quarta-feira, 31 de março de 2010

LEMBRANDO ALLAN KARDEC


EM LEMBRANÇA AOS 141 ANOS DE DESENCARNE DE HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL – ALLAN KARDEC OCORRIDO EM 31 DE MARÇO DE 1869


Depois de se dirigir aos numerosos missionários da Ciência e da Filosofia, destinados à renovação do pensamento do mundo no século XIX; o Mestre aproximou-se do abnegado João Huss e falou, generosamente:

-Não serás portador de invenções novas, não te deterás no problema de comodidade material à civilização, nem receberás a mordomia do dinheiro ou da autoridade temporal, mas deponho-te nas mãos a tarefa sublime de levantar corações e consciências.

A assembléia de orientadores das atividades terrestres estava comovida. E ao passo que o antigo campeão da verdade e do bem se sentia alarmado de santas comoções, Jesus continuava.

-Preparam-se os círculos da vida planetária a grandes transformações nos domínios do pensamento. Imenso número de trabalhadores no mundo, desprezando o sentido evolucionário da vida, crê na revolução e nos seus princípios destruidores, organizando-lhe movimentos homicidas. Em breve, não obstante nossa assistência desvelada, que neutralizará os desastres maiores, a miséria e o morticínio se levantarão no seio de coletividades invigilantes. A tirania campeará na Terra, em nome da liberdade, cabeças rolarão nas praças públicas em nome da paz, como se o direito e a independência fossem frutos da opressão e da morte. Alguns condutores do pensamento, desvairados de personalismo destruidor, convertem a época de transição do orbe em turbilhão revolucionário, envenenando o espírito dos povos. O sacerdócio organizado em bases econômicas não pode impedir catástrofe. A Filosofia e a Ciência intoxicaram as próprias fontes de ação e conhecimento!...

É indispensável estabelecer providências que amparem a fé, preservando os tesouros religiosos da criatura. Confiante a sublime tarefa de reacender as lâmpadas da esperança no coração da humanidade.

O Evangelho do Amor permanece eclipsado no jogo de ambições desmedidas dos homens viciosos!... Vai, meu amigo. Abrirás novos caminhos à sagrada aspiração das almas, descerrando a pesada cortina de sombras que vem absorvendo a mente humana. Na restauração da verdade, no entanto, não esperes os louros do mundo, nem a compreensão de teus contemporâneos.

Meus enviados não nascem na Terra para serem servidos, mas por atenderem às necessidades das criaturas. Não recebem palmas e homenagens, facilidades e vantagens terrestres, contudo, minha paz os fortalece e levanta-os, cada dia... Muitas vezes, não conhecem senão a dificuldade, o obstáculo, o infortúnio, e não encontram outro refúgio além do deserto. É preciso, porém, erigir o santuário da fé e caminhar sem repouso, apesar de perseguições, perdidas, cruzes e lágrimas!...

Ante a emoção dos trabalhadores do progresso cultural do orbe terrestre, o abnegado João Huss recebeu, a elevada missão que lhe era conferida, revelando a nobreza do servo fiel, entre júbilos de reconhecimento.

Daí a algum tempo, no albor do século XIX, nascia Allan Kardec em Lyon, por trazer a divina mensagem.

Espírito devotado, jamais olvidou o compromisso sublime. Não encontrou escolas de preparação espiritual, mas nunca menosprezou o manancial de recursos que trazia em si mesmo. E, como se quisera demonstrar que as fontes do profetismo devem manar de todas as regiões da vida para sustentáculo e iluminação do espírito eterno, embora no quadro dos grandes homens do pensamento, estimou desferir os primeiros vôos de sua missão divina na zona comum onde permanece a generalidade das criaturas. Consoante a previsão do Cristo, a Revolução Francesa preparara com sangue o império das guerras napoleônicas.

Enquanto os operários da cultura moderna lançavam novas bases ao edifício do progresso mundial, o grande missionário, sem qualquer preocupação de recompensa ou exibicionismo, dá cumprimento à tarefa sublime. E foi assim que o século XIX, que recebeu a navegação a vapor, a locomotiva, a eletrotipia, o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cabo submarino, a anestesia, a turbina a vapor, o fonógrafo, a máquina de escrever, a luz elétrica, o sismógrafo, a linotipo, o radium, o cinematógrafo e o automóvel, tornou-se receptor da Divina Luz da revivescência do Evangelho.

O discípulo dedicado rasgou os horizontes estreitos do ceticismo e o plano invisível encontrou novo canal a fim de projetar-se no mundo, atenuando-lhe as sombras densas e renovando as bases da fé.

Alguns dos companheiros de luta espiritual, embora em seguida às hostilidades do meio, recebiam aplausos do mundo e proteção de governos prestigiosos, mas emissário de Jesus, no deserto das grandes cidades, trabalhava em silÊncio, suportando calúnias e zombarias, vencendo dificuldades e incompreensões.

Ao fim da laboriosa tarefa, o trabalhador fiel triunfara.

Em breve, a doutrina consoladora dos Espíritos iluminava corações e consciências, nos mais diversos pontos do globo.

É que Allan Kardec, se viera dos círculos mais elevados dos processos educativos do mundo, não esquecera a necessidade de sabedoria espiritual. Discípulo eminente de professores consagrados, como Pestalozzi, não esqueceu a ascendência do Cristo. Trabalhador no serviço da redenção, compreendeu que não viera à Terra por atender a caprichos individuais e sim aos poderes superiores da vida.

Sua exemplificação é um programa e um símbolo. Conquistando a auréola dos missionários vitoriosos, não se incorporou à galeria dos grandes do mundo, por que apenas indicasse o caminho salvador à humanidade terrestre.

Allan Kardec não somente pregou a doutrina consoladora; viveu-ª Não foi um simples codificador de princípios, mas um fiel servidor de Jesus e dos homens.

Irmão X
(Mensagem recebida em 22.9.42. Lida aos 3.10.1942,  durante a 3a. Concentração Espírita de São Paulo, no Ginásio do Pacaembu).
(De “Doutrina Escola”, de Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos)

terça-feira, 30 de março de 2010

SUPLÍCIOS DO ORGULHO



Para o orgulhoso relegado às classes inferiores, é suplício ver acima dele colocados, cheios de glória e bem-estar, os que na Terra desprezara.
Para a Doutrina Espírita existe uma escala baseada no grau de adiantamento do Espírito, de tal sorte que cada criatura, desde o início de sua criação, simples e sem conhecimento, vai galgando por seus méritos patamares mais elevados até atingir a soma de perfeições de que é suscetível. Assim é que os Espíritos Superiores admitem três grandes ordens: Imperfeitos, Bons e Puros. O orgulho é uma das características ainda da predominância da inferioridade, própria daqueles Espíritos matriculados na primeira ordem da escala evolutiva. É a manifestação do ego, acima de todas as coisas. Daí dizermos, que o egoísta pensa sempre, primeiro em si mesmo, antes do que nos outros. É a ausência da humildade. Parece-nos, todavia, que o egoísmo seja algo natural, inerente a toda pessoa humana, nas fases iniciais do entendimento, e que vai perdendo força, gradativamente, à medida que cresce em valores espirituais e morais.

Diante desse pressuposto doutrinário da progressividade do Espírito, a tendência natural é passar, do egoísmo à fraternidade. Tal mudança, no entanto, só ocorrerá proporcionalmente à maturidade do seu estágio de entendimento, adquirido nas muitas experiências pelos caminhos dos vários nascimentos físicos. Assim, se você, ao ver a felicidade dos bons, sofre de um incessante tormento, experimentando todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar, fatalmente, o egoísmo está ainda aceso. Não fique preocupado ! Todo ser percorre essa escala do progresso, mas um dia, todos conseguirão se modificar, cada qual, em seu ritmo próprio, pois a Perfeição relativa é meta obrigatória nas Leis Divinas.

Uma questão importante, com relação à mudança da vida terrena para a espiritual, é quanto aos nossos pensamentos. Ninguém na vida material pode desvendar-nos os pensamentos, a não ser que venhamos a expressá-los, pois eles são secretos. Assim, podemos guardar inúmeros segredos enquanto encarnados. Muita gente diz: "Vou levar para o túmulo tal fato" ... Quantas coisas que guardamos em segredo, que nem as pessoas mais íntimas ficam sabendo! Bem, isto apenas do ponto de vista material, porque, para os Espíritos, somos um livro aberto. Tudo que pensamos, projetamos em nossa psicosfera mental e aí, então, estamos descobertos. "Os Espíritos podem conhecer os nossos mais secretos pensamentos. Muitas vezes, eles sabem o que gostaríamos de esconder de nós mesmos. Nem atos, nem pensamentos lhes podem ser dissimulados." (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, q. 457). Por isso, que para a Justiça Cósmica, o infrator não precisa de defensor, como ocorre nas leis humanas, pois, não há como mascarar os pensamentos.

