sexta-feira, 30 de julho de 2010

MEIOS DE COMUNICAÇÕES COM OS ESPÍRITOS

As teorias proclamadas pelo Espiritismo são de um valor incalculável, mas a incredulidade arraigou-se tanto no espírito humano que só mesmo os fatos, que são as demonstrações dessas teorias, poderão convencer o homem da sua imortalidade.

É preciso, entretanto, procurarmos a Verdade, e não ela que nos deve procurar. Procuremos os fatos e eles serão apresentados com toda a clareza para quebrar a monotonia estúpida de uma "crença banal": a crença no nada; - ou a crença naquilo que nos apresenta como verdadeiro, mas que a nossa consciência repele e a nossa razão repugna.

Para ter certeza se a alma sobrevive a morte do corpo, o meio mais seguro é procurarmos estabelecer relações com essas almas nossas amigas que já se despojaram do seu corpo material.

As experiências por meio da Mesinha que constituem o A-B-C do espiritismo prático já caíram em desuso, visto os meios que temos de mais fácil comunicação; entretanto não deixaremos de dar aqui algumas indicações sobre esse meio, se bem que rudimentar, pelo qual podemos conversar com nossos parentes e amigos "que já morreram", como se diz em linguagem vulgar.

Aproveitamos o método preconizado por "Stainton Moses":

"Escolhei de 4 a 8 pessoas entre homens e mulheres, colocai-vos em torno de uma mesa redonda, de tamanho conveniente, e estendam todos as palmas das mãos sobre a mesa. Não é necessário que as mãos se toquem. O prelúdio do sucesso é habitualmente uma corrente de ar frio que passa pelas mãos e braços de alguns dos operadores e uma espécie de tremor da mesa.

"Assim que a mesa começar a agitar-se, deixai as mãos repousarem delicadamente sobre a sua superfície a fim de terdes a certeza de que não sois compartes nos seus movimentos.

"Dentro em pouco vereis provavelmente os movimentos ainda se reproduzirem mesmo que as vossas mãos se conservem acima da mesa sem tocá-la.

"Logo que julgardes estar bem desenvolvido esse trabalho escolhei dentre vós alguém para dirigir a conversação.

"Manifestai à inteligência invisível o desejo de se convencionar certos sinais, e pedi-lhe que dê uma pancada cada vez que ao pronunciar-se lentamente as letras do alfabeto chegar-se àquelas que entram na formação da palavra que a inteligência quer ditar. Será bom usar-se uma pancada para exprimir não, três para sim, e de duas quando houver "indecisão".

"Uma vez estabelecidas suficientemente as comunicações, perguntai à inteligência quem ela é ou pretende ser, e quem é o médium dentre vós, e fazei o questionário que puder auxiliar vossas investigações.

"Se houver tentativa de pôr o "médium" em "transe" ou de produzir manifestações violentas, solicitai que essas experiências sejam adiadas até poderdes contar com o concurso de um espírita bem prático.

"No caso da inteligência não concordar com o vosso pedido levantai a sessão.

"Nunca tenteis uma investigação tão séria por frivolidade ou passatempo.

"Tende boas intenções e um raciocínio criterioso se quiserdes encontrar a verdade.

"Existem muitos meios de comunicações, porém a escrita manual é a mais simples, a mais cômoda e a mais completa. Esta é a forma de mediunidade que permite estabelecer relações com os Espíritos, tão seguidas e tão regulares como as há entre nós, tanto mais que é por meio dela que os Espíritos revelam melhor a sua natureza, grau de sua perfeição ou de sua inferioridade.

"A faculdade de escrever por um médium é a que é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício.

"Entre outros graus de mediunidade distinguimos aqui: o "Médium Mecânico", quando o impulso da mão é dado independente da sua vontade; o Espírito atua diretamente sobre a mão, escrevendo enquanto tem o que o dizer. Neste caso o médium não tem consciência do que escreve.

Médium Intuitivo é o que recebe o pensamento do Espírito. Neste caso o Espírito não atua sobre a mão e sim sobre a alma do médium com a qual se identifica. A alma com esse impulso dirige a mão, e a mão dirige o lápis.

Médium semi-mecânico é o que sente o impulso dado à sua mão, sem que o queira, mas tem ao mesmo tempo consciência do que escreve.

"Fazei vossas experiências, tomai o lápis e papel e esperai por 15 minutos, todos os dias a uma hora determinada, durante 15 dias - 1 mês - 2 ou mais se for preciso, que obtereis a prova do prolongamento da vida daqueles que vos são caros. Existem médiuns que só depois de seis meses de exercício diário conseguiram escrever, ao passo que outros escrevem corretamente logo à primeira vez.

"Não há fórmula sacramental para as invocações, entretanto convém que sejam feitas em nome de Deus. Pode ser nos seguintes termos ou em outros equivalentes: "Rogo a Deus Todo Poderoso me conceda a graça de comunicar-me com o Espírito de F..."

"Quando se chama por Espírito determinado é muito essencial ao começar não se dirigir senão aos que só sabem ser bons e simpáticos, e que podem ter um motivo para vir como parentes e amigos.

"Quereis ver o que é uma alma - disse o padre Vieira - olhai para um corpo sem alma".

A nova filosofia agora vem nos dizer o que Vieira não o pôde: "Quereis ver o que é uma alma?" "Privai com ela por algum tempo, fazei-a escrever, conversar, se fotografar, e vos convencereis da existência das almas".

Não se procura demonstrar mais a sobrevivência da alma com floreados de retórica, mas mandando aplicar os métodos indutivos da ciência:

Estuda - Observa – Experimenta.

Allan Kardec trata da parte "Experimental do Espiritismo" no seu livro "O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores" que recomendamos a atenção dos que quiserem fazer experiências.

Cairbar Schutel
Espiritismo e Materialismo

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