segunda-feira, 20 de outubro de 2014
INTRODUÇÃO I DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
INTRODUÇÃO I DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Para se designarem coisas novas são precisos
termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão
inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.
Os vocábulos espiritual, espiritualista,
espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à
doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia.
Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite
haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue
daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o
mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para
indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos ESPÍRITA e ESPIRITISMO,
cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo,
apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo
espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a DOUTRINA
ESPÍRITA ou o ESPIRITISMO tem por princípio as relações do mundo material com
os Espíritos ou seres do mundo invisível. OS ADEPTOS DO ESPIRITISMO SERÃO
ESPÍRITAS, OU, SE SE QUISEREM, OS ESPIRITISTAS.
Como especialidade, O LIVRO DOS ESPÍRITOS
contém a DOUTRINA ESPÍRITA; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista,
uma de cujas fases apresenta. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu
título as palavras: Filosofia espiritualista.
PRECE DO ESPÍRITO DE LETÍCIA
"Divino Jesus, Senhor Augusto e Soberano
Mestre!
Aqui estamos, em lágrimas de ternura e
gratidão, ao lado de teus e nossos filhos! Eles enfrentam, Senhor, no grande
oceano da vida terrena, os primeiros sopros fortes do vendaval que avança sobre
a Tua Barca, e sentem no coração o frio da vigília que precede a manhã das
batalhas decisivas.
Percebem claramente, ó Mestre, que chega,
veloz e silenciosa, a hora do testemunho, e sabem que não há como afrontar a
realidade maior senão de alma aberta e confiada em Ti.
Dá, porém, Augusto Condutor de nossas vidas,
que eles percebam, mais clara e permanentemente que nem só cardos e pedras
atapetam o chão áspero da senda a que a Tua Bondade os conduziu.
Que eles recolham, no escrínio íntimo, as
flores perfumosas e sinceras que o nosso afeto lhes oferece todos os dias e
todas as noites.
Que vejam, Mestre Amado, as nossas mães
carinhosas a afagar lhes as frontes cansadas e a encorajá-los à batalha
redentora!
Ó Pastor Sublime, dá que eles se apercebam de
que o nosso coração acompanha cada um dos seus passos, nossos braços secundam
os seus braços, nossos olhos choram as mesmas gotas de pranto e contemplam, no
longínquo Céu, as mesmas estrelas!
São nossos irmãos muito amados - e mais - são
nossos filhos, a quem acalentamos durante muitos séculos, no desdobrar-se
incessante dos tempos, e a quem nem sempre soubemos encaminhar e defender.
Agora, Glorioso Governador de nossas almas,
somos compelidos a acompanha-los no silêncio do anonimato e na constância do
amor, deixando-os, porém, livres e aparentemente sós, à frente dos vagalhões
que vem vindo ao seu encontro.
Confiamos neles, mas sobretudo confiamos em
Ti, que a todos nos amparas e nos guias, para que, ó Redentor Excelso, o nosso
sublime amanhã alvoreça maravilhoso, sobre nós, no firmamento sagrado que cobre
esta Pátria bendita, em que replantaste, para o Novo Milênio, a Árvore Divina
da Tua Boa Nova!"
A RECEITA DE SANTO AGOSTINHO
É raro, no meio espírita, comentar-se sobre
autoconhecimento sem fazer referência ao pensamento de Santo Agostinho, exposto
na questão 919 de O Livro dos Espíritos. Nela o tema foi tratado diretamente em
preciosos quatro parágrafos, encerrando uma receita.
O conhecimento espírita desperta um anseio
pelo progresso que nos faz pedir que nos apontem caminhos. O Codificador pediu
aos espíritos superiores a fórmula da melhoria pessoal, e não pediu para as
próximas encarnações, pediu para esta vida e ousou mais: tinha que ser prática
e eficaz.
Respondeu-lhe o Espírito Santo Agostinho,
dizendo: “UM SÁBIO DA ANTIGUIDADE VOS DISSE: CONHECE-TE A TI MESMO”.
Referia-se a Sócrates e apontou a necessidade
de focarmos os interesses na busca por e em nós mesmos. Ouve-se muito: “Conheço
fulano como a palma da minha mão, ele não me engana.” Ou seja, conheço o outro,
conheço para fora, mas quando perguntam “Quem é você?”, dizemos um nome que nem
ao menos foi de nossa livre escolha e completamos informando profissão, estado
civil e endereço. Pronto, qualquer um nos encontra o que não significa um
encontro pessoal.
O Codificador retruca reconhecendo a
sabedoria da resposta, mas alegando dificuldades para se atingir o conhecimento
interior e insiste no pedido de uma receita. Disse Jesus: “Pedi e obtereis.”