Destaque-se ainda que algumas decepções sofrem os Espíritos, imantados à vida material, ao se defrontarem com a realidade espiritual. Assim é que: aquele que na vida terrena agiu em plena devassidão dos costumes, despreocupado com os valores espirituais, não conseguindo continuar, nas mesmas condições das luxúrias desenfreadas, se vê exaltado nos seus desejos bestiais, sofrendo, com isso, os maiores tormentos; o avarento, obcecado na aquisição e no acúmulo de riquezas, sem entender, que na Terra, somos apenas mordomos, que um dia teremos que prestar contas da administração, ao desencarnar vê o inevitável esbanjamento de seus bens pelos herdeiros; enquanto que o egoísta, desamparado de todos, sofre as conseqüências da sua atitude terrena.

O Evangelho de Lucas retrata bem esta situação na Parábola do Rico e Lázaro. Um vivera dissolutamente, vestindo-se de púrpura e comendo regaladamente, enquanto o outro se servia da migalha de que lhe sobrara da mesa. Desencarnam. Um passa a viver o suplício consciencial, pois fizera como alvo da vida, apenas as conquistas de seus desejos materiais, esquecendo-se da vida da alma; o outro representa os que sofrem as agruras de débitos contraídos nas existências anteriores, mas que saldara suas contas para com a Lei. O rico contraiu dívida, e Lázaro pagara até o último ceitil. Assim, reequilibrara-se com as Leis Divinas.

O texto nos fala que o rico, em tormento, sentia sede, que, na realidade, era remorso pela vida dissoluta que levara. Estava no lnferno de sua consciência, e por isto, sofria muito. Em outras palavras, estava em desalinho com as Leis de Deus, porém, só temporariamente. Lázaro, por sua vez, conseguira, após uma vida de sacrifícios e dificuldades, sanar deficiências, corrigindo "equívocos" para aquela etapa de experiência. Este episódio, na realidade, retrata o processo evolutivo de todo ser humano até sua ascese (ascensão), no grau máximo do limite do discernimento. Tanto o rico, como Lázaro, simboliza o roteiro de crescimento do Espírito, desde a criação - simples e ignorante - na epopéia multimilenar da própria Humanidade. Neste mesmo sentido, Lucas anota também a parábola do Filho Pródigo e do Egoísta, que, igualmente, nos desperta para o processo evolutivo da Vida, mostrando-nos que, à medida que nos aproximamos de Deus, no vai-e-vem dos erros e acertos, vão brilhando os nossos potenciais. (Se inteirar sobre o assunto, no nosso livro, Filhos de Deus).

Desta forma, pelos dramas da consciência que se desenrolam na alma do devedor - temporariamente, é verdade - até o seu despertar, "nem a sede nem a fome lhe serão mitigadas, nem amigas mãos se lhe estenderão às suas mãos súplices; e, pois, que em vida só de si cuidara, ninguém dele se compadecerá na morte." (Allan Kardec, O céu e o inferno, 1ª. parte, As penas futuras, cap. VII). Isso é o que se passa na consciência da criatura, quando se vê no mundo espiritual. Sofre os males que acarretou aos outros; e como sofre por muito tempo, julga sofrer para sempre. É a idéia da pena eterna, ensinada aos crentes de diversas religiões.

segunda-feira, 29 de março de 2010

PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA


“Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa as noventa e nove e vai aos montes procurar a que se extraviou? E se acontecer achá-la, em verdade vos digo que se regozija mais por causa desta, do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim não é da vontade do vosso Pai que está nos Céus que pereça nenhum desses pequeninos.”
(Mateus, XVIII, 12-14 – Lucas, XV, 3-7.)

Esta imaginosa parábola parece ser o solene protesto da má interpretação que os sacerdotes têm dado à palavra do Cristo. Não há muito, escreveu-nos um padre romano ser estultícia negar as penas eternas do Inferno, quando nos Evangelhos encontramos, no mínimo, quinze vezes a confirmação dessa eternidade; e conclui que ela não é ensino da Igreja, mas ensino do próprio Evangelho.
Jesus previa certamente que seus ensinos e pensamento íntimo seriam desnaturados pelos homens constituídos em agremiações religiosas, e quis, de certa forma, deixar bem patente aos olhos de todos que Ele não poderia ser Representante de um Deus que, proclamando o amor e a necessidade indispensável do perdão cara remissão dos pecados, impusesse, aos filhos por Ele criados, castigos infindáveis, eternos.
A parábola mostra bem claramente que as almas transviadas não ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas furnas onde medram os abrolhos. Como a ovelha desgarrada, elas serão procuradas, ainda mesmo que seja preciso deixar de cuidar daquelas que atingiram já uma altura considerável, ainda mesmo que as noventa e nove ovelhas fiquem estacionadas num local do monte, os encarregados do rebanho sairão ao campo em procura da que se perdeu.
O Pai não quer a morte do ímpio; não quer a condenação do mau, do ingrato, do injusto, mas sim a sua regeneração, a sua salvação, a sua vida, a sua felicidade.
Ainda que seja preciso, para a regeneração do Espírito, nascer ele na Terra sem mão ou sem pé entrar na vida manco ou aleijado; ainda que lhe seja preciso renascer no mundo sem os olhos, por causa dos “tropeços”, por causa dos “escândalos”, a sua salvação é tão certa como a da ovelha que se havia perdido e lembrada na parábola, porque todos esses pobres que arrastam o peso da dor, os seus guias e protetores os assistem para conduzi-los ao porto seguro da eterna bonança.
Leitor amigo: quando vos falarem os sacerdotes, de Inferno eterno, perguntai-lhes que relação tem a Parábola da Ovelha Perdida com esse dogma monstruoso, que desnatura e inutiliza todos os atributos divinos.

domingo, 28 de março de 2010

O CASO DO ESCRAVO


 “Os Espíritos, para se manifestarem, têm necessidade de serem evocados?
R. Não; apresentam-se, amiúde, sem serem chamados, e isso prova que vêm de boa vontade.”
Allan Kardec, O livro dos médiuns, Cap. XXV – q.22

O Brasil é um país com forte presença de afro-descendentes. As experiências envolvendo Espíritos que passaram por essa etnia são comuns em reuniões mediúnicas.
Não é raro também, infelizmente, dirigentes não permitirem a presença de antigos escravos, índios ou caboclos nas sessões, até mesmo quando se dá através de médiuns que passaram por experiências reencarnatórias no período da escravidão, trazendo consigo, por isso mesmo, antigos companheiros de jornada terrena ou as repercussões existenciais decorrentes do atrito multirracial no passado.
Não nos parece sensato desejar sessões nos moldes da França do século XIX, com forte presença branca e européia, num país como o Brasil, que tem sido ponto de convergência para a reencarnação de Espíritos de várias origens e níveis morais, culturais, intelectuais etc.
Na equipe que nos ofereceu as experiências aqui relatadas, tais entidades espirituais sempre foram recebidos com o mesmo carinho e em termos da mais absoluta igualdade, respeitando-se suas peculiaridades.
Nesses casos, cabe ao dirigente encarnado organizar o intercâmbio de modo a dar-lhe seguimento sem prejuízo do conteúdo, deixando as questões de forma em segundo plano de preocupações.
Num desses episódios, a comunicação iniciou-se com gemidos de dor, emitidos em tom baixo, como de alguém agonizando ou exausto. Aos poucos, dentro do andamento natural do trabalho de atendimento, um médium vidente presente fez a descrição do que ocorria, apontando a presença de um negro que sentia e ainda vivia intensamente os momentos de dor e aflição que precederam sua morte num tronco onde fora deixado preso para morrer.
Lamentavelmente, mesmo decorrido mais de um século desde a abolição formal da escravidão no Brasil, sabe-se da existência de vastas regiões do país onde seres humanos ainda são tratados como animais. Nessas regiões, a escravidão ainda não desapareceu e pessoas sofrem privações, inclusive de liberdade, e recebem tratamento como se ainda estivéssemos em pleno século XIX.
Era um caso de fixação mental num momento doloroso e traumatizante para o Espírito. Sem grandes conhecimentos da vida espiritual, prendeu-se mental e emocionalmente àquele momento.
O diálogo começou pela indagação de como se sentia, se ouvia bem, como via o ambiente em que se encontrava, sendo-lhe solicitado que descrevesse tudo enquanto recebia atendimento e era “solto da corrente”.
Com dificuldade, contou que tinha sido punido daquela forma. Como já era velho para o trabalho o patrão mandara acorrentá-lo e deixá-lo morrer para servir de exemplo para os demais. Dizia não saber exatamente o que acontecera depois de tanta fome e sede, afirmando que sofria muito.
Com muito tato ele foi sendo orientado no sentido de procurar ver com mais atenção o ambiente em que estava, de perceber que já não se encontrava nas correntes e que o local era outro. Aos poucos percebeu por si mesmo que já estava “morto” e perguntou algumas poucas coisas a mais sobre o que aconteceria agora, para onde iria e o que seria feito dele.
Como de hábito nesses casos, ele estava cercado de antigos companheiros de labuta, afora os Benfeitores que passou a perceber também, livrando-se gradualmente da fixação mental e alargando seu entendimento sobre a nova situação.
Como encontrava-se bastante debilitado, não falou muito e seu atendimento foi encurtado ao tempo mínimo necessário, sendo encaminhado logo em seguida para os enfermeiros espirituais que o conduziram para novo ambiente, adequado às suas necessidades e de acordo com sua condição no momento.
Foi mais uma experiência tocante pelo seu aspecto profundamente humano, e a demonstração clara das conseqüências de hábitos, como a dominação de uma raça sobre outra, e os resultados individuais e coletivos de tudo isso.
O Brasil foi um dos últimos países a extinguir oficialmente a escravidão negra e é bem possível que muitos problemas de ordem social e coletiva ainda existentes, sejam decorrentes de quase quatro séculos de exploração da força de trabalho de uma raça.
 
