sexta-feira, 31 de julho de 2009

VIDA EM OUTROS PLANETAS


Quase todo o tipo de perguntas já se formulou a Chico Xavier, ao longo de seu mediunato, no transcorrer desses últimos setenta e poucos anos. Sobre a vida noutros planos da criação, não apenas em nossa galáxia, mas em todo o ilimitado império do Criador, mais de uma vez se lhe tem indagado.
Porém, a pergunta mais direta que se lhe fez seja, talvez, a que lhe formulou Fernando Worm e que consta de seu livro, Janela Para a Vida, e que embute em si mesma todo um implícito conteúdo e pronfunda reflexão. Ei-la:
P: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, além do Sol, são astros do nosso sistema solar que poderiam abrigar a vida em suas variadas manifestações. Você confirma que lá existem formas de vida mais ou menos densas em conteúdo perispiritual, ou seja, mais ou menos evoluídas que a nossa própria?
R: “Uma gota d’água comum é um mundo microscópico, intensamente habitado. Não existem planetas vazios de vida, mas as formas de manifestações da vida variam ao infinito e não nos serviria a penetração num terreno de discussões inoportunas ou estéreis.”
Refletindo sobre a pergunta e a respectiva resposta, não é difícil a ilação de que muita matéria está envolvida e que, no que tange à resposta, Chico fez questão de não desenvolvê-la, mais uma prova de sua proverbial humildade e por respeito aos homens de ciência, aos quais jamais gostaria de parecer pretensioso, como, aliás, sempre procedeu. Sabe-se, porém, que, se quisesse, poderia estender, cientificamente, com exatidão, a resposta.
Dentre outras coisas, poderia ter dito: se numa simples gota d’água pululam milhares de corpúsculos, detectados hoje pela própria ciência dos homens, tendo, pois, sua profunda razão de ser, que não se dirá da imensidade do universo físico, cuja última descoberta científica contém cerca de 25 bilhões de galáxias, sem se falar no universo espiritual ainda mais extenso, supõe-se?
Você deve estar com a razão, Chico!
Você definiu muito bem: “Não existem planetas vazios de vida, mas as formas de manifestação da vida variam ao infinito...”!
É isso!
Jornal Folha Espírita - Março/2000

quinta-feira, 30 de julho de 2009

SEMINÁRIO


quarta-feira, 29 de julho de 2009

RETRATO MORAL

Em um dos nossos diálogos à luz da imortalidade, discutíamos sobre a questão do juízo que as pessoas costumam formar a nosso respeito ou, então, que costumamos formar a respeito dos outros, à distância das dificuldades que os inclinam a agir desta ou daquela maneira.
Cada um emitia a sua opinião, quando, para nossa alegria, veio participar de nossa roda o amigo José Petitinga, valoroso confrade da Bahia. Ouvindo-nos as observações, solicitou-nos vênia para falar:
- Sou de opinião que todo homem, em seu atual estágio evolutivo, é capaz tanto de feitos que o elevem à altura dos anjos quanto daqueles que o rebaixem ao nível dos seres mais embrutecidos. Ninguém ainda é totallmente bom, como também não é integralmente mau ...
Por isto, na maioria das vezes, opiniões tão díspares em torno de uma mesma pessoa. Um salteador será inimigo da sociedade, mas para aqueles que protege na favela será um benfeitor. Por determinado ângulo, os que nos criticam têm razão e, por outro, igualmente têm razão os que nos admiram...
O homem que as circunstâncias compelem a ser herói, pode efetivamente não possuir a nobreza de caráter que dele se espera nas atitudes do cotidiano, qual aqueloutro que, vítima de um acesso de cólera, age, na invigilância de um minuto, à semelhança de contumaz malfeitor.
Após breve pausa em sua palavra lúcida, Petitinga concluiu:
- Os outros, tanto no bem quanto no mal, não são, portanto, o que imaginamos que sejam. Estando a caminho da perfeição, experiências as mais variadas nos espreitam a cada passo, ensinando-nos um pouco mais a respeito de nós mesmos.
No episódio da cruz, ao topo do monte, temos o retrato moral da Humanidade, em que o Cristo simboliza o Homem do porvir, entre Dimas e Gestas, o bom e o mau ladrão ...
Em Dimas, o homem essencialmente bom na transitoriedade do mal, e em Gestas, o homem transitoriamente mau na essencialidade do bem. Ao centro, Jesus Cristo na sublimidade do Amor que não se altera, na mais perfeita integração da criatura com o Criador! ... Ramiro Gama

