quinta-feira, 28 de maio de 2009

A VERDADE


“Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
O homem vem de uma trilha vivencial milenar, mergulhado nas trevas da superstição, dos mistérios, da adoração, dos dogmas e crenças obscuras. Foram séculos de condicionamento escravizantes que passaram a fazer parte do cerne do espírito humano, incrustados nas mais profundas camadas do seu inconsciente.
Essa oclusão mental impedia-lhe de ver a luz, mesmo após haver brilhado nos céus a grande estrela de Natal, há dois mil anos. As trevas estendiam sua pesada cortina sobre a mente humana e, para o êxito desse trabalho, contavam com a grande colaboração da inércia e da acomodação que ainda marcam o estágio evolutivo da humanidade até os nossos dias.
Eis que surge a Doutrina Espírita e a mente preguiçosa, acicatada pela dor encontra, nas razões alinhadas pelo Espírito de Verdade e seus colaboradores, os clarões de uma alvorada libertadora.
À medida que estuda os ensinamentos do Mestre Jesus à luz desses novos entendimentos, o homem sente-se livre, parte os velhos e pesados grilhões que o prendiam a sentimentos inferiores dos mais matizes. É a verdade que mostra os primeiros raios no horizonte de sua vida, passando, então, a entender com clareza as palavras do querido e amado rabi.
O sentimento de liberdade, no entanto, é explosivo e, ao experimentá-lo, o homem busca, de imediato, alçar vôo, rasgar o espaço em alta velocidade na direção do infinito, na grande conquista de si mesmo, sem compreender que tudo, na natureza, é gradual, lento e quase imperceptível aos instrumentos de sua sensibilidade, ainda primitiva. As modificações desejadas não se mostram de imediato, são graduais e sutis, como o nascer do sol, no horizonte.
É necessário, por isso, ao homem que desperta, conter seus impulsos, Ter fé nos ensinamentos do Mestre e perseverança em seus esforços, para consolidar as pequenas conquistas sobre si mesmo, na rotina do dia a dia, a fim de que no futuro, mesmo que remoto, possa alcançar a compreensão total e absoluta daquelas verdades libertadoras prometidas por Jesus.

Graças a Deus

Lar Fabiano de Cristo
Reunião mediúnica de 13.3.2000
Médium: Yvon Luz

segunda-feira, 25 de maio de 2009

TERAPIA DA ORAÇÃO


Joanna de Ângelis

Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.
A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.
Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.
A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.
O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.
O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.
A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.
A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.
Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.
Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.
O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.
O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.
Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.
Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.
A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.
Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.
Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.


Psicografia de Divaldo P. Franco - Momentos Enriquecedores

sexta-feira, 22 de maio de 2009

SUBLIME EXPIAÇÃO


EM LEMBRANÇA AOS 124 ANOS DE DESENCARNE DE VICTOR-MARIE HUGO OCORRIDO EM 22.05.1885




Espírito Victor-Marie Hugo

Tudo é transitório, amigo dileto, enquanto estamos no carro sombrio da carne humana. Somente o amor possui a linguagem definitiva e enobrecedora da vida, capaz de vencer o túmulo de cinzas e alcançar a madrugada espiritual. Permanecem as construções do bem e a luz da fraternidade, espalhadas por onde se erguem os alicerces da esperança
Renasceste, como todos nós, para recomeçar a experiência evolutiva. Trazes no perispírito, onde se sediam as necessidades que nos impomos, após os gravames das experiências malogradas, os germens da hanseníase, que poderão ou não manifestar-se e infectar-te o corpo somático, dependendo de como te utilizes das forças físicas ora ao teu alcance.
Não apenas pelo impositivo expiatório recuperamos o patrimônio malbaratado do espírito... As Leis Soberanas são todas de amor, e pelo amor toda a "multidão de pecados é perdoada", conforme asseverou Pedro, recordando o Senhor da Vida, na Terra.
O cabedal de energias que utilizamos no cumprimento do dever e na preservação da virtude multiplica-se, ampliando a potencialidade que lhe é própria, a benefício da usina donde promana, nos tecidos muito sutis do Espírito. Assim, trabalha e serve, ama e ajuda. Pelo amor repararás os desastres da ignorância, da ira e da maldade.

