovas do Mais Além. Antonio Chaves

Quando o céu estiver em cinzas a derramar-se em chuva, medita na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

Sinal Verde. André Luiz

Quem espera, desespera-
Diz um rifão popular,
No entanto triste daquele
Que não consegue esperar!

Trovas do Mais Além. Lucano dos Reis

Depois de um problema aguardar outros.

Sinal Verde. André Luiz

Abstenha-se de sobrecarregar os seus problemas com o peso inútil da ansiedade.

Paz e Renovação. André Luiz

Semanalmente retira um dia para o trabalho de vigilância absoluta no próprio pensamento e no próprio verbo, mentalizando e falando exclusivamente no bem dos outros.

Paz e Renovação. Emmanuel

A preguiça conserva a cabeça desocupada e as mãos ociosas.

Coragem. Emmanuel

Idéia- música em pauta.
Emoção- força que cria.
O mundo- grande auditório.
O trabalho- a melodia.

Trovas do Mais Além. Toninho Bittencourt

Em matéria de decepções e desilusões, sempre que te vejas à frente daqueles que te ludibriam a confiança, lembra-te de Jesus e ora por eles; porque, enquanto os que choram lavam os olhos espirituais para a descoberta de novas trilhas de progresso e renovação. No campo da vida, os que fazem as lágrimas carregarão as correntes invisíveis da culpa, não se sabe até quando.

Paz e Renovação. Emmanuel

A inveja recorda o vento
Passando em fúria, de assalto,
Que açoita com mais vigor
Aqueles que estão no Alto.

Trovas do Mais Além. Colombina

Aprendamos a ouvir, para auxiliar, sem a presunção de resolver.

Opinião Espírita. Emmanuel

Não olhes faltas alheias...
Na Terra, em qualquer lugar,
Não há ninguém que não tenha
Alguma conta a pagar.

Orvalho de Luz. Augusto de Oliveira

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Paz e Renovação. Emmanuel

Ensinamento da Lei,
Tão claro quanto se diz,
Quem não sabe contentar-se,
Não consegue ser feliz.

Trovas do Mais Além. Pedro Silva

Todos os seus estados e condições, realizações e necessidades podem ser definidos por máquinas, engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios e fichários da Terra; entretanto, não se esqueça você de que o serviço ao próximo é a única medida que fornece exata noticia do seu merecimento espiritual.

Ideal Espírita. André Luiz

De todos os sentimentos
O amor- esse dom profundo,
É o bálsamo com que Deus
Suprime os males do mundo.

Trovas do Mais além. Auta de Souza

Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.

Sinal Verde. André Luiz

Aquele que grafa uma página edificante, semeia um bom exemplo, educa uma criança, fornece um apontamento confortador, entretém uma palestra nobre ou estende uma dádiva, recolherá, cem por um, todos os grãos de amor que lançou na sementeira do eterno bem, laborando com a vida para a alegria sem fim.

Caminho Espírita. Eurípedes Barsanulfo

A prece, no fundo, encerra
Clara lição, a saber:
Semente lançada à terra,
Que a terra vai devolver.

Orvalho de Luz. Ivan Albuquerque

Veja com bondade e ouça com lógica.

Sinal Verde. André Luiz

Não digas: “sombra sou eu,
Meu sonho é luz que faliu.”
Coração que não sofreu
É selva que não se abriu.

Orvalho de Luz. Juvenal Galeno

Quem guarda ressentimento,
Por muito que se disfarce,
Termina achando em si mesmo
O jeito de envenenar-se.

Trovas do Mais Além. Silva Lobato.

Sabedoria de Lei
Nas leis da sabedoria:
Quem sabe dizer “não sei”,
Não inventa fantasia.

Orvalho de Luz. Leôncio Correia

Nenhum de nós procure destaque injustificável. Na direção ou na subalternidade baste-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre.

Livro da Esperança. Emmanuel

É natural que você faça invejosos, mas não inimigos.

Sinal Verde. André Luiz

Desistamos de reivindicações, privilégios, prêmios ou honrarias de superfície, porquanto urge aspirarmos à medalha invisível do dever retamente cumprido que nos brilhe na consciência e a carta- branca do livre arbítrio, que nos amplie o campo de ação no bem puro.

Ideal Espírita. Caírbar Schutel

Pense no seu contentamento quando alguém lhe endereça palavras de afeto e simpatia e faça o mesmo para com os outros.

Sinal Verde. André Luiz

Se você busca melhorar-se, melhorando o seu trabalho, guarde a certeza de que o trabalho lhe dará vida melhor.

Sinal Verde. André Luiz

Dos sóis da imensidão às últimas gotas d’água no centro da Terra, tudo o que há de bom e belo nasce e vive do trabalho constante.

No Portal da Luz. Emmanuel

Enquanto a Terra não for
De espírito claro e são,
Apenas quem não trabalha
Não conhece oposição.

Trovas do Mais Além. Milton da Cruz

E, sabendo que cada criatura deve ser útil, conforme as faculdades de que disponha, observa o que fazes com o tesouro das horas, porquanto o tempo chamado “hoje” é recurso em teu favor, na contabilidade da vida, marcando-te acerto de contas para amanhã.
Ideal Espírita. Emmanuel

Alguém te fere o trabalho?
Olha o tronco se tens fé:
Quanto mais poda no galho,
Mais frutos pendem do pé.

Trovas do Mais Além. Otávio Kelly

Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranqüilidade dos outros.

Sinal Verde. André Luiz

Ninguém susta golpes da ofensa com pancadas de revide, tanto quanto ninguém apaga fogo a jorros de querosene.

Paz e Renovação. Emmanuel

Só existe um mal a temer: aquele que ainda exista em nós.

Sinal Verde. André Luiz

Qualquer servidor de consciência tranqüila se regozija com o amparo do companheiro, mas deve, igualmente, honrar-se com a critica do adversário, que o ajuda na soluçai dos problemas de reajuste.

Passos da Vida. Emmanuel

Sejam quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia em Deus amando e construindo, perdoando e amparando sempre, porque, Deus acima de todas as calamidades e de todas as lágrimas, te fará sobreviver, abençoando-te a vida e sustentando-te o coração.

Coragem. Meimei

Convença-se e que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.

Paz e Renovação. André Luiz

Inútil gritar contra as próprias dividas. Imperioso examiná-las com serenidade, para configurar com elas a maneira mais segura de pagamento.

Paz e Renovação. Albino Teixeira

...Tenhamos a coragem de romper com todas as sugestões de conforto próprio, avançando à frente.

Paz e Renovação. Batuíra


Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida. Para que a vida nos abençoe.

Sinal Verde. André Luiz

Não mostre rosto triste. Muita gente precisa de sua alegria para levar alegria aos outros.

Passos da Vida. André Luiz

No banco da Eternidade
Achei um aviso assim:
Perseverança no bem
Dá dividendo sem fim.

Trovas do Mais Além. Boris Freire

Diz-nos a sabedoria de todos os tempos- ajuda-te, que o céu de ajudará-, afirmativa sublime que nos permitimos parafrasear, acentuando: “ajuda-te hoje, que o deu te ajudará sempre”.

