segunda-feira, 27 de junho de 2011

A IMPOSSIBILIDA LÓGICA DA EXISTENCIA DO DIABO

 O mal sempre acompanhou o homem, sempre esteve concretamente em sua vida por meio de suas manifestações objetivas; a dor e o sofrimento. Os vulcões e os terremotos, os tsunames, os tornados, as epidemias, as doenças crônicas são as formas mais comuns do que poderíamos chamar de mal natural ou físico. Ao lado deste tipo de mal, há um outro que vamos chamar de mal moral, ou seja, mal que tem por causa os desvios da conduta humana como: os homicídios, roubos e furtos, a perversidade, a traição e a mentira, entre outros.
Assim que o homem foi capaz de pensar teologicamente, surgiu à necessidade de se explicar a origem do mal e esta foram atribuídas aos deuses já que eles eram considerados os autores de todas as coisas existentes, boas ou más. A medida, porém, que a teologia foi se sofisticando, houve também uma depuração de conceito de Deus, chegando-se ao deus único que seria infinitamente bom e justo. Então, uma outra questão é posta: como um deus infinitamente justo e bom poderia ter criado o mal? A questão era muito antiga. Já Epicuro de Samos, no século IV, colocava a seguinte questão: ou Deus quer acabar com o mal e não pode ou pode, mas não quer. No primeiro caso é fraco e incapaz e no segundo é perverso e mau, qualidades impossíveis de serem atribuídas a Deus. A solução encontrada por Epicuro foi a seguinte: os deuses existem, são feitos de átomos sutilíssimos e vivem em regiões longínquas do espaço infinito em estado de eterna felicidade e por isso não se ocupam dos negócios humanos nem para o bem nem para o mal.
Foi esta idéia que, no século XIX, o poeta dos escravos Antonio Castro Alves resgatou em versos condoreiros em seu poema Vozes da África.
Deus, ó Deus onde estás que não respondes.
Em que sol, em que estrelas tu te escondes?
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito.
Que embalde, desde então percorre o infinito.
Onde estás, onde estás Senhor Deus?

Nesse poema, o poeta dá voz à África e esta questiona Deus que, sem argumentos, se esconde embuçado nos céus. Assim, voltamos à questão epicurista: Deus quer acabar com o sofrimento dos escravos, mas não pode ou pode, mas não quer.
Para resolver esta questão, na Idade-Média, a igreja Romana tomou do profeta Zoroastro ou Zaratustra a idéia de um demônio metafísico chamado Arhiman que disputa com Ormusd, o deus do bem, a alma do homem. Assim, transfere-se para o demônio a responsabilidade do mal no mundo.
Esta não foi uma boa solução uma vez que levava a uma outra questão: quem criou o diabo? A resposta lógica é a seguinte: se Deus criou todos os seres existentes tanto na ordem física quanto na ordem metafísica e o diabo existe, logo Deus criou o diabo; entretanto, é impossível que um deus infinitamente bom e justo tenha criado um ser voltado para o mal; ora se Deus não pode ter criado o diabo nem o diabo pode ter criado a si mesmo, logo o diabo não existe.
Para buscar uma solução para este problema, os teólogos inventaram o mito dos anjos rebeldes.
Segundo esta narrativa Deus não teria criado o diabo, mas apenas os anjos que eram bons e perfeitos, porém, um dia, um deles, exatamente o mais belo, por nome de Lúcifer, revoltou-se contra o seu criador e chefiou um motim no céu. Deus mandou contra os revoltados as suas milícias celestes e venceu os rebeldes que foram expulsos das regiões celestes e enviado para o inferno, uma região equivalente ao tártaro da mitologia grega.
Examinemos com maior cuidado este mito. Os anjos se rebelam contra Deus. Muito bem. Mas como é possível que alguém se rebele contra a perfeição? Dizem os defensores desta tese que o motivo da rebelião não estava em Deus, mas nos próprios revoltados. Ora, se eles tinham a semente da revolta e do mal em si, logo foram criado imperfeitos e estamos de volta a questão que desejamos evitar, ou seja, um Deus bom criando o mal, um Deus perfeito criando a imperfeição.
Como se pode ver, com facilidade, este mito não resiste a menor crítica. Fiquemos, portanto com a Doutrina dos Espíritos que, em um livro notável, intitulado O Céu e O Inferno, negando tanto a existência dos anjos bons como a dos anjos maus ou demônios, desviando-se do mito tradicional, apresenta o demônio não como um Espírito condenado eternamente ao mal mas como Espíritos que, usando seu livre arbítrio afastaram-se do bem. Este afastamento não é eterno e vai depender dos esforços que eles fizerem na direção da luz
Texto retirado do Jornal Correio Espírita de Maio/07