De Divaldo P. Franco

quinta-feira, 21 de maio de 2009

OS BENS TERRENOS E OS ESPIRITUAIS


"Paz e graça a todos. Que a as luzes do entendimento vos envolva. A mensagem de hoje fala acerca do apego aos bens terrenos. As casas religiosas estão cheias dos que, sob o pretexto de dar a Deus, procuram a fortuna, o enriquecimento fácil. Algumas, numa atitude indigna, usam o nome de Deus como propaganda de sua banca de apostas, denominação justa que se pode dar a esses mercadores vis.
No entanto, Jesus há dois mil anos já deixou entre vós a mensagem de que Seu Reino não é deste mundo. O reino do qual Ele fala tem como moeda a bondade, o amor, a benevolência, a fraternidade e todas as virtudes que dignificam o Espírito. Neste Reino o que vale é o sentimento sincero do amor ao próximo, na prática verdadeira da caridade, única e absoluta via de salvação. Não penseis, porém, que é a caridade que vos envaidece quando vos encheis de orgulho na divulgação do bem que fazeis. Não penseis que praticais a caridade quando, por desencargo de consciência, depositais nas mãos dos miseráveis algumas moedas, que muitas vezes é simplesmente lançada ao chão. Observai bem vossas vidas. Em vosso desmesurado egoísmo achais muito pouco o que possuís, pois vossas almas sedentas do supérfluo não se contentam apenas com o necessário. Vossas vidas são cheias de benefícios, vossos problemas são migalhas frente ao sofrimento desses a quem lançais vossas moedas, pois frequentemente deitam suas cabeças nas duras calçadas das vias públicas e mesmo quando possuem um leito para deitar em suas choupanas, são desprovidos das boas condições com que ora vos aquinhoa a vida.
Caríssimos! Cuideis para que não vos percais em vossos constantes desejos de possuir o que julgais muito necessário. Com frequência o que buscais como essencial para vossa felicidade, configura-se em verdadeira desgraça mais à frente. Isto porque tendes uma idéia bastante distorcida do que é a vida e tudo o que envolve o processo de edificação do Espírito.
Os bens materiais são uma grande ferramenta de evolução se souberdes aproveitar a oportunidade. Tendo o conhecimento da verdadeira vida, certamente compreendereis que a verdadeira propriedade, porém, é aquela que se consegue aprimorando o Espírito. Deixai de lado vosso egoísmo e orgulho e analisai se não podeis fazer mais, bem mais do que fazeis. Minimizar o sofrimento no mundo através de boas obras é dever de todos. Não vos esqueçais de que sois irmãos, filhos do mesmo Pai e que da forma mesma como agirdes na vida, ela agirá convosco, fazendo valer as suas leis que são justas e imutáveis. Fazei o bem e não esperais reconhecimento. Eis tudo. Deus vos abençoe os gestos de sincera comiseração e beneficência".
Espírito: João
Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec

terça-feira, 19 de maio de 2009

O MISSIONÁRIO POR EXCELÊNCIA


Allan Kardec foi, dentre todos, o Missionário por excelência, e não apenas um missionário a mais.
Entendemos que, embora oportunas, necessárias e relevantes, outras missões, anteriores e posteriores à sua, estariam em parte prejudicadas, se a que lhe coube não tivesse sido magistralmente desempenhada, com superlativa cota de benefícios para toda a Humanidade.
Graças aos seus sacrifícios é que os sacrifícios de muitos, antes e depois dele, poderão florescer ainda no mundo. Graças aos seus testemunhos de abnegação e renúncia, as lágrimas e suores de outros construtores do progresso humano continuarão fecundando a “terra virgem” dos corações, encontrando condições para uma frutificação fecunda.
Realmente, já procuramos imaginar que seria das grandes descobertas e invenções, sem o amparo da razão iluminada e do justo entendimento de sua benéfica utilização?
Como estaria a Humanidade, se os poderes ocultos da Natureza, revelados aos filhos dos homens, fossem distorcidos em sua justa destinação, pondo por terra a larga escala de benefícios que podem prodigalizar?
De que nos serviriam o magnetismo, a eletricidade, a aparelhagem de precisão, os equipamentos industriais, os engenhosos meios de comunicação, a criatividade tecnológica, todas as arrojadas concepções de intelectualidade, nos consideráveis setores das atividades humanas, transformadas em maravilhosas aplicações práticas, se o seu uso degenerasse em abuso, com prejuízos individuais e coletivos?
A Doutrina Espírita é de tal significação e relevância, que o próprio Jesus lhe predissera o advento, como algo de excepcional, fadado a revolucionar os destinos da Humanidade, trazendo-lhe de volta seus ensinos sob nova ótica de reconhecimento.
Detenhamo-nos agora nos dias que correm, nos acontecimentos que ocorrem no cotidiano - nas lutas, nas dores, nas perplexidades, nos desapontamentos, nas frustrações, nas vicissitudes, nas amarguras e angústias dos corações humanos; pensemos na situação de cada um de nós, dos entes que nos são caros, nas crises de povos e nações, de pátrias e nacionalidades; pensemos em tudo e em todos, e concluamos pela tranqüilizadora constatação de que o Espiritismo constitui, deveras, o penhor de nossa eterna gratidão pela felicidade que nos prodigaliza.
Depois do Natal de Jesus, nada melhor nos poderia ter acontecido do que o nascimento de Allan Kardec, fidedigno continuador do Cristianismo, nos mais amplos desdobramentos de interpretação dos seus ensinos.
Primeiro, o Cristo de Deus, Messias e Salvador, Mestre e Médico de nossas almas.
Segundo, Allan Kardec, Educador e Benfeitor da Humanidade, genuíno depositário dos ensinos de Jesus e Missionário por excelência.
Revista Reformador - Março - 1998

domingo, 17 de maio de 2009

ANTE NOSSO PAI


Emmanuel

Imaginemos um pai justo e nobre, em face dos próprios filhos, na governança doméstica. Desde cedo, cada dia, desvela-se na execução dos próprios deveres, amealhando o necessário para que a dignidade e o valor lhes não faltem à existência.
Observa-lhes o crescimento, incutindo-lhes respeitabilidade e elevação de caráter.
Sacrifica-se, jubiloso, para que a luz lhes banhe o ninho familiar e para que o pão lhes nutra a mesa.
Resume-se-lhe a felicidade na felicidade que lhes é própria.
Fibras de seu coração, almas de sua alma, regozija-se na própria renúncia e contempla-se eles para alimentar em si próprio a razão de viver.
Entretanto, maduros de raciocínio, eis que os rapazes, muitas vezes, confiam-se a sendas opostas.
Foragidos do bem, entregam-se ao mal e transviados da luz, confiam-se às trevas.
E porque não conseguem esquecer o amor que lhes deu a vida, tornam, de quando em quando, ao santuário doméstico, trazendo ao progenitor os frutos do roubo, os remanescentes da rapinagem, os resultados da delinqüência e o dízimo da viciação em que se comprazem. Decerto, não multiplicariam no coração paterno mais que a dor e a angústia, o flagelo moral e a desolação.
*
Eis o quadro a que se ajusta a maioria das oblatas humanas nos recintos suntuosos, consagrados a Deus na Terra.
Por séculos e séculos, gestos de adoração e votos de louvor expressam-nos simplesmente o fogo e o espinheiro de nossas negações.
*
Meditemos a lição singela e lembremo-nos de que, qual acontece no lar humano, enobrecido pelo trabalho, nosso único sacrifício abençoado nos Céus é aquele que nos defina a extinção dos erros, a abolição da rebeldia, o aniquilamento da vaidade, a supressão do egoísmo e a vitória da humildade sobre o nosso orgulho, feroz e impertinente.
O Pai Misericordioso e Sábio, Poderoso e Justo, inegavelmente prescinde das nossas dádivas e se algo lhe podemos oferecer, em troca do infinito amor com que nos preserva e aperfeiçoa, é o aprimoramento de nossas próprias almas, a fim de que no espelho cristalino da própria consciência e na fonte limpa do coração lhe possamos retratar a grandeza.