Ele obteve a fórmula e a legou àqueles que em si descobrem esse anseio.
Ensinou o interrogado: “Fazei o que eu fazia
de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência,
passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se
ninguém tinha nada a lamentar de mim.”.
Estava dada a receita da espiritualidade
prática e eficaz para melhorar já nesta vida: conhecer a si mesmo examinando a
consciência.
Mas como se faz um exame de consciência? Será
que basta rememorar os acontecimentos do dia e verificar como nos comportamos,
se fomos gentis, cordiais, caridosos, se cumprimos nossos deveres
profissionais, familiares, se fizemos prece etc.? Talvez temeroso de que
caíssemos nesta simplificação, ele especificou que o modo de fazer é realizar
um interrogatório preciso e diário a si mesmo sob o amparo de Deus e do anjo
guardião. Ele sugeriu que colocássemos para nossa reflexão ao menos cinco
questões, a saber:
1) “PERGUNTAI-VOS O QUE FIZESTE E COM QUAL
OBJETIVO AGISTES EM TAL CIRCUNSTÂNCIA”.
A primeira parte da questão é tranquila,
basta recordar as atitudes do dia. A segunda aprofunda- se pedindo para
identificarmos os objetivos de nossas ações, os interesses e propósitos que as
motivaram, os quais podem estar escondidos muito fundo, num canto sombrio do
nosso ser, e ainda se apresentarem mascarados.
2) “SE FIZESTE ALGUMA COISA QUE CENSURAIS EM
OUTREM”.
A nossa capacidade de olhar para fora é bem
desenvolvida, então vamos aproveitar e conhecer o que estamos projetando. É
sempre fácil apontar erros, condenar e exigir dos outros esquecendo que só
conseguimos reconhecer aquilo que também possuímos. Esse é um procedimento importante
da receita que se repetirá.
3) “SE FIZESTE ALGUMA COISA QUE NÃO OUSARÍEIS
CONFESSAR”.
Um questionamento ético em relação à minha
conduta com o próximo e também pessoal, na medida em que devemos responder se
tudo o que pensei, senti e fiz pode ficar exposto à luz? Ou falta coragem para assumir
opiniões, atitudes, vontades, o “eu” e as motivações reais e profundas das
minhas ações, que somente eu e Deus podemos saber quais são.
4) “SE APROUVESSE A DEUS ME CHAMAR NESTE
MOMENTO (EM QUE ESTOU LENDO ESTA PÁGINA), REENTRANDO NO MUNDO DOS ESPÍRITOS,
ONDE NADA É OCULTO, EU TERIA O QUE TEMER DIANTE DE ALGUÉM?”.
Queremos distância da morte. Não é agradável
pensar nela ou falar sobre ela. Aceitá-la não é fácil, trabalhar as perdas é um
processo doloroso e delicado. Imagine pensar na própria morte, diariamente.
Frente a cada decisão, refletir como ficaria a situação se morrêssemos naquele
momento. Brigamos com um filho, ou com o marido, ou com um amigo, ficamos
magoados, com raiva e morremos num ataque fulminante do coração. Que situação!
Essa questão nos põe em xeque com um mundo onde as máscaras não enganam senão
quem as usa. Se pensarmos sob esse enfoque, mudaremos muitas atitudes.
5) “EXAMINAI O QUE PODEIS TER FEITO CONTRA
DEUS, CONTRA VOSSO PRÓXIMO, E ENFIM, CONTRA VÓS MESMOS”.
Discutimos muito as nossas relações amorosas,
profissionais e familiares, mais ou menos nessa ordem de prioridade. Mas a
relação com Deus vai entre tapas e beijos e não paramos para discuti-Ia. Começa
que Dele nem sempre fazemos um juízo claro, a nossa resposta pessoal é em geral
vaga ou politicamente correta. Confundimos repetição mecânica de palavras com
falar com Ele. Nós o bendizemos quando a vida corre como desejamos, mas é sobre
Ele que lançamos nossas incompreensões e ingratidões quando as coisas não são
como queríamos. Por fim, Ele é o cangaceiro das nossas vinganças, cada vez que
vencidos pela ira desejamos o mal ao próximo e não o realizamos com as próprias
mãos. Mas, ironicamente, embora O contratemos para nossas desforras, ainda O
tememos. E uma relação complicada: nós a vivemos com uma grande dose de
irreflexão misturada ao medo, à ira, à ingratidão. Temos um comportamento
mimado e não apto ao diálogo.
Desta tríade, a relação com o outro é a mais
debatida, só que em geral sob a ótica de vítima: “O que eles fizeram comigo”. O
convite é para largarmos essa postura e assumirmos nossas responsabilidades.