sexta-feira, 10 de junho de 2011

LICENÇAS PERNICIOSAS

 
          O homem do mundo que é possuidor de sensatez, na convivência mundana usa mas não abusa, concorda mas não convive, ensina mas não impõe, discorda mas não se inimiza, diverge mas não dissente, mantendo em todos os momentos uma diretriz de equilíbrio que o torna verdadeiro cidadão. Compreende que a sua saúde interior resulta do comportamento que se aplica na convivência com os seus pares.
         O homem cristão, cultor sincero do Evangelho de Jesus cristo, compreende em maior profundidade os compromissos que lhe assinalam a rota e por isto mesmo sabe que é livre, mas não tem licença de se comprometer com as vinculações negativas da vida, que lhe cumpre superar. Diante das licenciosidades que lhe abrem portas convidativas ao acesso, mantém uma atitude digna, discreta, sem envolver-se nas fantasias que levam à indigência espiritual e compelem ao aniquilamento dos ideais superiores da vida. Sente-se escravo da verdade, por isso não mente. Compreende que a saúde é fator primacial da vida, portanto, luta contra a doença. No báratro das violações que se multiplicam, galvanizantes ou douradas, percebe o lado negativo das concessões agradáveis que levam à sensualidade - bafio pestilencial de morte que entorpece o sentimento e perturba a razão. - Abstém-se de enrodilhar-se nas malhas constritoras do mal que urde toda uma série de aflições e vexames e terminam por destruir o que há de mais elevado no ser. Coloca-se em salvaguarda contra as facilidades morais que anestesiam os centros do discernimento, por mais favoráveis se lhe apresentem, ou mesmo que se trate de um cabedal glorioso de transitória posição de relevo no mundo. Resguarda-se contra os vícios sociais, os pequenos crimes que são as matrizes dos grandes fracassos espirituais. Afirma os seus valores legítimos, não pelo envilecimento da personalidade, porém através da manutenção dos requisitos que o tornam verdadeiramente digno de ser respeitado e imitado. Não aquiesce diante da mentira, da inveja, da embriaguez, da concupiscência, da calúnia, dos tóxicos, estabelecendo uma normativa de comportamento que lhe constitui a couraça de segurança, ao mesmo tempo abrindo as portas da liberdade por onde avança resoluto, na marcha que o conduz para a paz.
         Enquanto medram as licenciosidades, que vão, a pouco e pouco, dominando o homem e a sociedade hodiernos, o cristão verdadeiro sabe que  a sua segurança é Deus, seu melhor amigo é Cristo, seu roteiro de saúde é o Evangelho, sua definição é o Bem, sua metodologia é a Caridade, sua salvação é    o Amor.
Sem qualquer pieguismo ou manifestação de covardia moral, estabelece um estado de paz interior que os conflitos e as convulsões de fora não conseguem invalidar.
Caracteriza-se a degenerescência de um povo, a queda de uma comunidade pela incursão aberrativa das permissividades morais que neles se instalam. Quando combalem os valores éticos, desmoronam-se os alicerces da vida humana.
Verdade é que muitas vezes se tornam legais as excrescências do caráter humano. Apesar disso jamais se tornam morais.
Aqueles que compactuam com as licenciosidades douradas são também criminosos que se unem para os homicídios recíprocos da vida interior. Enquanto vibram, estonteantes, em sensações enganosas, as expressões do prazer, na atualidade do sexo que tresvaria, vão fazendo do homem um feixe de instintos animalizantes e da mulher um objeto de uso indiscriminado. Sem desejar referir-nos aos grandes comprometidos da História, não podemos sopitar referências a alguns deles, como Cláudio e Messalina que, não obstante a posição relevante à testa do Império Romano, entregavam-se à exaustão dos sentidos, culminando pela alucinação do desejo infrene e da degeneração mental; Justiniano e Teodora - esta última uma atriz arrancada do bordel para o primeiro ponto de destaque da comunidade - exerceram lamentável influência, inclusive na Religião... Mais recentemente Paulina Bonaparte que, tendo o irmão à frente do Império Francês, entregou-se à volúpia insana do prazer até o total aniquilamento das forças... E quantos outros?!...