Fonte: Do Livro “Seguindo Juntos” Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos

quarta-feira, 13 de maio de 2009

RELIGIÕES

Emmanuel
Toda crença é respeitável
No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negues fidelidade
Toda religião é sublime
No entanto, só a Doutrina Espírita consegue explicar-te os fenômenos mediúnicos em que toda religião se baseia
Toda religião é santa nas intenções
No entanto, só a Doutrina Espírita pode guiar-te na solução dos problemas do destino e da dor
Toda religião auxilia
No entanto, só a Doutrina Espírita é capaz de exonerar-te do pavor ilusório do inferno, que apenas subsiste na consciência culpada
Toda religião é conforto na morte
No tentanto, só a Doutrina Espírita é suscetível de descerrar a continuidade da vida além do sepulcro
Toda religião apregoa o bem como preço do paraíso aos seus profitentes
No entanto, só a Doutrina Espírita estabelece a caridade incondicional como simples dever
Toda religião exorciza os Espíritos infelizes
No entanto, só a Doutrina Espírita se dispõe a abraçá-los como a doentes, neles reconhecendo as próprias criaturas humanas desencarnadas em outras faixas de evolução
Toda religião educa sempre
No entanto, só a Doutrina Espírita é aquela em que se permite o livre exame, com o sentimento livre de compressões dogmáticas para que a fé contemple a razão face a face
Toda religião fala de penas e recompensas
No entanto, só a Doutrina Espírita elucida que todos colheremos conforme a plantação que tenhamos lançado à vida sem qualquer privilégio na Justiça Divina
Toda religião erguida em princípios nobres, mesmo as que vigem nos outros continentes, embora nos pareçam estranhas, guardam a essência cristã
No entanto, só a Doutrina Espírita nos oferece a chave precisa para a verdadeira interpretação do Evangelho
Porque a Doutrina Espírita é em si a liberdade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula
Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento
Espírita dever ser o teu caráter, ainda mesmo que te sintas em reajuste, depois da queda
Espírita deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências
Espírita deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo
Espírita deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que por isso te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres
Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo
E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos
Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, poque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas

sábado, 9 de maio de 2009

PERANTE OS PROBLEMAS MATERNAIS


Espírito Bezerra de Meneses

I

As nossas irmãs que se fizerem mães, juntamente com os seus filhinhos, atrairão sempre a assistência do Alto, na caminhada redentora.

II

Quanto às nossas tarefas de mãe, prossigamos confiando na Infinita Bondade de Jesus, que nunca nos abandona.
Conservemos a firmeza de atitudes, revestindo o nosso carinho maternal de Amor Puro e guardando a certeza de que Jesus nos sustentará.


III

Sustentemos a calma por clima constante no coração.
O ministério de mãe- redentora tarefa de alegrias e angústias – prosseguirá amparado por muitos Amigos da Esfera Superior.
Marchemos ao encontro da vontade de Jesus e Jesus virá ao encontro da nossa.

IV

Sob os testemunhos do amor materno, não faltará o socorro do Senhor.
Sigamos ao encontro de nossa luta, guardando a certeza de que a Bênção de Jesus estará conosco.

V
O sacrifício das mães é a bênção maior dos filhos. Ajudemos, como sempre, aqueles que o Senhor nos concedeu aos braços amorosos por brilhantes a burilar.
A hora porém é de resistência moral e de novos testemunhos de fé, porquanto o carinho maternal, embora sempre ao lado dos filhos em dificuldades, não poderá eximi-los das suas responsabilidades naturais.