A relação conosco é outra e apenas em
circunstâncias limites começamos a discutir. Falamos muito sobre reencarnação,
obsessão, lei de amor, depressão, sentimentos mal resolvidos, doenças, mas
pouco nos perguntamos: “Por que sou e estou assim?” Como lido com as alegrias e
as tristezas?”, “Cuido bem de mim, como corpo e alma?”
O autor da receita mostra conhecimento e
compreensão da alma humana antecipando-se ao propor: “Mas, direis, corno se
julgar? Não se tem a ilusão do amor próprio que ameniza as faltas e as
desculpas?”.
Ilusões e justificativas podem comprometer o
resultado e para evitar que algo saía errado na execução da receita, ele deixou
também os segredinhos.
PARA EVITAR AUTOENGANOS, FAÇAMOS O SEGUINTE:
1) “Quando estiverdes indecisos sobre o valor
de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por
outra pessoa; se a censurais em outrem, ela não pode ser mais legítima em vós,
porque Deus não tem duas medidas para a justiça.”.
2) “Não negligencieis a opinião dos vossos
inimigos, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e,
frequentemente, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho para vos advertir
com mais franqueza que o faria um amigo.” É o verdadeiro “te enxerga”. É uma
proposta valiosa para reformularmos comportamento sobre críticas e inimizades,
vendo nelas auxiliares divinos para nosso crescimento. Assim, esvazia-se a
raiva e a indignação. A humildade é o caminho que acaba com a falsa
superioridade que nos faz preferir ignorar as críticas e inimizades a aprender
com elas.
3) “Aquele que tem vontade séria de se
melhorar explore, pois, sua consciência, a fim de arrancar dela as más
tendências.”.
O produto da fórmula ê uma visão clara de
quem somos e do que precisamos reformar.
A promessa final é excelente, nada menos que
uma felicidade eterna.
Vale a pena conferir.
Fonte: Revista Literária Espírita Delfos.
Catanduva, SP: BOA NOVA.
Ano V. Ed. 03. Nº 21. 2005. p. 10-13
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quarta-feira, 19 de março de 2014
LEIS MORAIS
A LEI
DIVINA OU NATURAL
Do
ponto de vista científico, uma lei é uma regra que descreve um fenômeno que
ocorre com certa regularidade, não tendo o poder de determinar que um fato
qualquer deva ou não ocorrer.
Ela
apenas verifica a sua ocorrência, analisando as causas e os efeitos
relacionados com o evento. Ainda do ponto de vista científico, uma lei natural
é um enunciado de uma verdade científica, assim compreendida no âmbito de um
paradigma científico. Deve ter certas características de generalidade e
abrangência, a fim de poder ter um aspecto prático. Por outro lado, deve também
ser falseável, no sentido em que possa ser refutada, tanto lógica como
experimentalmente. Caso contrário, poderia ser enquadrada como religião,
filosofia, arte ou qualquer outra atividade do gênero humano, mas nunca como
ciência.
Filosoficamente
falando, no entanto, a lei natural é a que o homem conhece pela luz natural de
sua razão, enquanto implícita na natureza das coisas. É uma participação da lei
eterna na criatura racional, uma impressão em nós da luz divina, pela qual
podemos discernir o bem e o mal. Para ser considerada como lei natural, deve
trazer características de imutabilidade, tanto intrinsecamente como
extrinsecamente falando. Assim, a lei natural é imutável em si mesma, e seus
princípios não podem desaparecer da consciência, embora possa ser admitida a
possibilidade e a realidade de certo progresso do direito natural, no sentido de
que, pelo avanço da civilização, pelo desenvolvimento e extensão do saber, possa
ser produzido pouco a pouco um aperfeiçoamento das exigências da lei natural.
De forma semelhante, a lei natural é também imutável extrinsecamente, no
sentido de que é ilícito tanto ab-rogá-la, transgredi-la, mesmo parcialmente, ou
dispensá-la, tanto quanto é impossível à criatura humana renunciar, no todo, ou
em parte, à sua natureza.
Em
"O LIVRO DOS ESPÍRITOS", na questão 614, está definido que a lei
natural
é a
lei de Deus. Única verdadeira para a felicidade do homem, porque lhe dá a indicação
do que deve fazer ou deixar de fazer para ser feliz. A Lei Natural está
escrita, portanto, na consciência do homem, facultando-lhe discernir entre o
bem e o mal. Na questão 647, está dito que a lei de Deus encerra todos os deveres
dos homens uns para com os outros. Observe-se, entretanto, que a Lei Natural
não envolve só a relação entre os homens, mas uma consciência ética mais abrangente,
incluindo tudo que existe em a Natureza. A Lei de Justiça, Amor e Caridade
trazida por Jesus Cristo está contida nela e serve como uma precisa regra de
conduta. O homem deve, no entanto, ampliar sua percepção para a necessidade de
assegurar harmonia, não só nas relações com seus semelhantes, mas também com
todas as criaturas da Natureza.