Seria difícil eleger os grandes prevaricadores e as coquetes da contemporaneidade. É verdade que a mulher envilecida em seus sentimentos, pelo rebaixamento na sexualidade, ascende em posição social, despertando inveja, provocando ciúmes, mas, no íntimo, é uma infeliz, vitimada em si mesma. Espírito sofrido, que foi ludibriado nos seus anseios mais profundos, jornadeia nas luzes enganosas da glória, que logo se apagam, sem contar com um braço amigo que lhe conceda dignidade e apoio quando as carnes trôpegas perderem o momentâneo viço, e o fulgor dos olhos apagar a sua luminosidade. Poderá estar ajaezada e adereçada de gemas de alto custo, todavia sempre experimenta o travo profundo da soledade e o ácido tormentoso do sacrifício sem amor. Se lhe veio das carnes um filho, órfão de pai vivo, terá que segurá-lo em transe de dor, num misto de mágoa, amor e agonia tão profunda quão devastadora. Se derrapa na miséria econômica, que muitas vezes precede ou sucede à moral, passa combatida, combalida, com a ferida aberta do sentimento ultrajado, onde o veneno da insensatez humana aumenta cada vez mais a pústula, tornando-a mais dolorosa. Ninguém dela se apieda. Desculpam o cômpar que contribuiu para a sua queda, mas não a ela que tombou. Em verdade, poucos lembram de que a sua queda se consumou porque u´a mão anônima e acovardada empurrou-a pela escada abaixo da indignidade, constrangendo-a a recolher-se na própria vergonha.
Os vícios, que são frutos dos distúrbios da emotividade, da insegurança e das ambições desnorteadoras deste século de misérias e de glórias, de despudor e de renúncias, objetivam o saciar do egoísmo na sua multiface de paixões.
Não vos deixeis enredar nas malhas bem entretecidas das ações destrutivas dos vícios, por mais simples que vos pareçam!
A barragem poderosa que sustém as águas, arrebenta-se, quando uma pequena infiltração lhe mina as resistências. As pirâmides colossais levantaram-se pedra sobre pedra. A escada da degradação dos costumes começa no primeiro passo para baixo e não encontra fundo, porque, quem cai moralmente e se deixa derruir, tomba sempre um degrau a mais.
Detende vosso passo e erguei vosso sentimento!
O melhor conselheiro do ser é a consciência tranqüila.
Inutilmente procurar-se-ão psicoterapeutas, analistas, medicações, se não se erradicarem do sentimento profundo as marcas dos crimes perpetrados contra a consciência pessoal ou coletiva.
Analisai o Evangelho, comprometendo-vos com ele e, livres como sois, não useis da vossa licença para destruir a oportunidade da atual reencarnação.
O Apóstolo Paulo gritava com emoção que era escravo do Cristo; João da Cruz, o místico espanhol, entregando-se totalmente ao Mestre Galileu, tornou-se o protótipo do senhor de si mesmo, e Teresa d'Ávila, que com ele compartia as excelências espirituais, escreveu emocionada: "Me muero, por que non muero", a sofrer, porque não morrer para ela constituía verdadeiramente uma forma de morte.
O homem que encontra Jesus e que O segue rompe a grilheta que o ata aos vícios dissolventes, sempre nocivos ao coração.
Avançar com o espírito estóico no rumo da felicidade íntima, através da retidão do caráter e da preservação dos costumes, é a diretriz que vos chega, com o objetivo de edificardes, no mundo, uma humanidade melhor, onde todos encontraremos a verdadeira paz hoje ou amanhã.
 