Coragem. André Luiz

Você acredita que alguém pode achar a felicidade admitindo-se infeliz?

Sinal Verde. André Luiz

Quem diz que amor não existe,
Que acredita no mal,
Contemple um lírio fulgindo
Na lama de um pantanal.

Trovas do Mais Além. Mário de Azevedo

A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar.

Sinal Verde. André Luiz

Não se afirme infeliz,
Quem crê na força do mal.
Faz do próprio sofrimento
Uma doença mental.

Trovas do Mais Além. Marianna Luz


Humildade é flor sensível
Formada na luz do bem
Que a pessoa perde logo
Quando acredita que tem.

Trovas do Mais Além. Pedro Silva

Sentença clara da vida
Que serve em qualquer lugar:
Quem não dá do que lhe sobra
Nega o que deve pagar.

Trovas do Mais Além. José Nava

Sentença justa que brilha
Entre os avisos da estrada:
Qualquer perdão quando humilha,
É vingança disfarçada.

Trovas do Mais Além. Colombina

A caridade em cada gesto e em cada frase, acende o clarão de uma bênção. Será talvez por isso que a sabedoria Divina ergueu o cérebro, acima do tronco, por almenara de luz, como a dizer-nos que ninguém deve agir sem pensar, mas entre a cabeça que reflete e as mãos que auxiliam, situou o coração por fiel sublime.

Opinião Espírita. Emmanuel

Quem possui mente segura,
Reconforto, diretriz,
Teto, agasalho, cultura,
Na essência, já é feliz.

Orvalho de Luz. José Albano

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

Paz e Renovação. Emmanuel

Riqueza tem seus preceitos,
Penúria tem seus artigos
Fortuna faz relações
Pobreza mostra os amigos.

Orvalho de Luz. Albérico Lobo

Suceda o que suceder nas trilhas da vida, em matéria de amargura ou de aflição, ergue a fronte e caminha para diante, trabalha e aprende, abençoa e serve, porquanto, diante de Deus e à frente dos companheiros que se nos conservam fiéis, a palavra desânimo é quase sempre o outro nome da ingratidão.

Paz e Renovação. Emmanuel

Nos desacertos do mundo,
Vejo um traço singular:
O erro maior de alguém
É crer-se livre de errar.

Trovas do Mais Além. Correia de Araújo

Quando se sinta no dever de reclamar, não faça de seu verbo instrumento de agressão.

Sinal Verde. André Luiz

E não digas que a serenidade expressa fraqueza ante cultores da violência, qual se não tivesses brio para a reação necessária, porque é preciso muito mais combatividade interior para dominar-se alguém ao colher ofensas e esquecê-las do que para assacá-las ou devolvê-las, a detrimento do próximo.

Coragem. Emmanuel

Caridade, onde estiveres
Lenindo as dores de alguém,
Onde sirvas, onde fales,
Jesus estará também.

Orvalho de Luz. Auta de Souza

Se alguém te desfecha vibrações contrárias à tua felicidade, endereça a esse alguém a tua silenciosa mensagem de harmonia e de amor com que lhe desejas felicidade maior.

Paz e Renovação. Emmanuel

Despeito- um tirano oculto
Que faz vitimas sem fim.
Nos símbolos da Escritura,
A inveja matou Caim.

Trovas do Mais Além. Fidélis Alves

Dá de teu campo de amor,
Tanto aos santos quanto aos brutos,
As árvores não conhecem
Quem lhes colhe os próprios frutos.

Trovas do Mais Além. Fidélis Alves

Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.

Paz e Renovação. André Luiz

Quando o tédio te procura, vai à escola da caridade ela te acordará para as alegrias puras do bem e te fará luz no coração, livrando-te das trevas que costumam descer sobre as horas vazias.

Coragem. Emmanuel

Não creias que possas desfrutar, em caráter permanente, de benefícios que não plantaste.

No Portal da Luz. Emmanuel

Felicidade é lavoura
Em que servir é dever
Tanto mais a gente planta
Quanto mais pode colher.

Trovas do Mais Além. Deraldo Neville

O trabalho digno é a cobertura de sua independência.

Sinal Verde. André Luiz

Amigo, você já reparou o efeito renovador de um sorriso?

Ideal Espírita. Valérium
Se você tem qualquer mágoa remanescente da véspera, comece o dia, à maneira do sol:
- Esquecendo a sombra e brilhando de novo.

Sinal Verde. André Luiz

Trabalho será sempre o prodígio da vida criando reconforto e progresso, alegria e renovação.

Coragem. Emmanuel

O braço sem capital-
Engelho que se amofina
O capital sem o braço-
Cachoeira sem usina.

Orvalho de Luz. Albérico Lobo

Na morte, convém saber,
É novo câmbio a seguir.
Quem guardou, toca a perder,
Quem deu, vem a possuir.

Orvalho de Luz. Américo Falcão

Amor puro,- dom perfeito,-
Não muda seja onde for.
Amor que morre no peito
No fundo não era amor.

Trova do Mais Além. Sabino Batista

Sempre que o espinho da maledicência repontar nas flores do entendimento amigo, procure isolá-lo em algodão de bondade, sem desrespeitar os ausentes e sem ferir aos que falam.

Sinal Verde. André Luiz

Não critique, auxilie.

Sinal Verde. André Luiz

Se tempestades sempre novas te vergastam a alma, continua semeando... E, se banimentos e solidão devem constituir a herança transitória do teu destino recorda o divino semeador que, embora piedoso e justo, preferiu a cruz por amor à verdade. E prossegue semeando, mesmo assim, na certeza que Deus te basta, porque tudo passa no mundo, menos Deus.

Ideal Espírita. Meimei

Quando a rosa se desabotoa na paisagem, não quer saber quantos espinhos se lhe cravam na haste; espalha perfume e beleza, atenta ás finalidades para as quais se vê nascida.

Passos da Vida. Emmanuel

No que tange a sofrimentos do amor, só Deus sabe onde estão a queda ou a vitória.

Sinal Verde. André Luiz

Lembra-te de que o débito da ternura e da gratidão jamais termina.

No Portal da Luz. Emmanuel

Sofremos, sim... Mas nem tanto...
A dor mais dura e feroz
É a dor do orgulho ferido,
Rugindo dentro de nós.

Orvalho de Luz. Eugênio Rubião

Apenas Deus pode julgar o intimo de cada um.

Sinal Verde. André Luiz

Alegria de uma casa
Tem este preço comum:
Um tanto de caridade
Da parte de cada um.

Orvalho de Luz. Múcio Teixeira

A humildade é um anjo mudo.

Sinal Verde. André Luiz

Não exija perfeição nos outros e nem mesmo em você, mas procure melhorar-se quanto possível.

Coragem. André Luiz

Abriga-te na humildade,
Não busque mundana estima.
O ouro afunda no mar,
A palha fica por cima.

Orvalho de Luz. Regueira Costa

Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro.

Sinal Verde. André Luiz

Quem diz que o tempo traz apenas ilusões é que não tem feito outra coisa senão iludir-se.

Sinal Verde. André Luiz

Tudo vence no caminho
Mesmo os empeços mais vastos,
Quem traz a cabeça nova
Em cima dos ombros gastos.