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O APEGO EFETIVO


Em carta, Chico Xavier explica-nos os antecedentes da mensagem referente ao apego afetivo no meio familial:
“Na noite anterior a uma de nossas reuniões públicas estivemos juntos, provavelmente umas cinqüenta pessoas, num encontro amigo dedicado ao culto do Evangelho no lar. É o assunto dessa reunião doméstica foi a dificuldade para nos separarmos dos laços de família quando os entes amados escolhem caminhos diversos dos nossos. Como era natural, o tema foi ardentemente debatido. E, na noite seguinte, antes da sessão pública, associando-se-nos irmãos de outras localidades, o assunto prosseguiu.
Iniciadas as nossas tarefas O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, claramente colocado nas apreciações em foco. E, ao fim da reunião, o nosso abnegado Emmanuel nos deu a página intitulada “Desvinculação”, que envio ao caro amigo no, esperança de que ela nos sirva aos estudos e reflexões habituais.”.

DESVINCULAÇÃO

Emmanuel

Para muitos companheiros na Terra a desvinculação no campo afetivo é prova difícil.
Desligamento do grupo familiar, distância da convivência.
Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.
***
Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer.
Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranqüilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio. Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.
***
Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.
Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
Assim nos expressamos porque freqüentemente a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.
Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.
***
Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições, entretanto, por mais no doa ao coração — muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes.
Bendize e auxilia sempre.
Os que partem ou se te separam da estrada, no dia-a-dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.

NO TREM DOS ESTUDANTES

Irmão Saulo

Emmanuel coloca o problema da desvinculação afetiva em dois planos: o do afastamento de pessoas queridas que se retiram do lar e o da partida para “outros e novos níveis de espaço e tempo”. Em ambos os casos rompe-se o vínculo da convivência. Em ambos os casos há sofrimento moral de parte a parte. O assunto é tratado no item 9 do capítulo ZIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, e ali encontra-mos o seguinte aviso aos que sofrem: “As grandes provas são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus”.
O desastre do Trem dos Estudantes, em 8 de junho de 1972, entre Suzano e Jundiapeba, inclui-se no capítulo das provas coletivas. Além dos mortos e feridos estão sofrendo essa prova os familiares duramente atingidos, os amigos e colegas das vitimas. A tragédia caiu sobre verdadeira multidão. Estamos em face de um processo de desvinculação em massa. Quantos lares enlutados pela perda de entes queridos, quantos corações dilacerados, quantos espíritos aturdidos pela brutalidade da ocorrência'.
O que mais impressiona é o número de jovens que tiveram sua vida bruscamente cortada, quando a caminho da escolas superiores que cursavam em Mogi das Cruzes. Tudo è isso parece aterrador, desnorteante, como se estivéssemos num mundo caótico, sem ordem, sem lei, sem Deus. Não obstante, o Universo nos responde com a ordem absoluta das suas leis que tudo regem, desde a relva humilde na Terra até às constelações gigantescas no infinito.
Nada acontece por acaso. Tudo resulta da lei de causa e efeito. E todo efeito tem um sentido: o da evolução. Todos somos espíritos faltosos e sofremos as provas que pedimos antes de encarnar. Temos dívidas coletivas a resgatar. Mas além do resgate espera-nos a liberdade, a paz, o progresso. Os jovens que morreram foram poupados de sofrimentos futuros numa vida em que a doença, a velhice e a morte são o salário de todos nós.
Transferidos para a Vida Maior, que realmente corresponde às suas necessidade e à sua natureza, são todos eles seres espirituais e não materiais. Agora precisam da compreensão dos pais, dos irmãos, dos amigos e colegas que deixaram na Terra. Precisam de paz, de preces, de bons pensamentos, das vibrações de sincera amizade para se recuperarem em espírito.

Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos

domingo, 26 de julho de 2009

DEUS É ESPÍRITO

Se Deus é perfeito e é Espírito, não podemos compará-lo com as formas mutáveis. E sob o empuxo do progresso, tudo que existe na imensidão indescritível do universo, do átomo ao ninho cósmico, é, pois, criação ideada pelo seu poder fantástico, que ainda não podemos perceber, por nos faltarem sentidos para isso. Estamos limitados, ou condicionados, no mínimo das nossas forças, que por enquanto dormem no centro da nossa consciência, sem poder participar dos nossos mais profundos interesses.
Somos crianças em comparação às grandes almas. Crivamos de perguntas, por vezes, de pouco interesse, aqueles que achamos situados em grau mais elevado do que nós, com fome e sede de saber, em se referindo às coisas do Espírito, e nem sempre avaliamos a luz que realmente suportamos, pelas trevas que ainda nos circundam. Se todo pedido é uma oração, na filosofia do Espírito, a resposta não se faz esperar e vem gota a gota para nos conscientizar da existência da bondade divina e do amor que Ele dispensa a todas as criaturas.
Já falamos muitas vezes, repetindo a fala dos benfeitores maiores, que Deus é uma personalidade individual, e não o conjunto de todas as coisas criadas por Ele. Entretanto, Ele, a majestosa força divina, está em toda parte por meios que desconheces, por se tratarem de fluídos sutis operando em uma faixa que somente as grandes almas poderão constatar, pelos poderes inerentes às suas perfeições.
A primeira idéia de se comparar a natureza como sendo diretamente Deus, é que ela manifesta em todas as suas nuances, perfeita harmonia em todos os sentidos da sua atuação, porém, cabe a nós pesquisar e entender, descobrir e divulgar, que toda essa simetria é participação das leis criadas por Ele, no vigor da sua mente incomparável. É pois, a sua imagem, como um canal de televisão que reflete no vídeo a perfeita estrutura do real, sendo que, no caso com a Divindade, a perfeição é a tônica do ambiente. As imagens do Senhor são vivas e demonstram os seus mais puros atributos, nunca falhando nos seus mais delicados cinetismos, no sustentar da vida, O visual do infinito não é Deus na sua unidade perfeita, como o quadro não é o pintor.
Comparando a obra com o autor, a primeira constitui um pálido reflexo da sua personalidade, viva e distinta no lugar que ocupa.
Parece que estamos falando muito sobre o Grande Arquiteto do Universo, mas esse é o nosso interesse, porque falar de Deus e viver na sua vibração constante é a coisa mais sublime da vida. Admiramos muito o Deus lhe pague,o Deus lhe ajude, o vai com Deus e A paz do Senhor seja convosco, muito usados pelos homens. São mantras sagrados que nos cobrem de luz, quando pronunciados com amor e respeito. A Doutrina que faz de Deus um ser material, o faz por falta de notícias do mais além, ou por medo de pesquisar a verdade e seguir as rotas do progresso, que faz caírem os véus na gradação das forças humanas e espirituais. Nada devemos temer, desde que estejamos em planos de mutações para o nosso próprio bem.
O mundo espiritual que nos dirige, nos atende de acordo com as nossas necessidades, e não deixa de guiar e instruir quem verdadeiramente deseja aprender. Não devemos esquecer que Deus é um sol de vida, que alimenta e dirige todas as vidas saídas das suas mãos luminosas e perfeitas.
Pelo espírito Miramez