FRANCISCO DO MONTE ALVERNE
(Mensagem psicotônica recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião da noite de 22-11-1978, no Centro Espírita "Caminho da Redenção", em Salvador-BA.)
 
Revista Reformador – Fevereiro 1978 

sábado, 4 de junho de 2011

PREFÁCIO DO LIVRO: TRANSIÇÃO PLANETÁRIA


Vive-se na Terra, o momento da grande transição de mundo de provas e expiações, para mundo de regeneração.
As alterações que se observam são de natureza moral, convidando o ser humano à mudança de comportamento para melhor, alterando os hábitos viciosos, a fim de que se instalem os paradigmas da justiça, do dever, da ordem e do amor.
Anunciada essa transformação que se encontra ínsita no processo da evolução, desde o SERMÃO PROFÉTICO anotado pelo evangelista Marcos, no capitulo XVIII do seu livro, quando o Divino Mestre apresentou os sinais dos futuros tempos após as ocorrências dolorosas que assinalariam os diferentes períodos da evolução.
Sendo o ser humano um Espírito em processo de crescimento intelecto-moral, atravessa diferentes níveis nos quais estagia, a fim de desenvolver o instinto, logo depois a inteligência, a consciência, rumando para a intuição que será alcançada mediante a superação das experiências primevas, que o assinalam profundamente, atando-o, não raro, à sua natureza animal em detrimento daquela espiritual que é a sua realidade.
Mediante as reencarnações, etapa, dá-se lhe processo de eliminação das imperfeições morais, que se transformam em valores relevantes, impulsionando-o na direção da plenitude que esta destinada.
Errando e corrigindo-se, realizando tentativas de progresso e caindo para logo levantar-se, esse é o método de desenvolvimento que a todos propele na direção da sua felicidade plena.
Herdeiro dos conflitos em que estorcegava nas fases iniciais, deve enfrentar os condicionamentos enfermiços, trabalhando pela aquisição de novas experiências que lhe constituíam diretrizes de segurança para o avanço.
Em face das situações criticas pelo carreiro carnal, gerando complicações afetivas, porque distante das emoções sublimes do amor, agindo mais pelos instintos, especialmente aqueles que dizem respeito à preservação da vida, à sua reprodução, à violência para a defesa sistemática da existência corporal, agride quando deveria dialogar, acusa, no momento em que lhe seria licito silenciar a ofensa ou a agressão, dando lugar aos embutes infelizes geradores do ressentimento, do ódio, do desejo de desforço, esses filhos inconsequentes do ego dominador.
O impositivo do progresso, porém é inarredável, apresentando-se como necessidade de libertação das amarras vigorosas que o retém na retaguarda, ante o deotropismo que o fascina e termina por arrebata-lo.
Colocado, pela força do determinismo, na conjuntura do livre-arbítrio, nem sempre lógico, somente ao impacto do sofrimento desperta para compreender quão indispensável lhe é a aquisição da paz, a conquista do bem-estar... Nesse comenos, dá-se conta dos males praticados, dos prejuízos causados a outros, nascendo-lhe o anelo de recuperar-se, auxiliando aqueles que foram prejudicados pela sua inépcia ou primitivismo em relação aos deveres que fazem parte dos soberanos códigos de ética da vida.
Atrasando-se ou avançando pelas sendas libertadoras, desenvolve os tesouros adormecidos na mente e no sentimento, que aprende a colocar a serviço do progresso, avançando consciente das próprias responsabilidades.
Infelizmente, esse despertar da consciência tem-se feito muito lentamente, dando lugar aos desmando que se repetem a todo momento, às lutas sangrentas terríveis.
Predominam, desse modo, as condutas arbitrárias e perversas, na sociedade hodierna, em contraste chocante com as aquisições tecnológicas e cientificas logradas na sucessão dos tempos.
Observam-se amiúde os pródromos dos sentimentos bons, quando alguém é vitima de uma circunstância aziaga, movimentando grupos de socorro, ao tempo que outras criaturas se transformam em seres-bomba, assassinando, fanática e covardemente outros que nada tem a ver com as tragédias que pretendem remediar por meios mais funestos e inadequados do que aquelas que pretendem combater...
Movimentos de proteção aos animais sensibilizam muitos segmentos da sociedade, no entanto, incontáveis pessoas permanecem indiferentes a milhões de crianças, anciãos e enfermos que morrem de fome cada ano, não por falta de alimento que o planeta fornece, mas por ausência total de compaixão e de solidariedade...
Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações, em relação àquelas que foram vitimadas, enquanto, simultaneamente, armas ditas inteligentes ceifam outras centenas e milhares de vidas, a serviço da guerra, ou de revoluções intermináveis, ou crimes trabalhados por organizações dedicadas ao mal...
 São esses paradoxos da vida em sociedade que a grande transição que ora tem lugar no planeta irá modificar.
As criaturas que persistem na acomodação perversa da indiferença pela dor de seu irmão, que assinalarem a existência  pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo conduta egoísta, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de permanecer na Terra, sendo exilados para mundo inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.