Casos e Experiências com a Mediunidade Paulo R. Santos

sábado, 27 de março de 2010

ILUSÃO



Somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas dêem o que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir.
A criatura humana modela suas reações emocionais através dos critérios dos outros, estabelecendo para si própria metas ilusórias na vida. Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são únicas, como também únicas são suas reações, e de que o constante estado de desencontro e aflição é subproduto das tentativas de concretizar essas suas irrealidades.
Constantemente, criamos fantasias em nossa mente, bloqueamos nossa consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais diversos mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma inconsciente, para evitar ou reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa vida que nos são inadmissíveis. A “negação” é um desses mecanismos psicológicos; ela aparece como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota. Portanto, negamos, invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das sobrecargas emocionais.
Quanto mais sonhos ilógicos, mais cresce a luta para materializá-los, levando certamente os indivíduos a se tornarem prisioneiros de um círculo vicioso e, como resultado, a sofrerem constantes frustrações e uma decepção crônica.
Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer ser o “modelo perfeito”. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora. Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada manifestação de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a interpretem como uma rejeição pessoal.
O ser humano supercrítico tem uma necessidade compulsória de ser considerado irrepreensível. Sua incapacidade de aceitar os outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas. O perfeccionismo é, por certo, a mais comum das ilusões e, inquestionavelmente, uma das mais catastróficas, quando interfere nos relacionamentos humanos. Uma pessoa perfeita exigirá apenas companheiros perfeitos.
A sensação de que podemos controlar a vida de parentes e amigos também é uma das mais freqüentes ilusões e, nem sempre, é fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender.
A ação de controlar os outros se transforma, com o passar do tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas afeições. Se continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve se extinguir o amor dos que convivem conosco. Eles poderão permanecer ao nosso lado por fidelidade, jamais por carinho e prazer.
Em outras circunstâncias, agimos com segundas intenções, envolvendo criaturas que nos parecem trazer vantagens imediatas. Em nossos devaneios e quimeras, achamos que conseguiremos lograr êxito, mas, como sempre, todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto.
Quando isso acontece, indignamo-nos, incoerentemente, contra a pessoa e não contra a nossa autoilusão.
Escolhemos amizades inadequadas, não analisamos suas limitações e possibilidades de doação, afeto e sinceridade e, quando recebemos a pedra da ingratidão e da traição por parte deles, culpamo-los. Certamente, esquecemo-nos de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas dêem o que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir.
Gostamos de alguém imensamente e alimentamos a idéia de que esse mesmo alguém pudesse corresponder ao nosso amor e, assim, criamos sonhos românticos entre fantasias e irrealidades.
As histórias infantis sobre príncipes encantados socorrendo lindas donzelas em perigo são úteis e benéficas, desde que não se transformem em ilusórias bases da existência. Elas podem incitar os delírios de uma espera inatingível em que somente um “príncipe de verdade” tem o privilégio de merecer uma” princesa disfarçada”, ou vice-versa.
A consciência humana está quase sempre envolvida por ilusões, que impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas.
Não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pois somos os únicos responsáveis — cada um de nós — pela qualidade de vida que experimentamos aqui e agora.
“O sentimento de justiça está em a Natureza (...) o progresso moral desenvolve essesentimento, mas não o dá. Deus opôs no coração do homem...” (1)
Procuremos auscultar nossas percepções interiores, usando nossos sentidos mais profundos e observando o que nos mostram as leis naturais estabelecidas em nossa consciência. Confiar no sentimento de justiça que sai do coração, conforme asseveram os Guias da Humanidade, é promover a independência de nossos pensamentos e viver com senso de realidade. Aliás, são essas as características mais importantes das pessoas espiritualmente maduras.
Estamos na Terra para estabelecer uma linha divisória entre a sanidade e a debilidade; portanto, é imprescindível discernir o que queremos forçar que seja realidade daquilo que verdadeiramente é realidade. Muitas vezes, podemos estar nos iludindo a ponto de negar fatos preciosos que nos ajudariam a perceber a grandiosidade da Vida Providencial trabalhando em favor de nosso desenvolvimento integral.

(1) Questão 873 – O sentimento de justiça está em a Natureza, ou é resultado de idéias adquiridas?
“Está de tal modo em a Natureza, que vos revoltais à simples idéia de uma injustiça. É fora de dúvida que o
progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração do homem. Daí vem que, freqüentemente, em homens simples e incultos se vos deparam noções mais exatas de justiça do que nos que possuem grande cabedal de saber.”

As dores da alma - Hammed

sexta-feira, 26 de março de 2010

PACIÊNCIA

A dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes, mas bendizei, ao contrário, o Deus todo-poderoso que vos marcou pela dor neste mundo para a glória do céu.
Sede pacientes; a paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus.
A caridade que consiste na esmola dada aos pobres, é a mais fácil das caridades; mas há uma bem mais penosa e, conseqüentemente, mais meritória: perdoar àqueles que Deus colocou sobre nosso caminho para serem os instrumentos dos nossos sofrimentos e colocar a nossa paciência à prova.
A vida é difícil, eu o sei; ela se compõe de mil nadas que são picadas de alfinetes que acabam por ferir; mas é preciso considerar os deveres que nos são impostos, as consolações e as compensações que temos por outro lado, e, então, veremos que as bênçãos são mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha do alto, do que quando se curva a fronte para o chão.
Coragem, amigos, o Cristo é o vosso modelo; ele sofreu mais do que qualquer de vós e não tinha nada a se censurar, enquanto que vós tendes vosso passado a expiar e vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos, essa palavra encerra tudo.
(UM ESPÍRITO AMIGO, Havre, 1.862)


Queridos amigos:
É muito mais fácil falar em paciência na teoria do que na prática, pois nos dias em que vivemos hoje, é quase impossível mantê-la, mas Jesus disse que se fosse fácil, qual seria o mérito?
Se a todos os momentos recebemos alfinetadas que nos ferem profundamente até a alma, eis aí o mérito em se manter a calma e a paciência com quem nos fere.
Jesus colocou em nossos caminhos tais pessoas justamente para testar nossa tolerância e a benevolência para com todos aqueles que estão servindo de instrumentos para nossa evolução, pois, mantendo a calma e a paciência, seja com aquele parente difícil, “amigos”, pessoas de nosso convívio diário, estamos demonstrando que algo aprendemos com os ensinamentos do Mestre.
Não é conhecido no planeta alguém que tenha desenvolvido mais essa prática do que Jesus e como estamos muito longe de atingir Sua luminosidade, a perdemos com facilidade.
A paciência é um dom divino que ainda não temos, mas como Deus nos criou perfeitos, um dia o seremos. E aí, sim, neste dia, poderemos dizer que o planeta Terra deixou de ser um planeta de expiação e de sofrimentos para ser um planeta de regeneração.

