AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
INTRODUÇÃO I DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Para se designarem coisas novas são precisos
termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão
inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.
Os vocábulos espiritual, espiritualista,
espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à
doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia.
Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite
haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue
daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o
mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para
indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos ESPÍRITA e ESPIRITISMO,
cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo,
apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo
espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a DOUTRINA
ESPÍRITA ou o ESPIRITISMO tem por princípio as relações do mundo material com
os Espíritos ou seres do mundo invisível. OS ADEPTOS DO ESPIRITISMO SERÃO
ESPÍRITAS, OU, SE SE QUISEREM, OS ESPIRITISTAS.
Como especialidade, O LIVRO DOS ESPÍRITOS
contém a DOUTRINA ESPÍRITA; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista,
uma de cujas fases apresenta. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu
título as palavras: Filosofia espiritualista.
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