terça-feira, 21 de julho de 2009

O PÃO DO ESPÍRITO


E o doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.”(Atos, 6:2)”.
Consumada a crucificação de Jesus, os apóstolos fundaram uma instituição assistencial denominada "Casa do Caminho", onde abrigavam e socorriam necessitados de todos os matizes.
Esse resfriamento na difusão da Boa Nova levou o grupo de apóstolos a urna reflexão mais profunda, com base naquilo que um dos evangelistas havia registrado: "Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram." (João 6:48/49). Em face de essa situação os apóstolos se reuniram em conselho e deliberaram pedir aos discípulos que escolhessem sete homens íntegros e capazes, a fim de atenderem à tarefa assistencial, liberando-os para a propaganda dos ideais cristãos.
Estevão foi um dos escolhidos para essa espinhosa missão, desempenhando-a até o dia quando foi violentamente retirado da "Casa do Caminho" e apedrejado, com a aquiescência de Paulo de Tarso.
É de relevante importância esta passagem contida nos Atos dos Apóstolos, mostrando
que não se deve procurar socorrer apenas com o pão material, uma vez que é o pão espiritual que sacia toda a fome de conhecimento, levando a criatura à reforma íntima que o Cristo definiu como sendo a conquista do Reino dos Céus.
É inegável que, se os apóstolos tivessem circunscrito suas atividades apenas à "Casa do Caminho" teriam equacionado os problemas de alguns poucos homens, porém, como decorrência a Humanidade teria ficado privada de uma série de ensinamentos, principalmente aqueles contidos nas Epístolas de João, de Pedra e de Tiago. '
O mesmo fenômeno ocorreu com relação a Jesus Cristo. Sendo o médico das almas é óbvio que a finalidade precípua da sua missão na Terra, foi dirigida no sentido de operar nos homens a cura espiritual, a cura de efeito permanente. Curando alguns poucos enfermos do corpo, o seu objetivo era atrair a atenção das massas, para que a semente generosa da sua Doutrina germinasse nos corações de uma quantidade muito maior de homens. O Mestre suspirava pelas curas de conseqüências morais, como o foram aquelas operadas em Maria Madalena, Maria de Betânia e em Zaqueu.
É indubitável que a assistência social dispensada pela "Casa do Caminho" constituía um aspecto importante no quadro da divulgação do Cristianismo, entretanto, o efeito nesse setor era bastante circunscrito e 'dificilmente passaria dos limites da região que lhe servia de sede.
A verdadeira propaganda somente poderia ser exercida através da palavra levada a todos os centros, e isso foi feito graças à inspirada deliberação dos apóstolos, que acharam "que não era razoável servir as mesas, em detrimento da divulgação da palavra de Deus."
A pregação dos apóstolos teve como cenário principal à cidade de Jerusalém, onde eles tiveram residência ordinária até o ano 60, entretanto, também fizeram visitas a outras cidades circunvizinhas, no mister de divulgar o Cristianismo. A tarefa de levar a palavra de Jesus a todo o mundo conhecido coube ao apóstolo Paulo, cuja missão transcendental se destaca mais e mais a nossos olhos, à medida que os séculos se esvaem.
Paulo de Tarso compreendeu a extensão das palavras de Jesus em torno do Pão Espiritual, e levou asa centenas de comunidades, não esquecendo Atenas e Roma, que eram as cidades mais importantes do mundo, naquela época.
O povo israelita vivia empolgado pela ocorrência registrada em Êxodo, Cap. 16, onde se lê que Deus fez cair pão do Céu para aqueles que estavam famintos no deserto, alimentando-os desta forma durante muitos anos. Apesar da produção desse fenômeno, os judeus nada haviam melhorado e após a solução do problema do pão, passaram a exigir de Moisés a solução do problema da água: "Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos e ao nosso gado?" (Êxodo 17:3).
Quando do advento de Jesus Cristo o mesmo povo ainda estava em pleno endure
cimento, procurando-o para dizer-lhe: "Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito. Deu-lhes a comer o pão do céu" (João, 6:31), o que levou o Mestre a esclarecer: "Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dará o verdadeiro pão. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida, aquele que vem a mim não terá fome."
O pão verdadeiro, representado pelos ensinamentos evangélicos, é o pão do qual a Humanidade não' pode prescindir - o único que alimenta espiritualmente o homem, propiciando-lhe meios de sentir e viver aquilo que o Evangelho preceitua, apressando deste modo a sua evolução espiritual rumo a uma superior destinação e, equacionando os problemas de todos os matizes que o acometem.
Revista O Semeador – Abril de 1981

domingo, 19 de julho de 2009

SAÚDE


A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador, ou de um instrumento que reproduz em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam.
A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.
Semelhante descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.
A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.
É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.
Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.
Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo a pesados tributos de sofrimento.
Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos Constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos. Nesse trabalho de permuta constante adquirimos imensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variegados caracteres, compelindo-nos a recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência.
Mas não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes.
Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.
Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas; acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias.
Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são conseqüentes.
(EMMANUEL - Pensamento e Vida, FCXavier)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MENSAGEM DO ALÉM