quinta-feira, 25 de março de 2010

PARENTESCO CORPORAL E O PARENTESCO ESPIRITUAL

Os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços entre os espíritos.
O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do espírito, porque o espírito existia antes da formação do corpo; não foi o pai quem criou o Espírito do filho, ele não fez senão fornecer-lhe um envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, fazê-lo progredir.
Os Espíritos que encarnam em numa mesma família, sobretudo entre parentes mais próximos, são, o mais freqüentemente, Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores, que se traduzem por sua afeição durante a vida terrestre; mas pode ocorrer também que estes Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatia igualmente anteriores que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra, para lhes servir de prova. Os verdadeiros laços de família não são, pois os da consangüinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após sua encarnação. De onde se segue; que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue, podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto que dois irmãos consangüíneos podem se repelir, como se vê todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. ( cap.IV, nº 13, do Evangelho segundo o Espiritismo)


Muitas vezes vemos irmãos que se odeiam e nem mesmo eles entendem o porque de tanto ódio um do outro, mas quem já está estudando a doutrina de Jesus tem uma visão maior do que ocorre, entendem que são inimigos de vidas anteriores, que reencarnaram na mesma família para que pudessem se perdoar as faltas cometidas um para o outro.
O Pai em sua extrema bondade nos dá a oportunidade de nos reconciliarmos com nossos desafetos do passado, colocando em um mesmo lar seres que não conseguiram se perdoar em outras oportunidades.
Mas isto não acontece somente entre irmãos, também ocorrendo entre pais e filhos, e podendo acontecer que um seja mais maleável e suporte todo o ódio do outro, procurando sempre entender a atitude e não deixando que nada afete sua escalada evolutiva; quando isto ocorre o que está mais propicio ao perdão consegue sua evolução e o outro terá que amargar sua derrota perante a lei de causas e efeitos e mais cedo ou mais tarde terá que recomeçar.
Partindo do principio que não ficaremos a dever nada para as leis divinas como Jesus mesmo disse que enquanto não pagarmos tudo o que nossa consciência nos acusa não chegaremos ao Pai, porque não é “DEUS” quem nos acusa e sim nós mesmos.
Portanto, porque não começarmos agora a nos reconciliar com qualquer inimigo seja ele familiar ou não? Quanto mais a demora se fizer, mais sofreremos para entender como regem estas leis; e mais sofreremos, até chegar o dia em que, não suportando mais, pediremos ao Alto que nos dê outra chance.

Meditem sobre esta lição...

quarta-feira, 24 de março de 2010

TEXTO ANTIDEPRESSIVO


Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: " Buscas e Acharás" - EDIÇÃO IDEAL

terça-feira, 23 de março de 2010

O FIM DO MUNDO



Poucos fenômenos religiosos são mais paradoxais e repetitivos do que a expectativa apocalíptica ou seja, a crença numa transformação radical e iminente do mundo. Por um lado, a primeira coisa que se pode dizer dessa crença é que, em todas as vezes que se manifestou, mostrou-se sempre equivocada. Por outro lado, apesar de desapontar constantemente, continua a surgir, com maior ou menor intensidade, e a arrastar ocasionalmente grandes massas de pessoas que nela confiam cegamente.

O que intriga os cientistas é que, embora se apóie sempre sobre pressupostos falsos, a crença apocalíptica pode assumir grandes proporções e canalizar imensas forças. Pode inspirar seus seguidores a praticar monumentais sacrifícios (vide suicídios coletivos das seitas apocalípticas de Jim Jones, do Templo Solar, dos davidianos de Waco, etc.). Pode engendrar comporta mentos radicais, desde os mais pacíficos até os mais violentos. Além disso, uma outra característica importante dos grandes movimentos apocalípticos é que eles raramente desaparecem, mesmo depois que seus prognósticos de destruição total mostram-se completamente falsos. Seus integrantes apenas reescrevem a história passada do seu respectivo movimento, de modo a eliminar as previsões que se mostraram errôneas.

Outro aspecto típico do fenômeno é que, ironicamente, as mesmas esperanças e temores apocalípticos produzem reações contraditórias, na forma de movimentos muitas vezes diametralmente opostos. No seu aspecto negativo, paranóico, violento e destrutivo, valem os mesmos exemplos citados das seitas que praticaram o suicídio coletivo. No aspecto positivo; encontramos o próprio movimento new age, com todas as suas propostas messiânicas de um futuro melhor, mais pacífico, próspero, saudável e feliz.

Embora o jogo milenarista de temor do final dos tempos versus esperança num mundo melhor exista em atividade contínua pelo menos desde o início da nossa cultura judaico-cristã, existem épocas em que ele se acentua de modo quase obsessivo, galvanizando imensas parcelas da população. Tais épocas costumam estar relacionadas aos assim chamados " anos de números redondos ", como as viradas de século e, principalmente, as viradas de milênio.

Quando se estudam as características das crenças milenaristas e apocalípticas no coletivo social durante esses períodos históricos, uma primeira constatação salta à vista: o quadro de fundo histórico e psicológico é sempre o mesmo.

No ano 1000, época da primeira virada de milênio em tempos cristãos, todas as características milenaristas estavam presentes: ondas de conversão em massa à então religião dominante, o cristianismo; profundas reformas governamentais e eclesiásticas peregrinação em massa aos lugares santos, particularmente Jerusalém; proliferação de seitas heréticas e de movimentos apostólicos paralelos à Igreja; execução de hereges e violência popular contra judeus e muçulmanos; surgimento da "Paz de Deus", primeiro movimento coletivo em prol da paz de toda a história mundial. Quando o ano 1000, apesar de toda a excitação que o acompanhou, falhou em trazer consigo o esperado final dos tempos, as esperanças voltaram-se para o ano 1033. Alegou-se então que este seria o ano do apocalipse, já que Cristo morrera aos 33 anos e o propalado fim do mundo ocorreria mil anos após a sua morte, e não ao seu nascimento.

O exame dos documentos dessa época traça um panorama histórico digno de muita reflexão. Esses documentos retratam um mundo selvagem, com a natureza ainda quase intocada, onde os seres humanos, ignorantes e supersticiosos, armados de instrumentos irrisórios, lutavam de modo em geral inglório contra os poderes da terra e as forças da natureza. Cercados pela doença, atormentados pela fome, passavam a maior parte da sua vida tentando arrancar à terra uma parca alimentação.

Ao lado de toda essa tragédia, alguns chefes, senhores da guerra ou da religião, percorriam com soldados armados aquele universo miserável, apoderando-se das poucas riquezas da população para encher seus palácios ou suas igrejas. Como podemos ver, qualquer similitude com a realidade histórica dos dias de hoje não é mera coincidência. O mundo mudou muito em matéria de hábitos e costumes, em matéria de tecnologia e ciência. Mas a realidade social e anímica do indivíduo e da sociedade de hoje não difere muito do quadro que existia na virada do ano 1000. Ainda existem, de um lado, minorias laicas poderosas que gozam de riquezas materiais, e do outro lado uma enorme massa de pobres e miseráveis. Ainda pululam lideres religiosos que exploram a credulidade alheia e amealham fortunas à custa dela.

Todos os fatores que caracterizam tempos milenares estão bem presentes. Mas é, curiosamente superdesenvolvida área cientifica que emergem as mais impressionantes previsões apocalípticas: a hecatombe atômica continua a nos ameaçar, o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio, a poluição da terra, água e do ar, o esgotamento recursos terrestres, etc., etc.

O perigo é real - : todas ameaças à sobrevivência da humanidade - motivadas pela ganância, incúria e irresponsabilidade própria humanidade - não podem ser negadas. Apesar disso em termos estritamente científicos, do mundo não acontecerá tão cedo. A partir das observações dos importantes astrofísicos, o cosmos se manterá em expansão ainda bilhões e bilhões de anos, até começar a encolher, contraindo-se até o desaparecimento. Nosso sol um dia vai se transformar numa gigantesca estrela vermelha, como as estrelas que hoje se encontram no final das suas vidas. Seu volume irá inchar enormemente, e sua superfície se estenderá para alem das órbitas de Mercúrio, Vênus e Terra. Nosso planeta se encontrará num ambiente de 3 mil graus centígrados, e será rapidamente transformado em vapor. Tudo isso vai acontecer dentro de... cinco bilhões de anos.