VI

As forças maternais serão sempre renovadas, na missão redentora, pelos Amigos Espirituais constantemente a postos.
Quanto possível, evitemos acréscimo de preocupações em benefício de nós mesmos.

VII

Auxiliemos aos filhos, quanto se nos faça possível, guardando sempre uma posição digna e tranqüila, na certeza de que o amparo do Senhor não nos faltará. Só assim as nossas atitudes estarão em harmonia com os nossos deveres maternais.

VIII
Amigos da Espiritualidade Superior dispensam assistência habitual em favor da manutenção da paz, na solução dos inquietantes problemas que afligem o coração materno.

Do livro Apelos Cristãos. Espírito Bezerra de Meneses. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

PREJUÍZOS DO EGOÍSMO


Sentimento é gerador de muitos males.
A sempre fecunda e abundante fonte de pesquisa que se constitui a Revista Espírita, lançada por Allan Kardec em 1858, apresenta preciosidades para o estudo e entendimento das lições de Jesus e da Doutrina Espírita.
Estando sempre envolvido com suas páginas para matérias desta seção da RIE, vamos descobrindo tesouros esquecidos que merecem divulgação para ampliar o universo das reflexões.
Pois bem, na edição de setembro de 1865, Kardec publicou uma matéria intitulada Um Egoísta, apresentando um estudo espírita moral, como ele mesmo qualificou. Trata-se de um relato apresentado por um de seus correspondentes que comenta sobre a existência de um moço que morava com sua velha tia, que muito o amava.
Ocorre, porém, que o comportamento do moço, em relação à tia, era de completa indiferença quanto a poupar-lhe esforços e sacrifícios, pois que “Ele não arredava um móvel em casa, como se tivesse criados às suas ordens; até se previsse algum penoso serviço excepcional, arranjava um pretexto para se abster, temeroso que lhe pedissem uma ajuda, que não poderia recusar. (…) era insensível (…)”, como consta do texto original da Revue.
Apesar do comportamento, “Era espírita e, sob o domínio dessa crença se melhorou, posto não a tivesse aproveitado tanto quanto poderia tê-lo feito, devido à sua inteligência (…)”. Devido, porém, aos esforços contínuos e sacrificiais, a velha tia adoeceu, desenvolvendo uma hérnia muito grave, que aumentou seu sofrimento. Após relativo tempo, porém, o moço sofreu um acidente e desencarnou.Kardec, após tomar conhecimento do fato pelo relato recebido pelo correspondente, resolveu evocar o moço e não conseguiu, devido às precárias condições do espírito, mas recebeu valiosa orientação assinada por Vosso Guia Espiritual, que está na íntegra publicada na edição referida. O texto é de uma clareza meridiana. Transcrevemos trechos parciais:

1) “(…) Neste momento está muito perturbado pelos pensamentos que o agitam. Vê sua tia e a doença que ela contraiu devida às fadigas corporais e da qual morrerá. Eis o que o atormenta, pois se considera o seu matador. Como efeito o é, pois podia poupar-lhe o trabalho que será a causa de sua morte. É para ele um remorso pungente que o perseguirá por muito tempo, até que tenha reparado a sua falta.(…)”.

2) “(…) Para seu castigo, deve vê-la morrer em conseqüência de sua indiferença egoísta, porque sua conduta é uma variedade de egoísmo (…)”.

O Espírito sugere e mesmo solicita que o grupo ore pelo espírito, para ajudá-lo a superar o desespero em que se encontrava, mas Kardec pondera se será levado em conta a correção de outros defeitos, que o moço conseguiu por força do conhecimento espírita, e se isto não abrandaria sua situação.
Eis trechos parciais da resposta:

1) “Sem nenhuma dúvida, essa melhora lhe é levada em conta, pois nada escapa ao olhar perscrutador da divina providência. Mas eis de que maneira cada boa ação ou má ação tem suas conseqüências naturais, inevitáveis, conforme a palavra do Cristo: ‘A cada um segundo as suas obras’, ou seja, o que se corrigiu de algumas falhas se poupa da punição que as mesmas teriam acarretado e recebe, ao contrário, o prêmio das qualidades que as substituíram; mas não pode escapar às conseqüências dos defeitos que persistem. (…)”.