Emmanuel

Irmã, que a Paz do Senhor nos felicite os corações.
Mediunidade com Jesus é serviço aos semelhantes.
Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.
Aqui, alguém fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da Verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas do próximo, semeando consolações.
Contudo, é o mesmo poder que opera em todos.
É a divina inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por reerguer-nos da condição de inferioridade ou de sofrimento ao título de herdeiros do Eterno Pai.
E nessa movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o título convencional do mundo, qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si, não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.
Em razão disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes apreciar o desdobramento, vale mais a consagração do trabalhador à caridade legítima, em cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser encontradas.
Quem desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.
Dar para receber.
Auxiliar para ser amparado.
Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a Divindade do Amor.
Eis a lei que impera, igualmente, no campo mediúnico, sem cuja observação o colaborador da Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de Vida Eterna.
Espírito algum construirá a escada de ascensão sem atender as determinações do auxílio mútuo.
Nesse terreno, portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã rediviva, porque não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênção da luz, tanto quanto não vale possuir charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da sementeira.
A tarefa pede fortaleza no serviço com ternura no sentimento.
Sem um raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno para socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada para a frente.
Os golpes da sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e imprescindível se torna, ao instrumento humano das Verdades Divinas, armar-se convenientemente na fé viva e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos do ministério a que foi convocado.
Age, assim, com isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado de curar.
Estende as tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmã dos infortunados, convicta de que o Senhor é o Manancial de todas as Bênçãos.
O lavrador semeia, mas é a Bondade Divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o fruto. É indispensável marchar de alma erguida para o Alvo, vigiando, embora as serpes e os espinhos que povoam o chão.
Diversos amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da Esfera Espiritual, de maneira imediata.
Não importa que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de extrema simplicidade.
O Mestre Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava administrar os dons celestiais sob um teto emprestado; além disso, encontrou os companheiros mais abnegados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da natureza.
Não te apoquentes, minha irmã, e segue com serenidade.
Claro está que ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.
A mediunidade é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida, calvário acima, os acúleos se transformam em flores e os braços da cruz se convertem em asas de luz para a alma livre na Eternidade.
Não desprezes a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.
A carne é uma estrada breve.
Aproveitemo-la sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.
Em suma, ser médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Divino Mestre.
E foi Ele que nos descerrou a realidade de que somente alcançam a Vida Verdadeira aqueles que sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus tutelados e filhos de Deus na Terra.
Segue, assim, para diante, amando e servindo.
Não nos deve preocupar a ausência de alheia compreensão. Antes de cogitar do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme o Amigo Celeste nos ensinou.
Que Ele nos proteja, nos fortifique e abençoe.

