quinta-feira, 16 de abril de 2009

SUBSÍDIOS PARA UM MUNDO NOVO

De valor incomensurável é a literatura espírita posta em circulação pelo Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira. Obras de valor científico e literário, a maioria das quais levando à compreensão das criaturas humanas uma doutrina superior, que valoriza as almas e fecunda as mentes.
Temos o hábito de fazer periódicas incursões ao mundo dos livros editados há alguns anos, para renovarmos a sensação de. beleza moral que promana dessas obras magníficas, a maior parte delas de procedência mediúnica, outras, porém, de autoria de espíritas esclarecidos e bastante familiarizados com a Doutrina codificada por Allan Kardec.
Não há nada mais confortador do que essa espécie de "volta a Meca". Tornamos a visitar "Os Quatro Evangelhos", "Renúncia", "No Invisível", "Missionários da Luz", "Libertação", "O Espírito Consolador", "O Evangelho segundo o Espiritismo", "O Livro dos Médiuns", "O Livro dos Espíritos" e assim por diante. Sempre que se torna a ler um livro espírita muita coisa nova, ressurge e se aprende. São fontes de ensinamentos prodigiosos, essas obras.
Há dias, abrimos "Crônicas Espíritas" de Fred. Figner. Apreciamos, não apenas a serenidade da linguagem usada por esse eminente vulto do Espiritismo brasileiro, mas também a sua argumentação de irresistível lógica, esmagando e ao mesmo tempo esclarecendo, ensinando e educando um certo padre Dubois, que, à maneira dos Boa-venturas de todos os tempos, pretendeu confundir os espíritas com sofismas e silogismos de legitima feitura jesuítica. Eis um livro que merece as atenções daqueles que ainda não o conhecem.
Há nele muita, coisa interessante e instrutiva. No capítulo em que fala do dogma católico da "Transubstanciação", Figner ensinou ao padre Florêncio Dubois que esse dogma foi "produzido" (eis o termo adequado) pelo concílio de Trento (1545-1563), por determinação do papa Paulo III. E, para evidenciar o perfil desse pontífice que o convocou, cita um trecho da página 7, volume 4, da "História dos Papas", de Maurice Lachatre, que é de estarrecer. Vai, em seguida, ao "dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria", detém-se no dogma da "Divindade de Jesus", trata da “Divindade da Igreja”.
Católica", enfim, reduz tudo às suas reduzidas e insignificantes proporções.
E' bom reler bons livros. E' bom também conhecer o que de novo vem surgindo no Espiritismo nacional. Temos, por exemplo, "Devassando o Invisível", da médium Yvonne A . Pereira, que já nos deu "Memórias de um Suicida", "Nas voragens do pecado" e "Nas telas do Infinito". E' valioso "Estudo sobre fenômenos e fatos transcendentes devassados pela mediunidade, sob a orientação dos Espíritos-Guias da médium". Vejam só o título de alguns dos capítulos: "Como se trajam os Espíritos", "Frederico Chopin na Espiritualidade", "Mistificadores - Obsessões", "Sutilezas da Mediunidade", "As virtudes do Consolador", "Os grandes segredos do Além".
Quase ao mesmo tempo apareceu um novo livro da dupla magnífica de médiuns - "Francisco Cândido Xavier - Waldo Vieira", nomes já mundialmente consagrados. A obra foi ditada por André Luiz, cujos trabalhos anteriores dispensam adjetivos, tão importantes e mesmo revolucionários foram na literatura espírita. Desta vez ele nos deu "Sexo e Destino". Tema difícil, perigoso, mas de palpitante atualidade, num mundo que parece obcecado pelo sexo, a tal ponto que a concupiscência se amplia, causando estragos incomensuráveis.
A obra em si é de enorme valor. Bastaria o nome de André Luiz para recomendá-la. Acresce, porém, outro pormenor valioso: Emmanuel, Espírito cintilante por sua grande elevação moral e desmedida cultura, ditou, à guisa de prefácio, o "Prece no Limiar", que assim começa: "Pai de Infinita Bondade! Este é um livro que permitiste ao nosso André Luiz traçar, em lances palpitantes da existência, alguns conceitos da Espiritualidade Superior, em torno de sexo e destino - fotografia verbal de nossas realidades amargas que entremeaste de esperanças eternas."
Vale a pena conhecê-la por inteiro. O assunto é grave e interessa a homens e mulheres, sendo altamente recomendável à juventude, logicamente mais sujeita aos percalços da vida sexual.
São obras, estas duas últimas, que se nivelam a outras de igual profundidade moral, que já contribuem, há muitos anos, para a orientação superior da criatura humana. Nenhuma felicidade coletiva será possível sem que primeiramente se alcance a reforma e o aperfeiçoamento de cada indivíduo. As obras espíritas têm também essa missão.
São subsídios de imenso valor para a construção de um mundo novo e melhor.
Reformador – Março de 1964.

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