Orvalho de Luz. Teotônio Freire

Mero dever melhorar-nos, melhorando o próprio caminho em regime de urgência. Todavia, abstenhamo-nos do hábito de remexer inutilmente as feridas, alargando-lhes a extensão.

Paz e Renovação. Emmanuel

O amor verdadeiro auxilia sem perguntar.

Sinal Verde. André Luiz

Ciência clara do acerto
Enfeixada em nota breve:
Distinguir o que se pode
Daquilo que não se deve.

Trovas do Mais Além. Boris Freire

Ame sem exigências, aceitando as criaturas queridas como são, sem pedir-lhes certificados de grandeza.

Paz e Renovação. André Luiz

Dos conceitos sobre o amor
Tenho este por mais nobre;
Com amor o pobre é rico,
Sem amor o rico é pobre.

Orvalho de Luz. Toninho Bittencourt

Diante de quaisquer transes da vida, tudo venceremos se nos dispusermos a esquecer o mal, crer no bem e servir com amor.

Paz e Renovação. Bezerra de Menezes

domingo, 14 de dezembro de 2008

ATUALIDADE DO NATAL

Andando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo da inteligência e do sentimento com que a vida o enriqueceu, exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais para realizar-se.
A insatisfação é a tônica do comportamento individual e social que vige na Terra.
Aqueles indivíduos que experimentam carência de qualquer natureza lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia, que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se encontram afortunados, deixam-se dominar pelas extravagâncias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas de funestas conseqüências.
As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia não os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo contrário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia ou da depressão nas quais estorcegam.
Indubitavelmente trouxeram incomparável ajuda para a solução de diversos sofrimentos e situações penosas, de progresso rnateriall e social, porém, não conseguiram penetrar o cerne dos seres humanos, modificando-lhes as disposições íntimas em relação à existência terrena e aos seus objetivos essenciais.
Considerando a vida apenas do ponto de vista material, sem as conseqüentes avaliações em torno do Espírito imortal, o comportamento materialista domina as mentes e os corações, que acreditam na felicidade em forma de valores amoedados, satisfações dos sentidos, destaque social e harmonia física...
Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos descalabros comportamentais que jugulam os seres humanos aos estados primevos da evolução.
Há conquistas do Infinito sem realização pessoal, sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade, que logo se transformam em esgares, situações invejáveis mas alicerçadas na miséria, na doença e no desconforto das pessoas excluídas...
Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos ético-morais, logo se lhes apresentam os desapontamentos íntimos, e os conflitos se lhes instalam devoradores.
Uma tormenta inigualável paira nos céus da sociedade moderna, ameaçando-a com tragédias inomináveis.

Em período idêntico, no passado, salvadas as distâncias compreensíveis, veio Jesus à Terra.
O mundo encontrava-se conturbado pelo poder mentiroso, pela falácia dos dominadores, pelas ambições desmedidas, pelas conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresvariadas...
Predominavam o luxo e a ostentação em alguns segmentos da humanidade, enquanto nos porões do abandono em que desfaleciam, incontáveis criaturas espiavam angustiadas o passar do tufão devorador...
Apareceu Jesus, e una aragem abençoada varreu o mundo, modificando-lhe a psicosfèra.
Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a insensatez, contra a indiferença dos fortes em relação aos seus irmãos mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo então vigentes e dominantes como hoje ocorrem......
Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma, ergueu-os do pó em que se asfixiavam, conduzindo-os na direção da glória estelar, demonstrando-lhes que a vida física é experiência transitória, e que os valores reais são os que pertencem ao Espírito imortal.
Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a fèlicidade mediante o desapego e o despojamento das alucinantes prisões às coisas e às paixões materiais.
Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e proporcionou a saúde temporária a quantos se Lhe acercaram, alentando-os com a certeza da plenitude após vencidas as etapas de regeneração e de resgate que todos os seres se impõem no processo da evolução.
Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres e oprimidos, os esfaimados e sedentos de justiça, a quem ofereceu os preciosos recursos de paz. No entanto, quando acusado, abandonado, marchando para o testemunho, elegeu o silêncio, a submissão à vontade de Deus, a fim de ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com os maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores do mundo físico destituídos de utilidade .
... E permanece até hoje como o Triunfador não conquistado, que prossegue alentando os padecentes, convocando-os à transformação moral para a conquista dos imperecíveis tesouros internos do amor, do perdão, da caridade, da paz...

Recorda-te de Jesus neste Natal e reaproxima--te dEle, analisando como te encontras e de que forma deverias estar moralmente, conscientizando-te do que já fizeste e de quanto ainda podes e deves investir em favor de ti mesmo e do teu próximo mais próximo, no lar, na rua, na humanidade...
O Natal é presença constante do amor e do bem na atualidade de todos os tempos.
Não te esqueças que a evocação do nascimento do Excelente Filho de Deus entre as criaturas humanas, é um convite para que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver desaparecido da tua emoçao, ou prosseguir vivo e atuante nos teus sentimentos, convidados à construção da solidariedade, do dever e da lídima fraternidade que deve viger entre todos os seres sencientes que vagueiam no Planeta .
... E deixa que Jesus te fale novamente à acústica do coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te o poema imortal das Bem -aventuranças.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 20 de setembro de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

sábado, 13 de dezembro de 2008

SUGESTÃO DO NATAL

Escuta, alma querida!
Você que chora tanto,
Lembrando, no Natal, os seus queridos,
E o carinho do lar, nos tempos idos,
Vem partilhar conosco a festa diferente,
Na qual Jesus nos encaminha tanta gente,
De coração cansado e olhos em pranto,
Para que lhe doemos, em seu nome,
Algo que diminua a prova que a consome...

Desce da tua dor, tão alta, como dizes,
E vem conosco ao chão onde enxameia
O sofrimento da ansiedade alheia
E as duras privações dos irmãos infelizes.
Por amor a Jesus, desdobra-te em desvelos,
E se tens algo para dividir,
Traze o que possas para socorrê-los,
Fazendo alguma lágrima sorrir.

Tudo serve à penúria em desconsolo,
A xícara de leite à criança doente,
A fatia de pão, o pedaço de um bolo
E o lume do fogão que renove o ambiente...
Não te percas, chorando em saudade vazia,
Vem trabalhar conosco e acender nova luz!...
Esquece a própria dor. Natal é novo dia
De buscar a esperança e servir com Jesus.

Maria Dolores
Livro: PREITO DE AMOR - Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NATAL DO SENHOR

Mestre Amado e Generoso,
Nas bênçãos de Teu Natal,
Também nós te recordamos
No campo espiritual

E lembramos comovidos,
A noite ditosa e bela,
Em que surgiste, exaltando
A manjedoura singela.

Divino Pastor, nascias,
Na solidão da pobreza,
Santificando a humildade
Nas luzes da natureza.

E trabalhaste e sofreste
Para as vitórias da luz,
Desde a esperança do berço
Às ironias da cruz.

E embora os Teus sacrifícios
Na lágrima, no suor,
A Terra, Jesus, se veste
De angústia, miséria e dor.