LIVRO: MENTORES E SEAREIROS - Francisco Cândido Xavier e Autores Diversos

terça-feira, 14 de julho de 2009

MUNDO DE EXPIAÇÃO E PROVA



Recorremos à prece, ausentamo-nos por um tempo às ansiedades e cuidados inerentes a uma missão, dirigida sobre uma esfera inferior, procuramos a harmonia da esfera de adoração, o repouso perto dos Bem-aventurados, porque devemos fortalecer-nos, a fim de evitar a tristeza e não afrouxar a nossa tarefa. ó vós que percorrestes os antros do vício, os refúgios da miséria, os recantos insalubres, vós que, tomado de desfalecimento e desespero diante de uma tal diversidade de males horrorosos, vos sentistes abatido e impotente para aliviá-los, tal era a vossa incapacidade, para trazer remédios eficazes - supondes erroneamente que não sentimos também ainda mais pungentes mágoas que as vossas, pois vemos com melhor clarividência as causas da dor, do crime, do desespero, e as hordas dos seres atrasados, artífices do pecado, que não nos são ocultas. Nada nos escapa, nem a miséria material, nem a tentação espiritual. Não nos associamos a vós sem respirar o ar do vosso ambiente, sem aspirar de algum modo o sopro da maldição.
O que experimentais ao contacto das impurezas e pungentes misérias das vossas cidades populosas, nada é comparado ao gélido estremecimento que se apodera de nós à aproximação da vossa sórdida atmosfera. Deixamos os ciclos de luz, de pureza, de beleza; separamo-nos dos seres aperfeiçoados, ativos e vibrantes de harmonia, para acharmo-nos no meio de um povo desobediente, incrédulo, votado ao materialismo, morto para a influencia espiritual. Aqueles que entre vós nos ouvem, até um certo ponto, só Amam das nossas palavras o que lhes agrada, e afastam-se quando se lhes pede o esforço que deve erguê-los da Terra e levá-los a um plano superior. A história de Jesus renova-se. Os homens seguemnos enquanto a sua curiosidade está excitada ou o seu interesse pessoal está em jogo; mas quando queremos suprimir o elemento egoísta e tratar dos fatos eternos, eles se afastam por incapazes de compreender. E assim os benefícios que trazemos são rejeitados com ingratidão, e a perspectiva de um mau êxito aumenta a nossa aflição.
Então nos refugiamos na paz serena, para tornar a voltar cheios de harmoniosos eflúvios das esferas que nos sustêm nesses labores, em um mundo sem alegrias e entre um povo ingrato.
Eu nunca tinha até então recebida comunicação moldada como esta no cunho da fraqueza humana, expressa com um acento quase desesperado. O tom de dignidade que bordava as precedentes comunicações parecia estar acima do da Terra. Nada é mais admirável na atitude e nas palavras de Imperator do que a sua absoluta superioridade em relação às fraquezas, aos cuidados mesquinhos e aos negócios terrestres. Parecia mover-se, como o fazia em verdade, em um outro mundo, ele tão desinteressado das coisas absorventes para nós outros, e que lhes era mesmo superior, pois as suas idéias tinha-as vastas e fixas sobre os assuntos de interesse capital. Entretanto, afligia-se e compadecia-se dos nossos desfalecimentos sem impressionar-se com as rajadas das paixões humanas. Ele estava no mundo, mas não era do mundo, trazendo de uma região serena algo da sua paz. Notei a mudança da sua linguagem. (Deram-me esta resposta:)
Compadecemo-nos, mas não desanimamos. Pronunciamos estas palavras para saberdes que sacrificamos alguma coisa e somos acessíveis aos sentimentos que vos (dirigem. Sofremos da agonia mental e da aflição espiritual. Sentimos espasmos tão reais como os que vos dilaceram o coração. Se não fôssemos, como dizeis, humanas as nossas simpatias, não poderíamos penetrar as vossas necessidades. Sabereis também um dia que, por uma lei ainda por vós desconhecida, o Espírito voltado a Terra;apodera-se do tom humano, que perde logo ao afastar-se dela, de modo que se adapta à Terra e às idéias humanas.
Os avisos que me haviam dado a propósito dos fenômenos físicos foram renovados com o conselho de me ,recolher. Além de tudo, fui advertido de não me filiar a ;Círculos sem coesão, salvo para observar manifestações que eu quisesse descrever e publicar.