Se podemos, portanto, dormir sossegados ainda por muito tempo quanto aos apocalipses astrofísicos, o mesmo não se pode dizer daqueles ecológicos. Eles reclamam providências urgentes. As ameaças aos oceanos, por exemplo. Segundo os cenários mais pessimistas desenhados pelos peritos em climatologia, o aumento global da temperatura previsto para as próximas décadas (cerca de 0,3 graus a cada dez anos) implicará uma elevação do nível dos mares de 20 centímetros ao redor de 2030, e de 65 centímetros ao redor de 2100. Elevação suficiente para varrer do mapa muitas ilhas rasas, como as Maldivas, e para ameaçar várias cidades costeiras como o Rio de Janeiro, Veneza e San Francisco,

A crescente desertificação é outra fenômeno ligado às mudanças climáticas. Calcula-se que 70 mil quilômetros quadrados de terra fértil são abandonados a cada ano por exaustão do solo, e outros 200 mil têm sua produção em declínio. O fenômeno está ligado também a práticas erradas de irrigação: sem drenagem acurada, capaz de permitir um bom escoamento das águas, os sais minerais se acumulam no solo quando a água evapora. Certos cálculos afirmam que 14% da superfície da Terra é atingida por erosões causadas pelo homem.

A superpopulação do planeta é outro dado ameaçador. Ela permaneceu constante durante dezenas de milhares de anos. Depois começou a crescer num ritmo cada vez mais impetuoso. Se partirmos do ano um, quando existiam cerca de 250 milhões de seres humanos, dobraremos essa cifra em cerca do ano 1650. Apenas 150 anos depois, no início do século 19, ocorreu a segunda duplicação. Hoje, dobramos a população mundial a cada 40 anos. Em 2050, as projeções indicam que haveria entre 7,7 bilhões e 11 bilhões de seres humanos a caminhar sobre a Terra.

Graças principalmente à ação humana, para muitas espécies de animais o apocalipse já aconteceu ou está acontecendo. Em termos técnicos, chama-se a isso ~ diminuição da biodiversidade. Na prática, significa que a espécie humana cancela outras espécies do planeta a uma velocidade impressionante. Junto às florestas destruídas, desaparecem os seus habitantes, os animais e as plantas que constituem mais da metade do patrimônio genético do planeta. Calcula-se que a cada 15 minutos uma espécie inteira desaparece para sempre. São perdas que não conseguimos sequer avaliar, pois não sabemos quais das plantas que cancelamos da lista da vida podem conter um elemento precioso para a indústria dos medicamentos, que baseia boa parte dos seus preparados em substancias colhidas na natureza. Conhecem-se melhor as dimensões dessa tragédia quando a atenção se volta para alguns animais-símbolo, como é o caso do rinoceronte. Os de Sumatra estão reduzidos a não mais de 400 exemplares; os javaneses, a apenas 70; os indianos, a 2 mil; o rinoceronte negro africano, a 2.400; o branco africano, a 7.500. Diante desses números, a esperança de sobrevivência da espécie é praticamente nula.

A poluição ambiental é hoje um dos principais sinais da possibilidade de um apocalipse ecológico. Não existe um só ponto da superfície do planeta que não esteja tocado pela poluição. Traços dos gases venenosos exalados pelos escapamentos dos automóveis europeus e norte-americanos encontram-se até no Pólo Norte, onde originam um fenômeno denominado "névoa polar", que altera artificialmente as cores da atmosfera. Apenas uma pequena parte da Terra está ainda relativamente intacta. São as zonas mais extremas, mais inóspitas dos desertos e das geleiras. Na Europa, elas se limitam a partes restritas da Islândia, Suécia e Noruega. As zonas de maior interesse naturalístico da Rússia, em particular as da Sibéria, são as que neste momento correm maiores perigos.

Arrastados pelo aumento da população e pela difusão de um estilo de vida baseado na grande produtividade e no alto consumo, todos os principais indicadores ecológicos correm para o vermelho. A reservas de cereais alcançaram seu ponto mais baixo. Em todo mundo pesca-se muito mais do que os mares e os rios podem oferecer e desse modo se reduzem as reservas e não se permite a adequada reposição dos cardumes. As florestas tropicais desaparecem ao ritmo alarmante de 1% ao ano: do encontro para o meio ambiente de 1992 no Rio de Janeiro até os dias atuais, cerca de 750 mil quilômetros quadrados de florestas foram devastados. Com eles desapareceu parte do manto pluvial que estabiliza a atmosfera do planeta.

O apocalipse ecológico dos nossos dias é constituído por uma cadeia de fenômenos entrelaçados, que se influenciam uns aos outros, como num efeito dominó. No ano 2005, pela primeira vez na história da humanidade, o número de cidadãos urbanos - que até há pouco eram ínfima minoria - irá superar o número de cidadãos do campo. Em 2020, a população urbana já será de 61% do total. Essa explosão trará consigo uma completa transformação dos hábitos de consumo e dos hábitos de vida, de conseqüências ainda imprevisíveis. De acordo com alguns especialistas mais drásticos, um bom exemplo do caos ambiental urbano que nos espera é São Paulo. A metrópole paulista devora 12 quilômetros quadrados de verde ao ano. Em apenas meio século' sua área devastada passou de 180 quilômetros quadrados para mais de 900 quilômetros quadrados!

A ciência contemporânea, embora negue a possibilidade de um apocalipse total, entendido como fim do mundo, está atenta aos pequenos apocalipses que acontecem na realidade de cada instante. Por esse motivo, muitos cientistas falam hoje abertamente da possibilidade de uma completa reorganização sistêmica do mundo e da sociedade humana. É para debater esse fenômeno que instituições como o Center for Millennial Studies foram criadas.

O Fim do Mundo Segundo as Religiões

CATÓLICOS: O fim do mundo para a doutrina católica é o momento do Juízo Final e do retorno do Messias. A esse derradeiro julgamento acorrerão todos, os vivos e os mortos, para serem julgados pelas suas ações. Mas, de modo um tanto diferente do que ocorria no passado, quando os que incorreram em pecados mortais eram condenados ao inferno perene, a teologia católica moderna mais e mais faz referência ao aspecto todo-misericordioso de Deus.

PROTESTANTES: As igrejas evangélicas não defendem uma visão catastrófica do fim do mundo. Preferem acreditar no retorno de Jesus no dia do Juízo Final. Os protestantes lêem o livro do Apocalipse em chave simbólica, para lembrar aos crentes que devem ter confiança, que são observados e vigiados e que a última palavra é sempre aquela proferida pela graça de Deus.

JUDEUS: Para a religião hebraica não haverá um fim catastrófico do mundo, mas sim uma época futura de grandes transformações que tenderão para o bem. Os judeus esperam a chegada do Messias, que assinalará o advento de uma nova era de total harmonia entre os homens e o retorno mundial à crença num único Deus.

MUÇULMANOS: No islamismo existe a idéia de uma destruição final precedida pela "maior de todas as guerras", e por um segundo dilúvio, desta vez não de água, mas sim de fogo, no "Dia do Juízo". Deus punirá os culpados e premiará as pessoas de fé.

BUDISTAS: O fim de cada ser está relacionado ao perene ciclo cármico dos nascimentos, mortes e renascimentos, fruto das ações individuais e coletivas nesta vida e nas encarnações precedentes. Através da meditação, todos os seres poderão interromper esse ciclo e compreender que tudo aquilo que existe é pura ilusão.

HlNDUISTAS: Também possuem uma visão cíclica da vida e do mundo. Para os hinduístas, existiram e existirão muitos inícios e muitos fins de mundos. Cada época é caracterizada por um gigantesco caos final, com uma tremenda batalha entre as forças do mal e do bem, antes do surgimento de uma nova era.



ENTREVISTA CONCEDIDA POR DIVALDO:

O Espírita - Estamos no final do milênio, é o fim do mundo ?

Divaldo Pereira Franco - O mundo não se vai acabar. Mesmo por que nada se acaba tudo se transforma desde a tese de Lavoisier. Estamos nos aproximando de um ciclo que se encerra como é natural, periodicamente os ciclos culturais tem uma fase final como as civilizações. Se nós olharmos as civilizações orientais vemos o apogeu da Assíria, da Babilônia, da Índia, do Egito e a sua decadência. O grande êxito da Grécia e a sua decadência, o Império Romano e naturalmente mais tarde também a sua divisão em duas partes e por fim o transtorno que invadiu o mundo durante o período medieval. A Terra como é natural é um planeta de provas e expiações que naturalmente está sendo transferido para mundo de regeneração, e as dores que nós estamos experimentando, nada mais são do que um processo de transformação que nos vai abria a porta para um novo ciclo de evolução. O fim do mundo é uma figura simbólica, por que o mundo não se acabará e nem tampouco nós outros.