Volta a nós, Pastor Sublime,
Que o edil da humanidade,
Se estende aos abismos negros
De ignorância e maldade.

As tuas ovelhas frágeis
Cansadas de sombra e guerra,
Atropelam-se assustadas,
Ao longo de toda Terra!

As seitas religiosas,
Que ensinam a divisão,
Fomentam carnificinas,
Envenenando a razão.

A ciência que extermina
Faz do mundo seu vassalo,
Enquanto a filosofia
Prega o bem sem praticá-lo.

Ó Senhor, dá-nos, de novo,
Fidelidade ao dever,
No Dom da simplicidade,
No impulso de agradecer.

Que em Teu Natal, nós possamos
Recordar com mais fervor,
Teus exemplos de renúncia
E as tuas lições de amor.

Concede-nos, mestre Amigo,
Nas lutas de redenção,
Nova fé, nova esperança
Ao templo do coração.


Casimiro Cunha
Livro: PREITO DE AMOR - Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO DA ÚLTIMA ENCARNAÇÃO DE JOANNA ANGÉLICA EM 11.12.1761


ALMA QUERIDA
Alma querida! Batida pelo vendaval, sacudida pelas incertezas sob chuva de calhaus, sobre espículos cruéis.
É noite, e as sombras desenham fantasmas. Tu tremes, choras...
Dói-te o peito, represado de angústias e cambaleiam as tuas pernas fragilizadas.
Tuas mãos, sempre ágeis, descem e se negam a transformar-se em asas para voar.
Alma querida! Fita além da noite e verás, verás o amanhecer longínquo que chegará a ti, pleno de luz, apagando todas as sombras, diminuindo todas as aflições.
Não pares! Ergue a cabeça e avança, alma solitária e triste!
O Sol da eterna crença, avança no teu rumo, aguardando que sigas na Sua direção, no encontro, quando nimbada de luz, alma feliz, bendirás todas as dores, todas as humilhações, que são os tesouros imarcessíveis da vida, coroando-te de estrelas.
Almas queridas! Não canseis de lutar!
Cada um de nós é alma em reajustamento. Experimentamos aqui, outra vez, o seu quadro de testemunho, mas o nosso Modelo, quando aceitou a Cruz, transformou-a em dois braços que afagam e não numa trave hedionda de horror.
Ide! Avante, Almas queridas, bendizendo a noite com vossas preces, que se transformarão em estrelas, com vossas lágrimas que se converterão em pingentes de luar, para que nunca mais haja escuridão.
Deus vos abençoe, almas queridas!
São os votos da servidora humílima e maternal de sempre.
Joanna de Ângelis (do livro "Para sempre em nosso coração", de Maria Anita Rosas Batista)
Mensagem psicofônica recebida por Divaldo Franco no dia 07 de setembro de 1999, no Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, BA. Para Sempre em Nosso Coração