domingo, 5 de julho de 2009

A FORÇA DE DEUS




Novamente surge o mundo molecular, para fazerem-se entender as questões da forma física e a sua expressão característica. Quando falamos da molécula primitiva, como narra “O Livro dos Espíritos””, é para se entender a matéria primitiva indivisível, e não a molécula divisível conhecida pelos homens. É necessário que nos reportemos à linguagem antiga, para melhor entendimento dos assuntos ventilados.
É de bom alvitre que percebamos a força de Deus em tudo o que existe e vive. A energia primitiva que circula em todo o universo toma formas variadas, de acordo com a vontade divina. Já começa a modificar-se ao desprender da forma geradora, e os Espíritos do Senhor, conhecedores da ciência eterna, trabalham em todas as operações de alta e baixa vibração da molécula primitiva, para que esta obedeça a todas as mutações que correspondem à vontade dominante, no grande laboratório da natureza.
Essa energia que recebe vários nomes ao aparecer nas telas dos conhecimentos humanos e espirituais, não muda nada por isso, é a mesma essência, sustentáculo da própria vida. No Oriente, os chineses a chamam de força Ki e os indianos de Prana, no Ocidente é conhecida por Éter Cósmico e pelos espiritualistas, como Hálito Divino, e assim sucessivamente, mas ela continua sendo o mesmo elemento primitivo, dirigido por Deus em toda a sua casa maior. Esse elemento, ao ser atraído pelo Espírito superior, mesmo encarnado, toma a forma e o caráter que os seus sentimentos lhe emprestam para determinada função, marcada pela sua compreensão.
Buscar mentalmente essa energia requer sabedoria. Familiarizar-se com essa energia divina é uma grande responsabilidade, porque ela pode nos servir para a tranqüilidade da consciência, bem como marcar em nossos caminhos duras provas, eis porque devemos usá-la na mais completa harmonia com Jesus Cristo.
O Espírito superior responde a Allan Kardec, “que tudo está em tudo”.
Ele sintetizou a mais profunda sabedoria nesta curta frase. As diferenças estão nas mutações operadas pela vontade, ambiente e vibrações, sendo o mesmo alicerce primitivo, que denominamos força de Deus.
Não existe erro na esquematização do Senhor. A harmonia é a tônica da vida. Quando descobrimos os caminhos dessa serenidade, respeitando todas as leis de Deus, desaparecem dos nossos roteiros os problemas, os infortúnios e as dores, e começamos a andar com pés firmes dentro do paraíso, onde a paz e a felicidade formam o clima comum de todos os seus habitantes.
Recebemos sempre o que merecemos. Quem reconhece a bondade de Deus não desconhece esta máxima. É bom e racional que devamos fazer por merecer as bênçãos do Senhor, ou então, que assimilemos essas bênçãos que caem sobre os homens como os raios do sol, dependendo de cada criatura aproveitá-las, na qualidade de estudante da verdade.
Se queremos entender a força de Deus e o movimento dela oriundo, que dá todas as características às moléculas primitivas ao se comporem e desfazerem em formas infinitas na grande seqüência eterna, que desperta a luz em tudo que existe e se move dentro da Criação, voltemos os olhos e o coração à escola do Cristo. Sem ela, difícilmente entenderemos os nossos deveres para que possamos cooperar, mesmo dentro dos nossos limitados recursos.
Se ainda sentimos dificuldade em perdoar o nosso irmão, que porventura nos ofende, se ainda alimentamos o orgulho e o egoísmo há milênios, em nossos corações, se ainda desconhecemos os valores da caridade e do amor a Deus e ao próximo, como conhecer os segredos profundos da natureza e de Deus?
Beijemos a Terra com gratidão e humildade, pelo que ela tem feito por nós, para depois elevarmos os olhos aos céus, cantando louvores na orquestração vivencial e neste ambiente de luz, a consciência nos facilitará meios de dialogar com a Inteligência superior.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

PERANTE O SEXO



Nunca escarneça do sexo, porque o sexo é manancial de criação divina, que não pode se responsabilizar pelos abusos daqueles que o deslustram.
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Psicologicamente, cada pessoa conserva, em matéria de sexo, problemática diferente.
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Em qualquer área do sexo, reflita antes de se comprometer, de vez que a palavra empenhada gera vínculos no espírito.
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Não tente padronizar as necessidades afetivas dos outros por suas necessidades afetivas, porquanto o amor seja luz uniforme e sublime em todos, o entendimento e posição do amor se graduam de mil modos na senda evolutiva.
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Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa.
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Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: "não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça".
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O trabalho digno que lhe assegure a própria subsistência é sólida garantia contra a prostituição.
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Não arme ciladas para ninguém, notadamente nos caminhos do afeto, porque você se precipitará dentro delas.
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Não queira a sua felicidade ao preço do alheio infortúnio, porque todo desequilíbrio da afeição desvairada será corrigida, à custa da afeição torturada, através da reencarnação.
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Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade.
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Não julgue os supostos desajustamentos ou as falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo entre duas pessoas, e, vendo duas pessoas unidas, você nunca pode afirmar com certeza o que fazem; e, se a denúncia quanto à vida sexual de alguém é formulada por parceiro ou parceira desse alguém, é possível que o denunciante seja mais culpado quanto aos erros havidos, de vez que, para saber tanto acerca da pessoa apontada ao escárnio público, terá compartilhado das mesmas experiências.
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Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber.

ANDRÉ LUIZ - (Sinal Verde, 26, CEC)