2) “(…) Meus amigos, o egoísmo é o que melhor se vê nos outros, porque a gente sente o seu contragolpe e porque o egoísta nos fere; mas o egoísta encontra em si mesmo sua satisfação, razão por que dele não se apercebe. O egoísmo é sempre uma prova de secura do coração; estiola a sensibilidade para os sofrimentos alheios. (…)”.

3) “(…) do egoísta não espereis senão a ingratidão (…) Só age por outro quando forçado; nunca espontaneamente (…)”.

4) “(…) o egoísmo é o verme roedor da sociedade (…)”.

Lição viva para pensar! E nos motivar inclusive para um estudo complementar em O Céu e o Inferno, exatamente no capítulo VII em que Kardec publicou o magistral Código Penal da Vida Futura, um resumo da lei quanto à posição dos espíritos após a desencarnação ou no que respeita ao futuro da alma, fruto da observação de depoimentos trazidos pelos próprios espíritos.
É notório considerar como de grandes prejuízos para a alma humana e para a sociedade em geral, os efeitos do egoísmo. Conforme os próprios espíritos declararam, o egoísmo é o vício que se pode considerar como o mais radical (questão 913 de O Livro dos Espíritos). E vão além, declarando que “Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo (…)” (transcrição parcial da resposta à questão citada neste parágrafo).
O exemplo trazido por Kardec em sua Revue é localizado, envolveu duas pessoas. A velha tia era obrigada a cortar lenha para sobreviver e tudo mediante a indiferença do sobrinho. Embora seja um exemplo do passado (hoje dificilmente é preciso cortar lenha), ele pode ser trazido para os dias atuais e servir como parâmetro para uma automedição de como estamos agindo no relacionamento. Até como forma de avaliarmos os progressos neste campo, para não carregarmos conosco o arrependimento doloroso de um comportamento egoísta e indiferente.
Desafio para todos nós, espíritos em aprendizado.
Matéria publicada originariamente na Revista Internacional de Espiritismo, edição de junho de 2004.
Fonte:
Grupo Espírita Renascer.

domingo, 3 de maio de 2009

JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO


171. Sobre o que se funda o dogma da reencarnação?
— Sobre a justiça de Deus e a revelação, pois não nos cansamos de repetir: um bom pai deixa sempre aos filhos uma porta aberta ao arrependimento. A razão não diz que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna daqueles cujo melhoramento não dependeu deles mesmos? Todos os homens não são filhos de Deus? Somente entre os homens egoístas é que se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem perdão.
Comentário de Kardec: Todos os Espíritos também tendem a perfeição, e Deus lhes proporciona os meios de consegui-la, com as provas da vida corpórea. Mas, na sua justiça, permite-lhes realizar, em novas existências, aquilo que não puderam fazer ou acabar numa primeira prova.
Não estaria de acordo com a eqüidade, nem segundo a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu melhoramento, independentemente de sua vontade, no próprio meio em que foram colocados. Se a sorte do homem fosse irrevogavelmente fixada após a sua morte, Deus não teria pesado as ações de todos na mesma balança e não os teria tratado com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde a idéia da justiça de Deus, com respeito aos homens de condição moral interior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos nos ensinam.
O homem que tem consciência da sua inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma consoladora esperança. Se crê na justiça de Deus, não pode esperar que, por toda a eternidade, haja de ser igual aos que agiram melhor do que ele. O pensamento de que essa inferioridade não o deserdará para sempre do bem supremo e que ele poderá conquistá-lo através de novos esforços o ampara e lhe reanima a coragem. Qual é aquele que, no fim da sua carreira, não lamenta ter adquirido demasiado tarde uma experiência que já não pode aproveitar? Pois esta experiência tardia não estará perdida: ele a aproveitará numa nova existência.
Trecho retirado do Livro dos Espíritos