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A RELIGIÃO E O PROGRESSO


Muito geralmente se pensa que hoje a Igreja admite o fogo do inferno como um fogo moral e não como um fogo material. Tal é, pelo menos, a opinião da maioria dos teólogos e de muitos padres esclarecidos. Contudo, não passa de opinião individual; não é uma crença adquirida pela ortodoxia. Do contrário seria universalmente professada. Pode julgar-se pelo quadro abaixo, que um pregador traçou do inferno, durante a última quaresma, em Montreuil-sur-Mer:
"O fogo do inferno é milhões de vezes mais intenso que o da terra; e se um dos corpos que ali se queimam sem se consumir viesse a ser atirado ao nosso planeta, empestiá-lo-ia de ponta a ponta!
"O inferno é uma vasta e sombria caverna herissada de pregos pontiagudos, de lâminas de espadas afiadas, de navalhas bem cortantes, onde são precipitadas as almas dos danados!"
Seria supérfluo refutar esta descrição. Contudo, poder-se-ia perguntar ao orador onde colheu um conhecimento tão preciso do lugar que descreve. Certo não foi no Evangelho, onde não se trata de pregos, nem de espadas ou navalhas. Para saber se essas lâminas são bem amoladas e bem afiadas, é preciso tê-las visto e experimentado. Será que, novo Enéas ou Orfeu, ele próprio teria descido a essa caverna sombria, que aliás tem um grande traço de família com o Tártaro dos pagãos? Além disso, deveria ele ter explicado a ação que pregos e navalhas podem ter sobre as almas e a necessidade de serem bem afiados e de boa têmpera. Desde que ele conhece tão bem os detalhes interiores do local, também deveria ter dito onde está situado. Não é no centro da Terra, pois supõe o caso de um desses corpos que ela encerra ser lançado em nosso planeta. Então é no espaço? Mas a astronomia aí lançou o seu olhar muito antes, sem nada descobrir. É verdade que não olhou com os olhos da fé.
Seja como for, o quadro é feito para atrair os incrédulos? É mais que duvidoso, pois é mais próprio para diminuir o número dos crentes.
Em contrapartida, citaremos o seguinte fragmento de uma carta escrita de Riom, e referida pelo jornal la Vérité, no número de 20 de março de 1864:
"Ontem, para minha grande surpresa e grande satisfação, ouvi em pessoa esta confissão positiva sair da boca de um eloqüente pregador, em presença de numeroso auditório admirado: Não há mais inferno... o inferno não existe mais... foi substituído por uma admirável substituição: os fogos da caridade, os fogos do amor resgatam as nossas faltas!
"Nossa divina doutrina (o Espiritismo) não está encerrada inteiramente nestas poucas palavras?"
É inútil dizer qual dos dois teve mais simpatias do auditório: mas o segundo poderia, até, ser acusado de heresia pelo primeiro. Outrora teria expiado, infalivelmente, na fogueira ou numa prisão, a audácia de haver proclamado que Deus não faz queimar as suas criaturas.
Esta dupla citação nos sugere as seguintes reflexões:
Se uns acreditam na materialidade das penas, e outros, não, necessariamente uns têm razão, e outros não a têm.
Este ponto é mais capital do que parece à primeira vista, porque é o caminho aberto às interpretações numa religião fundada na unidade absoluta da crença e que, em princípio, repele a interpretação.
É bem certo que até hoje a materialidade das penas fez parte das crenças dogmáticas da Igreja. Porque, então, nem todos os teólogos nelas acreditam? Como nem uns, nem outros o verificaram por si mesmos, que é o que leva alguns a ver apenas uma imagem onde outros vêem a realidade, senão a razão que, nestes, supra a fé cega? Ora, a razão é o livre exame.
Eis, pois, a razão e o livre exame entrando na Igreja pela força da opinião. Poder-se-ia dizer, sem metáfora, ter entrado pela porta do inferno; a mão posta no santuário dos dogmas, não pelos leigos, mas pelo próprio clero.
Não se julgue esta uma questão de mínima importância; ela contém em si o germe de toda uma revolução religiosa e de um imenso cisma, muito mais radical que o protestantismo, porque não ameaça apenas o catolicismo, mas o protestantismo, a Igreja grega e todas as seitas cristãs. Com efeito, entre a materialidade das penas e as penas puramente morais, há toda a distância do sentido próprio ao sentido figurado, da alegoria à realidade. Desde que se admitam as chamas do inferno como alegoria, torna-se evidente que as palavras de Jesus: "Ide ao inferno eterno" têm um sentido alegórico. Daí a conseqüência de que o mesmo deve dar-se com muitas outras de suas palavras.
Mas a conseqüência mais grave é esta: Do momento em que se admita a interpretação deste ponto, não há motivo para a rejeitar sobre outros; é, pois, como dissemos, a porta aberta à a livre discussão, um golpe mortal no princípio absoluto da fé cega. A crença na materialidade das penas liga-se inteiramente a outros artigos de fé, que lhes são corolários; transformada essa crença, as outras transformar-se-ão pela força das coisas e, assim, pouco a pouco.
Eis, já, uma explicação. Há poucos anos ainda, o dogma Fora da Igreja não há salvação, estava em toda a sua força; o batismo era condição tão imperiosa, que bastava que o filho de um herético o recebesse clandestinamente e mau grado a vontade dos pais, para ser salvo, porque tudo quanto fosse rigorosamente ortodoxo era irremissivelmente condenado. Mas se tendo levantado a razão humana ao pensamento nos milhões de almas votadas às torturas eternas, quando não tinha dependido deles ser esclarecidas na verdadeira fé, inúmeras crianças que morrem antes de adquirir a consciência de seus atos e que, por isso, não são menos danadas, se a negligência ou a fé religiosa de seus pais as privou do batismo, a Igreja, a esse respeito, separou-se de seu absolutismo. Hoje, ela diz, ou, pelo menos, dizem os seus teólogos em maioria, que essas crianças não são responsáveis pelas faltas dos pais; que a responsabilidade só começa no momento em que, tendo a possibilidade de se esclarecerem, o recusam e que, desde então, essas crianças não são danadas por não haverem recebido o batismo; que o mesmo se dá com os selvagens e os idólatras de todas as seitas. Alguns vão mais longe: reconhecem que, pela prática das virtudes cristãs, isto é, a humildade e a caridade, pode-se ser salvo em todas as religiões, porque depende, também, da vontade de um indu, de um judeu, de um muçulmano, de um protestante, quanto de um católico, viver cristãmente; que aquele que vive assim está na Igreja pelo Espírito, mesmo que não o esteja pela forma. Não está aí o princípio Fora da Caridade não há salvação? É precisamente o que ensina o Espiritismo, e é exatamente por isto que ele é declarado obra do demônio. Porque essas máximas seriam antes o sopro do demônio na boca dos Espíritas do que na dos ministros da Igreja? Se a ortodoxia da fé está ameaçada, então não é pelo Espiritismo, mas pela própria Igreja, porque esta sofre, mau grado seu, a pressão da opinião geral e porque, entre os seus membros, alguns se encontram que vêem mais alto e nos quais a força da lógica supera a fé cega.
Sem dúvida pareceria temerário dizer que a Igreja marcha ao encontro do Espiritismo; é, entretanto, uma verdade que reconhecerão mais tarde. Mesmo marchando para o combater, nem por isso deixa de, pouco a pouco, assimilar os seus princípios, sem o suspeitar.
Esta nova maneira de encarar o problema da salvação é grave. Posto acima da forma, o Espírito é um princípio eminentemente revolucionário na ortodoxia. Sendo reconhecida possível a salvação fora da Igreja, a eficácia do batismo é relativa, e não absoluta: torna-se um símbolo. Não trazendo a criança não batizada a pena da negligência, ou da má vontade dos pais, em que se torna a incorrida por todo o gênero humano pela falta do primeiro homem? em que se torna o pecado original, tal qual o entende a Igreja?
O maiores efeitos por vezes decorrem de pequenas causas. O direito de interpretação e de livre exame, uma vez admitido na questão, aparentemente pueril, da materialidade das penas futuras, é um primeiro passo cujas conseqüências são incalculáveis, porque uma brecha na imutabilidade dogmática e uma pedra arrancada arrasta outras. A posição da Igreja é embaraçosa, temos que convir. Contudo, só há um dos dois partidos a tomar: ficar estacionária, a despeito de tudo, ou ir para a frente. Mas então não poderá escapar deste dilema: se se imobilizar de modo absoluto nos erros do passado, será infalivelmente superada, como já o é, pelo fluxo das idéias novas, depois isolada e, por fim, desmembrada, como o seria hoje, se tivesse persistido em expulsar de seu seio os que crêem no movimento da terra, nos períodos geológicos da criação; se entrar na via da interpretação dos dogmas, transforma-se e aí entra pelo simples fato de renunciar à materialidade das penas e à necessidade absoluta do batismo.
O perigo de uma transformação, aliás, está clara e energicamente formulado na seguinte passagem de uma brochura publicada pelo Pe. Marin de Boylesve, da Companhia de Jesus, sob o título de O Milagre do Diabo, em resposta à Revue des Deux-Mondes.
"Há, entre outras, uma questão que, para a religião cristã, é de vida ou de morte, a questão do milagre. A do diabo não o é menos. Tirai o diabo, e o cristianismo desaparece. Se o diabo não passar de um mito, a queda de Adão e o pecado original entrarão nas regiões da fábula. Por conseguinte a redenção, o batismo, a Igreja, o cristianismo, numa palavra, não têm mais razão de ser. Assim, a ciência não se poupa para apagar o milagre e suprimir o diabo".
De sorte que se a ciência descobrir uma lei da natureza, que faça entrar nos fatos naturais um fato que é reputado miraculoso; se ela provar a anterioridade da raça humana e a multiplicidade de suas origens, todo o edifício se esboroa. Uma religião é muito frágil quando uma descoberta científica é para ela uma questão de vida e morte. Eis uma confissão desajeitada. Por nossa conta estamos longe de partilhar das apreensões do Pe. Boylesve em relação ao cristianismo. Dizemos que o cristianismo, tal qual saiu da boca de Jesus, mas apenas tal qual saiu, é invulnerável, porque é a lei de Deus.
A conclusão é esta: Nenhuma concessão, sob pena de morrer. O autor esquece de examinar se há mais chances de viver na imobilidade. Nossa opinião é que há menos e que ainda é melhor viver transformado do que não viver mesmo.
Num caso, como no outro, a cisão é inevitável. Pode, até, dizer-se que já existe; a unidade doutrinária está rompida, desde que não há acordo perfeito no ensino; desde que uns aprovam o que outros censuram; uns absolvem o que outros condenam. Assim, vêem-se fiéis indo de preferência àqueles cujas idéias mais lhes convêm. Dividindo-se os pastores, o rebanho igualmente se divide. Dessa divergência à separação a distância não é grande; um passo a mais e os que estão à frente serão tratados como heréticos pelos que ficarem na retaguarda. Ora, eis o cisma estabelecido; aí está o perigo da imobilidade.
A religião, ou melhor, todas as religiões sofrem, mau grado seu, a influência do movimento progressivo das idéias. Uma necessidade fatal as obriga a se manter no nível do movimento ascencional, sob pena de serem submergidas. Assim, todas têm sido constrangidas, de tempos em tempos, a fazer concessões à ciência, fazer dobrar o sentido literal de certas crenças, ante a evidência dos fatos. A que repudiasse as descobertas da ciência e as suas conseqüências, do ponto de vista religioso, mais cedo ou mais tarde perderia sua autoridade e o seu crédito e aumentaria o número dos incrédulos. Se uma religião qualquer pode ser comprometida pela ciência, a falta não é da ciência, mas da religião fundada sobre dogmas absolutos, em contradição com as leis da natureza, que são leis divinas. Repudiar a ciência é, pois, repudiar as leis da natureza e, por isto mesmo, renegar a obra de Deus. Fazê-lo em nome da religião seria pôr Deus em contradição consigo mesmo e fazê-lo dizer: Eu estabeleci leis para reger o mundo; mas não acrediteis nessas leis.
Em todas as idades, o homem não foi capaz de conhecer todas as leis da natureza; a descoberta sucessiva dessas leis constitui o progresso. Daí, para as religiões, a necessidade de pôr suas crenças e os seus dogmas em harmonia com o progresso, sob pena de receberem o desmentido dos fatos constatados pela ciência. Só com esta condição a religião é invulnerável. Em nosso entender, a religião deveria fazer mais do que se pôr a reboque do progresso, que apenas acompanha constrangida e forçada: deveria ser uma sentinela avançada porque proclamar a grandeza e a sabedoria de suas leis é honrar a Deus.
A contradição existente entre certas crenças religiosas e as leis naturais fez a maioria dos incrédulos, cujo número aumenta à medida que se populariza o conhecimento dessas leis. Se fosse impossível o acordo entre a ciência e a religião, não haveria religião possível. Proclamamos altamente a possibilidade e a necessidade desse acordo porque, em nossa opinião, a ciência e a religião são irmãs para a maior glória de Deus e se devem completar reciprocamente, em vez de se desmentirem mutuamente. Estender-se-ão as mãos, quando a ciência não vir na religião nada de incompatível com os fatos demonstrados e a religião não mais tiver que temer a demonstração dos fatos. Pela revelação das leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível, o Espiritismo será o traço de união que lhes permitirá olhar-se face a face, uma sem rir, a outra sem tremer. É pela concordância da fé e da razão que diariamente tantos incrédulos são trazidos a Deus.
(Allan Kardec-Revista Espírita - julho - 1864)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