Fonte: Site Celuz - www.contato.net/celuz/inde.html

segunda-feira, 22 de março de 2010

INFORMATIVO ESPÍRITA

INFORMATIVO ESPÍRITA, RETIRADO DE www.radioriodejaneiro.am.br

PALESTRA E LANÇAMENTO DE LIVRO: Entre Espinhos e Flores
Data 23/03/2010, terça-feira
Convidado: Telma Regina
Instituição: Instituto Espírita Bezerra de Menezes
O horário é 19 horas
Endereço: Rua Cel. Gomes Machado 140 , Centro
Niterói – RJ
________________________________________

PALESTRA: A Pluralidade das Existências
Data 23/03/2010, terça-feira
Convidado: Amélia Vizo
Instituição: Centro Espírita Amor à Verdade
O horário é 20 horas
Endereço: Av. Pastor Martin Luther King Júnior 13816 , Pavuna
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Ciência, Filosofia e Religião
Data 23/03/2010, terça-feira
Convidado: Joana Freitas
Instituição: Grupo Espírita de Estudos Bezerra de Menezes
O horário é 20 horas
Endereço: Estrada dos Bandeirantes 20096 , Vargem Pequena
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Livre
Data 24/03/2010, quarta-feira
Convidado: Henrique Fernandes
Instituição: Casa Espírita Bezerra de Menezes
O horário é 20 horas
Endereço: Av. Presidente Tancredo Neves 591 , Bairro Itatiaia
Duque de Caxias – RJ
________________________________________

PALESTRA: Mensagens de Santo Agostinho
Data 24/03/2010, quarta-feira
Convidado: Aurélio Teixeira
Instituição: União Espírita Dr. Bezerra de Menezes
O horário é 20 horas
Endereço: Rua da Feira 768 , Bangu
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: A Lei de Sociedade
Data 24/03/2010, quarta-feira
Convidado: Guilherme Kremer
Instituição: Sociedade Espírita Jorge
O horário é 20 horas
Endereço: Rua Luís Barbosa 36 , Vila Isabel
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Alcoolismo
Data 24/03/2010, quarta-feira
Convidado: Wanderley Leite
Instituição: Fraternidade André Luiz
O horário é 20:00 horas
Endereço: Rua Quixadá 30 , Penha Circular
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: A Parábola dos Talentos
Data 25/03/2010, quinta-feira
Convidado: Telma Haua
Instituição: Grupo Espírita de Estudos Bezerra de Menezes
O horário é 15 horas
Endereço: Estrada dos Bandeirantes 20096 , Vargem Pequena
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

ESTUDO: Livro dos Espíritos
Data 25/03/2010, quinta-feira
Convidado: Deuza Nogueira
Instituição: Amparo Thereza Christina
O horário é 20 horas
Endereço: Rua Magalhães Castro 201 , Riachuelo
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Vida e Obra de Chico Xavier
Data 25/03/2010, quinta-feira
Convidado: Carlos Tenório
Instituição: Centro Espírita Evangelho de Jesus
O horário é 20 horas
Endereço: Rua do Rezende 153 Casa 1, Centro
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: A Homenagem ao Centenário de Chico Xavier é promovida pelo 32º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: Propriedades da Matéria
Data 26/03/2010, sexta-feira
Convidado: Angela Rodrigues
Instituição: Centro Espírita Ibirajara
O horário é 19:30 horas
Endereço: Rua Barão de São Francisco 156 , Andaraí
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Sócrates e Platão
Data 26/03/2010, sexta-feira
Convidado: Miria Martins
Instituição: Centro Espírita Amor à Verdade
O horário é 20 horas
Endereço: Av. Pastor Martin Luther King Júnior 13816 , Pavuna
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

REUNIÃO DOUTRINÁRIA: Alerta à Evangelização
Data 26/03/2010, sexta-feira
Convidado: —
Instituição: Grupo Espírita de Amor e Caridade
O horário é 20 horas
Endereço: Estrada do Engenho 439 , Bangu
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: O evento é promovido pelo 29º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: Chico Xavier e Nosso Lar
Data 27/03/2010, sábado
Convidado: Fernando José
Instituição: Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor
O horário é 15 horas
Endereço: Rua Lopes Trovão 322 Fundos, Benfica
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: A Homenagem ao Centenário de Chico Xavier é promovido pelo 32º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: O Espírito de Verdade
Data 27/03/2010, sábado
Convidado: Roberto Quaresma
Instituição: Centro Espírita Paulo de Tarso
O horário é 17 horas
Endereço: Rua Josefa Domingos da Silva 6 , Boa Esperança
Seropédica – RJ
________________________________________

PALESTRA: Piedade Filial
Data 27/03/2010, sábado
Convidado: Adriane Victer
Instituição: Grupo Espírita Redenção
O horário é 18 horas
Endereço: Rua Leopoldo 417 , Andaraí
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: É Tempo de Esperança
Data 28/03/2010, domingo
Convidado: Nina Peixoto
Instituição: Grupo de Estudos Espíritas
O horário é 18h horas
Endereço: Rua Antônio Augusto da Paz 60 , Piratininga
Niterói – RJ
Detalhes: Ciclo bimensal de palestras do grupo de estudos.
________________________________________

PALESTRA: Educação Espírita
Data 28/03/2010, domingo
Convidado: José Carlos Leal
Instituição: Instituto Espírita Caminheiros de Jesus
O horário é 20 horas
Endereço: Rua Sete de Setembro 768 , Vila Centenário
Duque de Caxias – RJ
________________________________________

PALESTRA: Meu Reino não é deste Mundo
Data 28/03/2010, domingo
Convidado: Alcir França
Instituição: Grupo Espírita de Estudos Bezerra de Menezes
O horário é 9 horas
Endereço: Estrada dos Bandeirantes 20096 , Vargem Pequena
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Simplesmente Chico Xavier
Data 28/03/2010, domingo
Convidado: Sérgio Bezerra
Instituição: Centro Espírita Irmão Esperança
O horário é 9 horas
Endereço: Rua Vital de Negreiros 20 , Santo Cristo
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: A Homenagem ao Centenário de Chico Xavier é promovida pelo 32º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: Os Inimigos Desencarnados
Data 29/03/2010, segunda-feira
Convidado: Stella Werneck
Instituição: Centro Espírita Ibirajara
O horário é 15 horas
Endereço: Rua Barão de São Francisco 156 , Andaraí
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Missionários da Luz
Data 29/03/2010, segunda-feira
Convidado: Alexandre Pereira
Instituição: Associação Kardequiana Meimei
O horário é 20 horas
Endereço: Rua Amazonas 180 , São Cristóvão
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: A Homenagem ao Centenário de Chico Xavier é promovida pelo 32º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: A Consciência de uma Nova Era
Data 29/03/2010, segunda-feira
Convidado: Carlos Ferreira
Instituição: Centro Espírita Arautos de uma Nova Era
O horário é 20 horas
Endereço: Estrada do Portela 347 , Madureira
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Trabalhadores da Última Hora
Data 30/03/2010, terça-feira
Convidado: Jane Dias de Araújo
Instituição: Centro Espírita Humildade e Caridade
O horário é 19:30 horas
Endereço: Rua Flora de Araújo 433 , Andrade Araújo
Nova Iguaçu – RJ
________________________________________

PALESTRA: Mundos Regeneradores
Data 30/03/2010, terça-feira
Convidado: Nilma Berg
Instituição: Centro Espírita Trabalhadores de Ismael
O horário é 19:30 horas
Endereço: Rua Manoel Correa 183 , Andrade de Araújo
Belford Roxo – RJ
________________________________________

PALESTRA: A Missão dos Espíritos
Data 30/03/2010, terça-feira
Convidado: Danilo Villela
Instituição: Grupo Espírita de Estudos Bezerra de Menezes
O horário é 20 horas
Endereço: Estrada dos Bandeirantes 20096 , Vargem Pequena
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Idiotismo e Loucura
Data 31/03/2010, quarta-feira
Convidado: Roberto Michalski
Instituição: Grupo Espírita de Estudos Bezerra de Menezes
O horário é 18 horas
Endereço: Estrada dos Bandeirantes 20096 , Vargem Pequena
Rio de Janeiro – RJ
________________________________________

PALESTRA: Um Homem Chamado Amor
Data 31/03/2010, quarta-feira
Convidado: Cláudia Elizângela
Instituição: Centro Espírita Casa de Jesus
O horário é 20 horas
Endereço: Rua Pereira Lopes 146 , Benfica
Rio de Janeiro – RJ
Detalhes: A Homenagem ao Centenário de Chico Xavier é promovida pelo 32º CEU do CEERJ.
________________________________________

PALESTRA: Categorias de Mundos Habitados
Data 31/03/2010, quarta-feira
Convidado: Almir Oliveira
Instituição: Casa Espírita Bezerra de Menezes
O horário é 20 horas
Endereço: Av. Presidente Tancredo Neves 591 , Bairro Itatiaia
Duque de Caxias – RJ
________________________________________

PALESTRA: Quem não odeia seu pai e sua mãe
Data 31/03/2010, quarta-feira
Convidado: —
Instituição: Fraternidade André Luiz
O horário é 20:00 horas
Endereço: Rua Quixadá 30 , Penha Circular
Rio de Janeiro – RJ

O POLÍTICO

Irmãos, meu nome na Terra foi adjetivo de morte e desventura. O desassossego foi meu companheiro fiel de jornada, nesta minha última passagem pelo mundo. Provoquei múltiplas desordens e sofri duro castigo devido ao julgamento de minha própria consciência.

