domingo, 22 de março de 2009

A VERDADEIRA FACE DO ABORTO NO MUNDO


Tema, sem dúvida, delicado, o aborto deve ganhar este ano mais evidência na pauta de debates, sobretudo por conta do fim da restrição, pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, às verbas para incentivo a essa prática em nível mundial. A decisão do novo presidente, aliás, causou espanto, e tristeza, nos grupos pró-vida.
“Quando acordamos todas as manhãs diante de uma crise financeira que se aprofunda, é um insulto ao povo norte-americano resgatar a indústria do aborto” – disse Charmaine Yoest, que preside a entidade Americanos Unidos pela Vida.
Não é de hoje que o aborto preocupa os defensores da vida em solo norte-americano.
Num país que gasta, por ano, mais de 400 milhões de dólares com a chamada “assistência ao planejamento familiar no exterior”, fazem refletir as estatísticas sobre interrupção da gravidez no próprio solo.
Desde que o aborto até o nono mês de gestação foi legalizado no país, em 1973, seus números cresceram assustadoramente. Só naquele ano foram provocados 600 mil abortos e, em 1989, se alcançava a espantosa marca de cerca de um milhão e 400 mil abortos. Atualmente, acontecem de 800 a 900 mil abortos nos Estados Unidos, números ainda elevados se comparados com os 200 mil contabilizados em 1970, quando foi permitida a prática até o quinto mês de gestação, em Nova York, sendo também liberada em outras partes do país, até o terceiro mês de gravidez (fonte: www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss5103a1.htm#fig1).
Apesar disso, os grupos pró-aborto continuam ganhando espaço em todos os países à custa de discursos e estatísticas questionáveis, estatísticas essas não raro apresentadas por grupos afins. Em Portugal, em 2007, por ocasião de um plebiscito para saber a opinião do povo sobre o tema, campanhas chegaram a afirmar que “não haveria qualquer relação entre o aumento no número de abortos e sua legalização e que na maior parte dos países que despenalizaram a sua prática o número de abortos havia diminuído”. Por artifícios como este, o aborto acabou legalizado no país naquele mesmo ano. Em pouco mais de um ano, porém, a verdade se fez sentir.
“Estamos a matar a geração do futuro. São 18 mil bebês, projetos de vida que foram cortados à nascença e que fazem falta hoje” – denunciou Luís Botelho Ribeiro, um dos promotores de uma petição com 4.500 assinaturas entregue em janeiro ao presidente da Assembleia da República e à presidente da Comissão Parlamentar de Saúde de Portugal, pedindo a revogação da Lei do Aborto, que já está custando aos cofres públicos 25 milhões de euros ao ano. Ribeiro também chama a atenção para o envelhecimento populacional no país, onde “se começa a viver um inverno demográfico, com menos de 230 mil alunos no ensino secundário público e menos de 4.056 escolas em apenas dez anos”.
Recente levantamento do grupo Situação da Defesa da Vida (sdv@pesquisadedocumentos.com), mostra que a maior taxa de abortos se encontra nos países da ex-União Soviética, que, na década de 20, num ato inédito, legalizou a prática. A estimativa é de que cada mulher naquela parte do mundo pratique em média seis abortos ao longo da vida, tendo, inclusive, se tornado este o principal método de controle da natalidade e planejamento familiar da Europa Oriental durante os últimos 50 anos (fonte: www.cimac.org.mx/noticias/01sep/01091007.html). Só para se ter uma ideia, na Rússia, país que lidera o ranking de interrupções voluntárias da gravidez, no ano de 2005, a quantidade de abortos – 1 milhão e 800 mil – superou a de nascimentos – 1 milhão e 500mil. “Se isso continuar, a sobrevivência da nação estará ameaçada” – advertiu o presidente russo, Vladmir Putin, no seu primeiro pronunciamento à nação.
Na Espanha, estudo do Conselho Superior de Investigações Científicas apontou um aumento progressivo de abortos nos últimos 20 anos. “Mais de um terço de todas as gestações de jovens espanholas termina com estas práticas” – revelou a autora do estudo, Margarita Delgado (www. vidahumana.org/news/espana_julio98.html). Acredita-se que em 2006 na Espanha houve quase 100 mil abortos.
E o crescimento vertiginoso no número de abortos se verifica igualmente nos demais países em que sua prática foi legalizada, como Nova Zelândia, Inglaterra e Austrália.
Na América Latina, que engloba 21 países do continente americano, a questão também preocupa. Em Cuba, onde a interrupção voluntária da gravidez é legal desde a revolução comunista de 1959, a cada cem mulheres grávidas, com idades de 12 a 49 anos, 37 abortaram. Se isso continuar, a bela ilha de Cuba enfrentará um sério problema, pois em 2025 um em cada quatro dos seus habitantes terá mais de 60 anos, agravando a falta de mão-de-obra e os custos da assistência social e médica, que lá é gratuita.
No Brasil, a pressão pela legalização está se intensificando, embora 76% da população tenha revelado, numa enquete de 2008 da Agência Câmara, ser contrária à prática. Ainda assim, continuam as investidas de grupos que usam como principal argumento o direito da mulher sobre o próprio corpo, como se o ser em formação não tivesse também direitos. E a pressão desses grupos tem sido tanta que até mesmo dois deputados contrários ao aborto estão sob ameaça de expulsão do partido a que são filiados.
Outro impulsionador do aborto em escala mundial, o que já não é mais segredo para ninguém, é a questão monetária. Hoje há redes inteiras de clínicas e até o comércio de fetos para fins científicos e estéticos, como denunciaram os jornalistas ingleses Michel Litchfiel e Susan Kentish em seu livro “Babies for Burning” (“Bebês para queimar”, editado pela Serpentine Press, de Londres). Essa obra, que expõe o comércio de fetos, contém chocantes narrativas de desumanidade e foi comentada por Carlos Heitor Cony no jornal “Folha de S.Paulo”, de 11 de abril de 2008, no artigo “Uma história repugnante”, depois reproduzido pela Academia Brasileira de Letras (www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=7208&sid=606).
Todos esses fatos servem de alerta à sociedade em geral, para que fique atenta, se informe e participe mais dos debates sobre o aborto. E também às instituições espíritas, para que voltem seus esforços um tanto mais, sobretudo neste ano, à questão do aborto, a fim de que não se corra o risco de acontecer no Brasil o que, infelizmente, se observa hoje em outras partes do mundo.
Fonte SEI2136

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