DESENVOLVIMENTO

Se o desenvolvimento de faculdades psíquicas é o seu objetivo, no trabalho espiritual, procure a bênção do conhecimento, através do estudo necessário, mas não perca de vista o esforço que lhe compete.
Antes de ser MÉDIUM dos fenômenos comuns, não olvide que todo aquele que dá de sí mesmo a mais singela colaboração à obra do bem é instrumento de Jesus no aperfeiçoamento do mundo.
Não acredite que a morte do corpo exonere alguém dos impositivos de auto-educação.
Ninguém nos substituirá na esfera do próprio dever.
O milagre é sempre o coroamento do mérito, mas nunca derrogação das leis naturais que funcionam igualmente para todos.
O sábio começa nas letras humildes do alfabeto.
Inicia-se o gênio musical nas notas minúsculas do pentagrama.
Como admitir qualidades primorosas, a se improvisarem dum dia para outros?
Se você aspira a maior amplitude das forças mediúnicas, estenda-as no serviço aos semelhantes.
Os benfeitores do Alto não dispõem de tempo para provocar a colaboração alheia, entretando, jamais abandonam aquele que lhes oferece a migalha da boa vontade.
Ajude e esclareça, fraternalmente, melhorando a sua posição na simpatia dos outros. Agradecimento e cooperação representam duas forças decisivas no êxito, contudo, somente o amor desinteressado consegue cultivá-las.
Distribua auxílio e bondade, sem medida, para que o suprimento divino lhe atenda à capacidade de servir, enriquecendo-lhe os recursos;
Se pretende, em suma, ser alguém com o Cristo, não lhe despreze os avisos sublimes.
EM VERDADE, nossos olhos ainda não suportam o brilho afuscante da Ressurreição, todavia, com o amparo do Céu, já podemos contemplar o chão que pisamos, de modo a seguir os passos do MESTRE, reconhecendo as nossas necessidades de AMOR e SACRIFÍCIO, RENÚNCIA e PERDÃO, no calvário purificador.
Agar
(Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. in: Nosso Livro

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

REENCARNAÇÃO

"Não te maravilhes de ter dito: Necessário te é nascer de novo". - (João, 3:7)
Aquele que deseja iniciar-se no conhecimento dos postulados da Doutrina Espírita, algumas vezes, em face das divergências doutrinárias existentes entre o Espiritismo e as demais religiões cristãs, no tocante aos problemas das Reencarnações, não sabe discernir quais as vantagens que o princípio das vidas múltiplas levam sobre a teoria da vida única do Espírito na carne.A Lei da Reencarnação traz em seu bojo o próprio conceito da justiça e do amor incomensurável de Deus para com as suas criaturas. Sendo Criador do Universo e da Vida, Deus é também a personificação da misericórdia e a síntese de todas as virtudes.
Conseqüentemente, jamais poderia estabelecer uma lei imperfeita que atribuísse a todas as suas criaturas uma só vida física, na qual a inevitável influência do meio fizesse com que todos cometessem pecados, pelo menos no estágio evolutivo em que está situado o nosso Planeta.
Isso equivaleria a negar às frágeis criaturas, que Ele criou e sitou no mundo, novas oportunidades de desenvolver esforços com vistas à própria reabilitação, ao próprio resgate e consequente redenção espiritual.A superioridade do princípio da Reencarnação reside no fato insofismável e racional de permitir o soerguimento do Espírito transviado, pecaminoso, através de novas oportunidades em renovadas vidas físicas, objetivando a sua reintegração no conceito geral das entidades espirituais que cumprem a soberana vontade de Deus, enquadrando-se dentro das leis eternas, imutáveis, que levam a criatura do estado de simplicidade, de ignorância, aos mais elevados estágios da sublimação espiritual.
É racional a dedução que nos proporcionam os ensinamentos espíritas de que ninguém recebe recompensas indevidas ou promoções espirituais pela graça.
Somente através do esforço, no desenrolar das múltiplas existências depuradoras, os Espíritos são recolocados, muitas vezes, no próprio ambiente que lhes serviu de palco para a prática de deslizes, podendo, assim, ajustar-se, novamente, aos quadros da leis eternas que os regem.
Enquanto a vida única desagrada aos Espíritos, desterrando-os para a condenação eterna, irremissível.
A Lei da Reencarnação lhes outorga novas oportunidades de viverem outras vidas, no decurso das quais se processará o reajuste inevitável, completando, assim, o processo de quitação de dívidas para com a Justiça Divina.
Paulo A. Godoy