Ela acusou-me tenazmente por tempos que pareciam ser eternos.

Confundi civilizar com conquistar e manter a ordem com massacrar. Na minha sede de poder, instiguei o ódio ao invés da tolerância, jogando homens contra homens. Enfraquecer pela desunião para obter vitória, era a minha forma de agir preferida, com a qual usurpei posses alheias e amealhei poder, o que custou inúmeras vidas e a felicidade de muitos.

Permaneci todo o meu tempo na Terra, buscando o domínio sobre os mais fracos e a enganar os fortes, para atingir objetivos de cobiça e de uma vaidade desenfreada. Eu desejava profundamente ser idolatrado, o que levou-me à perdição.

Após minha passagem para o mundo dos mortos, sofri perseguições de adversários revoltados e de homens comuns, os quais sobrepujei com o uso da inteligência, de modo vil.

Espero ter aprendido a dolorosa lição e agora tenciono que este relato sinalize, claramente, o perigo que há em agir mal, sobretudo para aqueles que trilham o mesmo caminho que percorri recentemente. Desejo que os governantes de toda espécie não esqueçam que o túmulo é rumo inevitável aos mortais, e que, após a transição natural da morte, nos defrontamos cruamente com as nossas dúvidas e fraquezas. Não se engana a própria consciência, nem se acoberta a verdade com falácias ou promessas mentirosas. A utopia ou a mentira não têm guarida do lado de cá da vida.

Sigo hoje, com passos trôpegos, à busca de equilíbrio e de uma nova meta para a minha alma. Tenho sede de realizar algo de bom, com que possa realmente me orgulhar.

Tenho sede da Verdade. Não quero mais que me julguem virtuoso ou competente, quando não possuir tais boas características. Desejo apenas ser reconhecido como trabalhador honrado.

Ainda agora, desequilibro-me ao recordar os sentimentos que alimentaram minha última personalidade terrena. Por isso, rogo a todos que vierem a ler esta mensagem, que possam emitir pensamentos de estímulo para com a minha pessoa. Peço que evitem a indiferença ou a franca reprovação. Explicaram-me, onde estou, que o perdão é o passo inicial para a recuperação dos faltosos de qualquer espécie. Sem o perdão, não estaremos fortalecidos o suficiente para reencetar uma nova tentativa de aprendizado.

Assim, despeço-me reiterando meus pedidos de boas vibrações e desejando que minhas palavras sejam também esclarecedoras e úteis a todos.

15/05/1995

Mensagem do livro: Depoimentos do além

domingo, 21 de março de 2010

O DIREITO AO PORTE DE ARMAS É ATRASO ESPIRITUAL





Infelizmente, a maioria dos eleitores do “não” é composta de cidadãos honestos, de boa-fé, que não têm o menor interesse em portar armas, mas se sentem no dever de apoiar aqueles que produzem, comercializam e portam armas de fogo, por acharem abusivo o desarmamento ou verem nisso providência inócua ou paliativa.

O desarmamento não vai revolucionar a sociedade brasileira, não vai transformá-la em paraíso, mas pelo menos diminui a oportunidade de pessoas morrerem e se ferirem. Só isso já justifica o “sim”.

Do ponto de vista espírita e cosmoético, o voto pelo “sim” se mostra o mais adequado:

(1) É o que melhor se compatibiliza com o mandamento: “Amarás o outro como a ti mesmo”;

(2) É o que melhor homenageia o direito à vida;

(3) É o que melhor resguarda o direito do reencarnado à execução do projeto reencarnatório;

(4) É o que melhor evita o reencarnado com porte legal de arma — em momento de descuido — se influenciar por obsessores e fazer qualquer besteira de que depois vai se arrepender;

(5) É o mais prático: não podendo ter arma em casa, o cidadão se poupa de futura encrenca para ele e para os demais e inibe a indústria de armamento.

Argumentos razoáveis e instingantes – colhidos de ponderáveis doutrinas jurídicas e religiosas – favoráveis à guerra justa (legítima defesa nacional) e ao porte de armas (legítima defesa individual) sempre existirão.

A questão é saber se eles são benéficos à evolução espiritual de todos nós. O discurso da legítima defesa oxigena a cultura belicista da humanidade. O direito ao porte de armas significa atraso na escalada evolutiva da humanidade.

O direito do porte de armas em vez de assegurar o exercício da legítima defesa propicia mais condições para tragédias acontecerem, porque aumenta as chances de haver danos físicos em função de contendas e acidentes.

Muitos assaltantes ficam mais nervosos ainda quando percebem que a vítima possui arma de fogo.

A proibição do comércio de armas diminui a circulação de armas. É um avanço.

Hidemberg Alves da Frota

sábado, 20 de março de 2010

A ARMA DOS DESARMADOS




Um Irmão que já viveu Armado

Se Jesus tivesse de votar agora no referendo pela proibição do comércio de armas de fogo e munições, ele votaria sim, porque há mais de dois mil anos, ele já votava assim ao recomendar ao seu apóstolo Pedro: "Embainha a tua espada!". Se fosse hoje, ele diria certamente: "Recolhe o teu revólver, o teu fuzil, a tua metralhadora, a tua bomba!" E disse mais no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os mansos e os pacíficos porque possuirão a Terra." Com isso, ele preconizou a humanidade do futuro: o homem desarmado. É esta geração que deve habitar o planeta, com as transformações que nele se sucedem impulsionadas pelo amor ou pela dor.

Não vamos nos deter aqui na repetição cansativa das estatísticas para justificar o nosso sim contra o comércio das armas. As estatísticas são geralmente frias, porque se baseiam em números. E o homem não pode continuar sendo apenas um número na população, porque ele é um ser vivo dotado de inteligência e sentimentos, emoções, sonhos e esperanças. Vamos recorrer a alguns fatos mais concretos, às obras dos próprios homens, para que o leitor tire suas conclusões e ouça o que lhe diz a consciência quanto à grave decisão que deverá tomar ao ter que digitar um sim ou um não no referendo sobre a proibição do comércio das armas. O próprio Jesus advertiu nos Evangelhos sobre a importância do instante em que se tem que decidir: "sim, sim; não, não."

O que legaram à humanidade homens violentos e armados até os dentes como Júlio César, Alexandre o Grande, Gengiskan, Calígula, Nero, Hitler, Mussolini, Stalin, Napoleão, Catarina de Medicis, Mao Tse Tung, Pol Pot, Milosevic, Idi Amin Dada, Sharom, Bush, Saddam Hussein, Bin Laden e Lampião? Só Pol Pot matou 20% da população do Camboja. Agora, vamos consultar as obras dos totalmente desarmados como Jesus, Buda, Gandhi, Nelson Mandela, Luther King, Pasteur, Tolstoi, Sabin, Graham Bell, Freud, Darwin, Beethoven, Goethe, Tereza de Calcutá, Karol Wojtyla, Oswaldo Cruz, Vital Brasil, Chico Xavier e Aleijadinho?

Gandhi, que se tornou conhecido como o "apóstolo da não-violência", libertou a Índia do jugo inglês sem disparar um tiro. E disse: "A não-violência é a lei da espécie humana, assim como a violência é a lei do bruto." E numa linguagem mais atual, digna de figurar na propaganda pelo desarmamento, completou: "A benevolência da alma suplanta a violência das armas." Como o Cristo, foi vítima da violência - a munição presente em todas as armas, como o veneno está em todas as serpentes. Diz o psiquiatra-escritor Augusto Cury, em seu livro O Futuro da Humanidade - a saga de Marco Pólo, que em tudo o que nós cremos nos controla. E se aquilo em que cremos nos aprisiona, seremos prisioneiros dessa crença. Mas se aquilo em que cremos nos liberta, seremos livres.

Precisamos nos libertar da filosofia ultrapassada que dizia: "Se queres a paz, prepares a guerra." É falsa a idéia de que a arma proporciona segurança. O homem que conhece Deus sabe que a sua segurança e toda a sua defesa estão nele. Os violentos, os armados vão ter que aprender com os pacíficos e os desarmados, como as feras vão se domesticando pela dedicação do domador. Mas temos que dar o primeiro passo, aderindo ao desarmamento geral. Desarme-se que você estará mais bem armado. Votar sim contra as armas é como se você votasse pelo amor - a arma dos desarmados.