A
MORAL SEGUNDO O ESPIRITISMO
Na
questão 629 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS" encontramos a definição de moral
como sendo a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal.
Funda-se
na observância da lei de Deus, fazendo com que o homem só proceda bem quando
tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus. O bem é,
portanto, tudo o que está conforme a lei de Deus; e o mal, tudo o que lhe é
contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o
mal é infringi-la.
AS
LEIS MORAIS COMO DIVISÃO DA LEI NATURAL
De
acordo com a questão 648 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a divisão da lei
natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução,
conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim,
a de justiça, amor e caridade foi feita por Moisés e tem o propósito de
abranger todas as circunstâncias essenciais da vida. Essa divisão nada tem de
absoluto, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, uma vez
que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. Dentre
essas partes, a Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante, por ser a
que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas
as outras.
A LEI
DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE.
“Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e todo o teu
espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. Amarás o teu próximo, como a
ti mesmo. Toda a lei e os profetam se acham contidos nesses dois mandamentos”
(Mateus 22: 37 a 40)
JUSTIÇA
De
acordo com a questão 875 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a justiça consiste em
cada um respeitar os direitos dos demais.
Esses
direitos podem ser naturais ou adquiridos com base nas leis humanas.
Os
direitos naturais são imutáveis e iguais para todos, independendo de época ou
de cultura. São estabelecidos pela Lei Natural e escritos na consciência
humana. Entre outros, estão nesta categoria: o direito à vida, o direito ao
meio ambiente saudável, o direito à liberdade, o direito ao trabalho e à legítima
propriedade como fruto desse trabalho. Na medida em que o homem desenvolve uma
consciência ética, os códigos de direitos humanos tendem a se aproximar do
direito natural. Na questão 876 está estabelecida a regra da efetiva justiça
pelas palavras do Cristo: “Queira um para o outro o que quereria para si mesmo.
No coração do homem, imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que
cada um deseje ver respeitado seus direitos...). O direito pessoal é, pois,
baseado no direito do próximo. O limite do direito de cada um é aquele que ele
reconhece ao seu semelhante, em idênticas circunstâncias e reciprocamente (questão
878).
O do
verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, é aquele que pratica a justiça em toda
sua pureza, porquanto pratica também o amor ao próximo e a caridade, sem os
quais não há verdadeira justiça.
AMOR
São
Vicente de Paulo, respondendo à questão 888 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS
orienta: “... Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a
qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e
organizados. A atração é a lei de amor para matéria inorgânica”
O
amor, de acordo com a Lei de Deus deve ser incondicional, abrangente, para com
todas as criaturas de Deus, incluindo os inimigos. O sentimento do amor
incondicional implica misericórdia, perdão, indulgência, e a retribuição do mal
com o bem.
CARIDADE
De
acordo com o Pequeno Dicionário, de Aurélio Buarque de Holanda, caridade é o
sentimento que nos leva a poupar alguém a quem deveríamos ou poderíamos castigar,
punir; o mesmo que complacência, benevolência, condescendência.
No
verdadeiro sentido, como entendia Jesus, significa benevolência para com todos,
indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. (questão 886
de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”).
A
caridade envolve as ações destinadas a prover recursos materiais àquele que necessita
(caridade material), mas, sobretudo, qualquer ação destinada a proporcionar o
bem-estar daqueles que necessitam (caridade moral). A caridade é a manifestação
do amor, isto é, é o amor em ação.
Enquanto
o amor é um sentimento que predispõe ao bem, a caridade é a ação que consubstancia
este bem. O amor e a caridade são, pois, o complemento da lei de justiça, pois
amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos
nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos
outros como irmãos. (questão 886 de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”.).
São
Vicente de Paulo, respondendo à questão 888 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS",
orienta: “A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; esta tanto no ato,
como na maneira por que é praticado... Lembrai-vos também de que, os olhos de
Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: Ignore a vossa mão
esquerda o que a direita der”. Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes
a caridade com o orgulho (...)”
Existe
uma dinâmica na relação entre justiça, amor e caridade. A justiça pode ser
considerada um valor natural que Deus infunde na consciência humana. O amor
pode ser visto como um sentimento que predispõe o homem a querer o bem de seu
semelhante, e a caridade pode ser vista como um comportamento que se manifesta
pela ação de fazer o bem a seus semelhantes. Assim, caridade implica amor, amor
implica justiça, justiça implica caridade e vice-versa. Essa é a dinâmica da
Lei.
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