domingo, 7 de dezembro de 2008

MAU APRENDIZ

Bonifácio Pessanha nunca se furtou ao vício das perguntas ociosas. Onde estivesse, mobilizava interrogações despropositadas e inoportunas. Não sabia dar um passo sem escorar-se nos outros e semelhante característico desfigurara-lhe a personalidade.
Quando atravessou os portais do Espiritismo Cristão, sentiu-se muito a gosto. Em seu parecer.de então em diante poderia indagar quanto quisesse. Vários médiuns, nos mais diversos grupos, estariam à disposição dele, tanto quanto as entidades invisíveis que, segundo acreditava, deveriam vaguear, em disponibilidade franca, sem métodos regulares de vida e sem programa de obrigações construtivas.
Os companheiros do núcleo que passou a freqüentar notaram-lhe, de imediato, a extravagância; todavia, calavam-se, caridosos e tolerantes.
Bonifácio era novo na Doutrina. Com o tempo recolheria experiências, retificaria atitudes incertas. Contudo, tantas interrogações dirigia ele ao plano invisível através de grandes laudas de papel, que Juliano, o orientador devotado da esfera espiritual, lhe escreveu, certa feita, de modo direto:
- “Pessanha, meu irmão, não olvides que o mundo é também uma escola ativa. É preciso cautela para não perdermos as lições. Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. Os ensinamentos da véspera, em boa lógica, devem ser assimilados. O aluno que não se vale da experiência vivida, não pode aguardar o êxito desejado. Penetraste, em renascendo, a grande universidade terrestre e vives, por alguns anos, no internato do corpo físico. E onde está, meu amigo, o instituto de ensino, em que a cátedra deve descer satisfazendo aos caprichos da carteira? Que a existência carnal é um curso educativo, de proporções vastas, cheio de probabilidades milagrosas para o discípulo de boa-vontade, prova-o a morte, que nos convida a todos para exame e seleção. Crês, porventura, que o aprendiz obterá o atestado de mérito, exclusivamente pelo hábito de perguntar? Desengana-te, meu amigo! Vai ao serviço diário, rogando a luz divina para o entendimento. Mãos e pés não usados paralisam-se no caminho. Olhos e ouvidos que não iluminam nem esclarecem a inteligência, apagam-se, mais tarde, à maneira de candeia inútil, ou adormecem, na incapacidade, quais ruínas de uma casa em abandono. Não temas sofrimentos ou decepções. Aprende e age sempre. A dor e o obstáculo guardam para nós a função de legítimos instrutores. É um erro interpretar dificuldades à conta de punições ou pesadelos, quando nelas devemos encontrar recursos de aprimoramento e provas abençoadas. A lei é de evolução comum e de perfeição final para todos, ainda mesmo considerando a necessidade de expiação para o crime e corrigenda para o mal. Como habilitar-se o aluno sem o livro de lições? Que seria do Espírito encarnado sem a oportunidade de experimentar, atuar, lapidar-se e conhecer? É razoável que o estudante indague das finalidades do educandário a que pertence, dos regulamentos, do horário e das condições que lhe dizem respeito, mas, subtrair-se ao processo de burilamento e preparação através de indagações sistemáticas, é perigoso para si mesmo, porque o curso tem um fim, de renovar-se em outros setores da vida, e as demonstrações de aproveitamento serão exigidas a cada aluno em particular. Desse modo, não desprezes caminhar, desassombradamente, confiando em Jesus e em ti mesmo!”
Bonifácio, no entanto, parecia plenamente desentendido.
Invadia o círculo dos irmãos de ideal, com larga ofensiva de indagações, já que os benfeitores desencarnados não se mostravam dispostos à quebra intempestiva da lei.
Inquiria sempre, a propósito de tudo e de todos, figurando-se verdadeiro maníaco, não obstante afirmar-se homem de fé.
Em todas as reuniões trazia longa relação de assuntos para verrumar a paciência dos companheiros.
- Senhor Macedo – dirigia-se ao diretor dos trabalhos doutrinários -, qual o seu modo de ver, relativamente à minha profissão? Não considera que estou prejudicado? Poderia estudar mais, aplicar-me à Boa Nova, com outro ânimo, se minhas atividades fossem diferentes. Como entende o meu caso?
O interpelado, esboçando embora um gesto de estranheza, respondi, calmo:
- De mim mesmo, Pessanha, estou convencido de que a criatura pode atender ao Senhor, em qualquer parte. A boa-vontade, quando aliada à paciência, faz verdadeiros milagres no aproveitamento dos minutos.
Antes, todavia, de ponderar o valioso conteúdo da observação, transferia Bonifácio o assunto a um terceiro:
- Mas você, Tinoco – dirigia-se, inquieto, a outro companheiro -, não considera o meu tempo muito escasso? Torna-se muito difícil atender à Doutrina em minhas condições. Meus chefes de serviço são extremamente rigorosos. Imagine que não disponho de ocasião para compulsar um livro. Que conclui você de meus obstáculos?
Tinoco sorria e observava:
- Pessanha, nada posso acrescentar ao parecer do nosso amigo. Não devemos forçar as situações entendendo a necessidade da experiência pessoal. Estamos neste mundo para aprender algo de útil e nada conheceremos realmente, sem agir por nós mesmos.
Pretendia Bonifácio estender as indagações; no entanto, os trabalhos espirituais foram declarados abertos e era necessário manter atenção e silêncio.
Terminada a reunião, prosseguia ele, firme, interrogando sempre, quanto a todos os problemas corriqueiros do dia e se alguém lhe recordava os conselhos do orientador espiritual, costumava responder que precisava perguntar por prudência, desse modo acobertando a preguiça mental com expressões de virtude.
Na sessão seguinte, voltava desatento, dirigindo-se ao diretor da casa:
- Senhor Macedo, que me diz do tratamento de minha filha Zina? Acho-me em dúvida se prossigo com a homeopatia ou se me decido pela alopatia. Que pensa o senhor de minha situação?
- Ora, Pessanha – esclarecia o confrade, pacientemente -, isto é questão de foro íntimo, de preferência individual. No capitulo da assistência à saúde, cada um tem o seu campo de confiança.
Bonifácio, irrequieto, voltava-se para D.Eponina, médium do grupo, inquirido:
- E a senhora? Que me diz? Não concorda em que eu deva mudar a medicação?
A interpelada, num gesto fraternal, atendia, solícita:
- Meu amigo, creio que nos constitui uma obrigação perseverar até ao fim, no que respeita a qualquer serviço médico. Entretanto, sou constrangida a reconhecer que todos nós solucionamos os nossos problemas, de modo particular.
Bonifácio, contudo, parecendo impermeável, em razão do vicio de apoiar-se nos outros, não assimilava as lições de toda hora, ao contacto de companheiros encarnados e desencarnados. E não curou a mente enfermiça. Até que a morte se lhe abeirou do leito de aflitiva expectação.
No círculo das últimas provas, agravou-se-lhe a mania. Enredava os companheiros que comparecessem à visitação afetuosa, em extensos inquéritos, cheios de enigmas insolúveis. Quase todos os amigos lhe recomendavam o uso da oração ou lhe pediam procurasse o socorro de Juliano, o abnegado mentor espiritual.
A mente do enfermo vagava, apressada, num torvelinho de indagações, mas a morte trabalhava, serena, arrebatando-o, devagarzinho, da esfera material.
Em certo instante, compreendeu Pessanha que não mais se achava no aposento corpóreo. Todavia, não conseguiu discernir a paisagem circundante.
Tinha agora os olhos enevoados, os pés inertes, as mãos imóveis.
Perdera, sobretudo, a noção de equilíbrio.
Acabrunhado, começou a orar, com uma espontaneidade e firmeza que antes conhecera. Rogava a Juliano lhe esclarecesse o coração, lhe curasse as dores e lhe restituísse os movimentos. Quando terminou a prece fervorosa, a voz do prestimoso amigo se fez ouvir, nas sombras que o rodeavam, murmurando com lamentosa entonação:
- Ah! Pessanha, Pessanha! Agora é muito difícil mobilizar-te os pés, as mãos e a cabeça que teimaste em não usar. Fugiste à ginástica da luta humana que adestra a alma para as esferas mais altas. Não peças, por enquanto, as emoções da Espiritualidade Superior: roga o regresso ao livro do mundo, retornando às lições benditas da experiência necessária. Quanto ao mais, conserva a paciência e a coragem, nas aflições de hoje, porque, em verdade, o homem que não percorre os roteiros justos, no aprendizado da vida, esbarra, fatalmente, nos labirintos da morte.