O egrégio codificador do Espiritismo, assessorado pelas Vozes do Céu, deteve-se, mais de uma vez, na análise dos trágicos acontecimentos que sacudiram a Terra e os seus habitantes, a fim de despertar os últimos para as responsabilidades para consigo mesmos e em relação à primeira.
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no capitulo dedicado à Lei de destruição, o insigne mestre de Lyon estuda as causas e razões dos desequilíbrios que se dão no planeta com frequência, ensejando as tragédias coletivas, bem como aquelas produzidas pelo ser humano, e constata que é necessário que tudo se destrua, a fim de poder renovar-se. A destruição, portanto, é somente produzida para a transformação molecular da matéria, nunca atingindo o Espírito, que é imortal.
Desse modo, as grandes calamidades de uma ou de outra procedência tem por finalidade convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à imortalidade.
As dores que defluem desses fenômenos denominados como flagelo destruidores, objetivam fazer a “HUMANIDADE PROGREDIR MAIS DEPRESSA. JÁ NÃO DISSEMOS SER A DESTRUIÇÃO UMA NECESSIDADE PARA REGENERAÇÃO MORAL DOS ESPÍRITOS, QUE, EM CADA NOVA EXISTÊNCIA, SOBEM UM DEGRAU NA ESCALA DO APERFEIÇOAMENTO? PRECISO É QUE SE VEJA O OBJETIVO, PARA QUE OS RESULTADOS POSSAM SER APRECIADOS. SOMENTE DO VOSSO PONTO DE VISTA PESSOAL OS APRECIAIS; DAÍ VEM QUE OS QUALIFICAIS DE FLAGELOS, POR EFEITO DO PREJUÍZO QUE VOS CAUSAM. ESSAS SUBVERSÕES, PORÉM, SÃO FREQUENTEMENTE NECESSÁRIAS PARA QUE MAIS PRONTO DE DÊ O ADVENTO DE UMA MELHOR ORDEM DAS COISAS E PARA QUE SE REALIZE EM ALGUNS ANOS O QUE TERIA EXIGIDO MUITOS SÉCULOS”.  (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Parte 3. Capitulo VI, questão 737, 29 edição FEB.)
Eis, portanto, o que vem ocorrendo nos dias atuais.
As dores atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que toma conta dos arraias terrestres tem caráter pandêmico, ao lado dos transtornos depressivos, da drogadição, do sexo desvairado, das fugas psicológicas espetaculares, dos crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e à ética, da desconsideração pelos direitos humanos, animais e da Natureza...
Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência divina, a fim de que se opere a grande transformação de que todos temos necessidade urgente.
Contribuindo na grande obra de regeneração da Humanidade, Espíritos de outra dimensão estão mergulhando nas sombras terrestres, a fim de que, ao lado dos nobres missionários do amor e da caridade, da inteligência e do sentimento, que protegem os seres terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas, facultando o estabelecimento do REINO DE DEUS nos corações.
Reconhecemos que essa nossa informação poderá causar estranheza em alguns estudiosos do Espiritismo, e mesmo reações mais severas noutros... Nada obstante, permitindo-nos a licença de apresentar o nosso pensamento após a convivência com nobres mentores que trabalham no elevado da grande transição...
Equipes de apóstolos da caridade no plano espiritual também descem ao planeta sofrido, a fim de contribuir em favor das mudanças que devem operar-se, atendendo aqueles que se encontram excruciados pela desencarnação violenta, inesperada, ou padecendo o jugo de obsessões cruéis, ou fixados em revolta injustificável, considerando, considerando-se adversários da Luz, membros da sanha do mal, a fim de melhorar a psicosfera vigente, desse modo, facilitando o trabalho dos Mensageiros de Jesus.
Na presente obra, apresentamos três fases distintas, mas que se interpenetram, em torno do trabalho a que fomos convocado, mercê da compaixão do Amor, de modo a acompanharmos as ações de enobrecimento de dignos e valorosos Benfeitores, vinculados ao programa em desenvolvimento a respeito da transição planetária que se vem operando desde há algum tempo...
Não temos outro objetivo, senão estimular os servidores do Bem a prosseguirem no ministério, a qualquer custo, sem desânimo nem contrariedade, permanecendo certos de que se encontram amparados em todas as situações, por mais dolorosas se lhes apresentem.
Procuramos sintetizar as operações de socorro aos desencarnados vitimados pelo tsunami ocorrido no Oceano Índico, devastador e de consequências graves, que permanece ainda gerando sofrimento e desconforto, especialmente porque sucedido de outros tantos que prosseguem ocorrendo com frequência assustadora...
Logo após, referimo-nos ao contributo especial dos Espíritos dedicados às tarefas de reencarnação dos novos obreiros, terrestres ou voluntários de outra dimensão cósmica, passando à análise dos tormentos que invadem a Terra, assim como da interferência dos Espíritos infelizes, que se comprazem em manter o terrível estado atual de aturdimento.
Nada obstante, em todos os momentos, procuramos demonstrar a providencial misericórdia de Jesus, sempre atento com os Seus mensageiros a todas as ocorrências planetárias, minimizando as aflições humanas e abrindo espaço ao dia radioso de amanhã, que se aproxima, rico de bênçãos e de plenitude.
Agradecendo ao Senhor de nossas vidas e aos Espíritos superiores investidos da sublime tarefa da grande transição planetária, por haver-nos concedido a honra do trabalho ao seu lado, sou o servidor devotado de sempre.


Salvador, 09 de Abril de 2010.
Manoel Philomeno de Miranda