De um irmão que já viveu armado.
(Mensagem psicografada pelo médium Wanderley Pereira.)

sexta-feira, 19 de março de 2010

CREMAÇÃO DE CADÁVERES



O Espiritismo não proíbe a cremação de cadáveres, mesmo porque nada é proibitivo no Espiritismo, pois é uma Doutrina de liberdade mas, antes de tudo, uma Doutrina da conscientização. Recomenda, todavia, muita cautela para aqueles que venham adotar o procedimento da cremação de cadáveres, em substituição a inumação (sepultamento), pelos motivos que vamos expor.

O Perispírito

Nosso corpo material, que é energia densificada, se liga ao Espírito, Ser Inteligente de essência sublimada, através do perispírito elemento mediador entre os dois corpos de naturezas extremamente diferentes. O perispírito é um envoltório semi-material do Espírito, constituído de substância etérea e sutil, mais fluídica do que material, sendo que esta parte material é muito menos densa do que a matéria do corpo de carne.

Para dar vida ao corpo carnal, o perispírito se liga a ele, célula a célula, elemento a elemento, como se existissem feixes de fios fluídicos, estabelecendo a conexão celular material com o Espírito. É assim que tudo o que se passa no corpo material, o Espírito toma conhecimento através da ligação existente e, no sentido inverso, todas as decisões, ordens, desejos, vontades e até mesmo todos os sentimentos do Espírito chegam à estrutura celular ou nela se refletem, através do mesmo canal fluídico.

Quando, por exemplo, cortamos acidentalmente um dedo, as células danificadas, desestruturadas, comunicam ao Espírito o traumatismo ocorrido e o Espírito sente, como conseqüência, a dor, pois não é a matéria que sente dor e sim o Espírito. Inversamente, quando o Espírito delibera, por exemplo, erguer o braço direito do corpo material, este obedece a ordem e se levanta, porque as instruções emitidas pelo Espírito(esta é a sua vontade), são repassadas às células nervosas do cérebro material que simplesmente obedecem, transmitindo o desejo do Espírito de levantar o braço direito, neste caso. O cérebro funciona aqui como mero receptor da ordem do Espírito e aciona a rede nervosa que atinge o órgão envolvido que é o braço direito.

Igualmente, pelo mesmo conduto fluídico o Espírito extravasa, também, para o corpo carnal, todos os seus sentimentos, bons ou maus: sentimentos de alegria ou tristeza, serenidade ou angústia, amor ou ódio e muitos outros, que irão revitalizar as células materiais ou produzir nelas distúrbios que podem se complicar, causando mal-estar e até doenças.

A Morte

O fenômeno da morte nada mais é do que o desligamento de todos os fios fluídicos do perispírito, liberando o Espírito do cárcere material. Uma vez ocorrido tal desligamento no processo da morte, o Espírito não mais pode voltar a animar aquele que foi o seu veículo de carne.

A Força do Pensamento

Se com a morte, como vimos, o Espírito está totalmente desconectado do corpo material, poderíamos concluir, de imediato, que tudo o que fosse feito com o cadáver, não deveria atingir o Espírito, por falta de ligações reais. Assim, poderíamos cremar o cadáver ou esquartejá-lo, retalhá-lo, fornecê-lo às feras famintas que o Espírito não teria condições de sentir dor alguma. Mas as coisas podem não ser bem assim, porque o Espírito, mesmo liberto da matéria, continua a pensar e a ter desejos e sentimentos.

No Evangelho de Mateus(Capítulo VI Versículo 21), disse-nos Jesus que Onde Estiver o Nosso Tesouro Aí Estará Também o Nosso Coração.

Podemos dizer, neste caso, que o nosso corpo carnal seria o nosso tesouro e o coração, o nosso pensamento, o nosso sentimento. Para as criaturas ainda não totalmente espiritualizadas, que viveram na Terra muito apegadas aos bens materiais, inclusive ao próprio corpo carnal, a morte não impede que o pensamento do Espírito esteja concentrado no seu cadáver, até mesmo por uma espécie de saudade, devido o recente acontecimento do decesso e por se reconhecer, daquele momento em diante, impedido de usufruir de um instrumento carnal para fazer as coisas que estava acostumado a fazer. Se isto acontecer, e acontece com freqüência, o Espírito fica como que algemado à carne que vestiu na Terra, presenciando, de forma angustiante, as labaredas a queimar as suas vísceras, durante a cremação, porque, como sabiamente disse Jesus, o seu tesouro está ali, no corpo carnal, sendo destruído pelo fogo, em poucos minutos, bruscamente.

Como sabemos, Espíritos muito adiantados, altamente espiritualizados, existem reencarnados na Terra, mas são raros. Aqui se encontram executando missões específicas, para ajudar a Humanidade a acelerar o seu progresso evolutivo, em diferentes áreas do conhecimento. Com a morte, os corpos materiais desses Espíritos, podem ser cremados, porque em nada afetará a sua sensibilidade, visto que vivem mais ligados à Espiritualidade do que à própria matéria. Não é o que se passa com a esmagadora maioria, da qual fazemos parte, pois somos Espíritos em processo evolutivo, mas muito fragilizados pelo acúmulo de imperfeições e, nestas condições, o campo material ainda nos impressiona fortemente, sensibilizando-nos de forma muito acentuada, mesmo para os que são espíritas ou se dizem espíritas. Há sempre alguma circunstância maior ou menor, que nos prende à matéria. Nestes casos, as labaredas da cremação podem chamuscar os Espíritos que se ressentirão do evento, para eles dramático.

Algo semelhante acontece quando nas sessões mediúnicas recebemos um Espírito sofredor como, por exemplo, um Espírito que desencarnou através do assassinato, com um tiro no coração. Ele se aproxima do médium sentindo ainda as dores no coração provocadas pelo tiro que o vitimou e repassa para o médium, de forma amenizada, aquelas dores. Como ele já desencarnou, não mais possui coração e, portanto, não deveria estar sentindo dor alguma. Mas o quadro da sua desencarnação foi muito traumatizante, fazendo com que o Espírito conserve, por muito tempo, o seu pensamento fixo, concentrado, naquele acontecimento, e é por isso que ele sofre.

Nos casos em que o cadáver não é cremado e sim sepultado, o Espírito, por estar muito apegado à matéria, pode ficar no cemitério, próximo à sua sepultura, assistindo também, desesperado, a decomposição gradativa do seu corpo, sentindo mesmo os vermes corroerem a sua carne e com isso sofrendo muito. Há, porém, uma diferença capital entre a cremação e a inumação. Na cremação tudo se processa rapidamente, em poucos minutos e no sepultamento a decomposição do cadáver é lenta, oferecendo oportunidade para que o Espírito possa ser devidamente socorrido, orientado e esclarecido, no sentido de desviar, aos poucos, o seu pensamento para outras coisas importantes.

O Irmão X nos adverte de que a atitude crematória é um tanto precipitada, podendo vir a ter conseqüências desagradáveis para o Espírito desencarnante: ... morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra entre abstinências e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos comes e bebes de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas. Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade. Eis porque, se pudéssemos, pediríamos tempo para os mortos. Se a lei divina fornece um prazo de nove meses para que a alma possa nascer ou renascer no mundo com a dignidade necessária, e se a legislação humana já favorece os empregados com o benefício do aviso prévio, por que razão o morto deve ser reduzido a cinza com a carne ainda quente?

Leon Denis na obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor, comenta que, ao consultar os Espíritos sobre a cremação de corpos, concluiu que em tese geral, a cremação provoca desprendimento mais rápido, mas brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. É necessário certo arrebatamento psíquico, certo desapego antecipado dos laços materiais, para sofrer sem dilaceração a operação crematória. É o que se dá com a maior parte dos orientais, entre os quais está em uso a cremação. Em nossos países do Ocidente, em que o homem psíquico está pouco desenvolvido, pouco preparado para a morte, a inumação deve ser preferida, posto que por vezes dê origem a erros deploráveis, por exemplo, o enterramento de pessoas em estado de letargia. Deve ser preferida, porque permite aos indivíduos apegados à matéria que o Espírito lhes saia lenta e gradualmente do corpo; mas, precisa ser rodeada de grandes precauções. As inumações são, entre nós, feitas com muita precipitação.

Emmanuel, em O Consolador, questão 151, opina: Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas primeiras horas seqüentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.

Fonte: Site O Mensageiro em 01/11/2005 - www.omensageiro.com.br