Livro: Pontos e Contos Psicografia Francisco Cândido Xavier - Pelo espírito: Irmão X

sábado, 6 de dezembro de 2008

VÁRIOS MODOS DE COMUNICAÇÃO


As comunicações inteligentes entre os Espíritos e os homens podem dar-se por sinais, pela escrita e pela palavra.
Os sinais consistem no movimento significativo de certos objetos e, mais freqüentemente, nos ruídos ou golpes vibrados. Quando esses fenômenos têm sentido, não permitem dúvidas quanto à intervenção de uma inteligência oculta, por isso que se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
Sob a influência de certas pessoas, designadas pelo nome de médiuns e, algumas vezes espontaneamente, um objeto qualquer pode executar movimentos convencionados, vibrar um determinado número de pancadas e assim dar respostas pelo sim e pelo não ou pela designação das letras do alfabeto.
As pancadas podem ser ouvidas sem nenhum movimento aparente e sem causa ostensiva, quer na superfície, quer nos próprios tecidos dos corpos inertes, numa parede, numa pedra, num móvel ou em qualquer outro objeto. De todos esses objetos, por serem os mais cômodos, dada a sua mobilidade e pela facilidade com que nos colocamos em sua volta, são as mesas os mais freqüentemente utilizados: daí a designação geral do fenômeno pelas expressões triviais de mesas falantes e de dança das mesas, expressões que convém banir, primeiro pelo que têm de ridículo, depois porque podem induzir em erro, levando a crer que, nesse particular, as mesas tenham qualquer influência especial.
Daremos a este modo de comunicação o nome de sematologia espírita, expressão que dá uma perfeita idéia e compreende todas variedades de comunicações por sinais, movimento de corpos ou pancadas. Um de nossos correspondentes propunha-nos se designasse especialmente este último meio, o das pancadas, pelo vocábulo tiptologia.
O segundo modo de comunicação é a escrita. Designá-lo-emos pelo nome de psicografia, igualmente empregado por um correspondente.
Para se comunicarem pela escrita, os Espíritos empregam como intermediários certas pessoas dotadas da faculdade de escrever sob a influência da força oculta que as dirige e que obedecem a um poder evidentemente estranho ao seu controle, pois não podem parar nem prosseguir à vontade e, na maioria dos casos, não têm consciência do que escrevem. A mão é agitada por um movimento involuntário, quase febril; tomam o lápis malgrado seu e assim o largam: nem a vontade, nem o desejo podem fazer prosseguir, caso não o devam fazer. Eis a psicografia direta.
Também a escrita é obtida pela só imposição das mãos sobre um objeto colocado de modo conveniente e munido de um lápis ou qualquer outro instrumento para escrever. Os objetos mais geralmente empregados são as pranchetas ou as cestas convenientemente preparadas. A força oculta que age sobre a pessoa transmite-se ao objeto, o qual se torna, destarte, uma espécie de apêndice da mão e lhe imprime um movimento necessário para traçar os caracteres. Eis a psicografia indireta.
As comunicações transmitidas pela psicografia são mais ou menos extensas, conforme o grau da faculdade mediadora. Uns apenas obtêm palavras; noutros a faculdade se desenvolve pelo exercício e escrevem frases completas e, por vezes, dissertações desenvolvidas sobre assuntos propostos ou abordados espontânea-mente pelos Espíritos, sem que se lhes tenha feito qualquer pergunta.
Às vezes a escrita é clara e legível; outras, só é decifrável por quem a escreveu; este então a lê por uma espécie de intuição ou dupla vista.
Pela mão da mesma pessoa a escrita às vezes muda, em geral de maneira completa, com a inteligência oculta que se manifesta; e o mesmo tipo de letra se reproduz sempre que se manifesta a mesma entidade. Isto, entretanto, nada tem de absoluto.
Os Espíritos transmitem por vezes certas comunicações escritas sem intervenção direta. Neste caso os caracteres são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou não. Como é útil que cada coisa tenha o seu nome, a fim de nos podermos entender, chamaremos a tal modo de comunicação escrita, espiritografia, para a distinguir da psicografia, ou escrita obtida por um médium. A diferença desses dois vocábulos é fácil de apreender. Na psicografia a alma do médium representa, necessariamente, um certo papel, pelo menos como intermediário, ao passo que na espiritografia é o Espírito que por si age diretamente.
O terceiro modo de comunicação é a palavra. Certas pessoas sofrem nos órgãos vocais a influência de um poder oculto, semelhante ao que se faz sentir na mão dos que escrevem. Transmitem pela palavra tudo aquilo que os outros fazem pela escrita.
Como as escritas, as comunicações verbais se dão por vezes sem a mediação corpórea. Palavras e frases podem soar aos nossos ouvidos e em nosso cérebro sem causa física aparente. Os Espíritos também nos podem aparecer em sonho ou no esta­do de vigília e dirigir-nos a palavra, para nos darem avisos e instruções.
Para seguir o mesmo sistema de nomenclatura adotado para as comunicações escritas, deveríamos chamar a palavra transmitida pelo médium, de psicologia e a que provém diretamente do Espírito, espiritologia. Mas o vocábulo psicologia já tem uma acepção conhecida e não a podemos transformar. Chamaremos, pois, todas as comunicações verbais de espiritologia: as primeiras serão a espiritologia mediata e as últimas a espiritologia direta.
Dos vários meios de comunicação é a sematologia o mais incompleto. É muito lento e só dificilmente se presta a desenvolvimentos de certa extensão. Os Espíritos superiores não o empregam de boa vontade, já pela lentidão, já porque as respostas sim ou não são incompletas e sujeitas a erros. Para o ensino preferem as mais rápidas: a escrita e a palavra.
A escrita e a palavra são, com efeito, meios mais completos para a transmissão do pensamento dos Espíritos, seja pela precisão das respostas, seja pela extensão do desenvolvimento que comportam. Tem a escrita a vantagem de deixar traços materiais e de ser um dos meios mais adequados de combate à dúvida. Aliás, não temos a liberdade de escolha: os Espíritos comunicam-se pelos meios que julgam adequado: e este depende das aptidões.
Revista Espírita de Allan Kardec
Janeiro, 1858