quarta-feira, 18 de setembro de 2013

INTRODUÇÃO - LIVRE ARBÍTRIO


 
 
A questão do livre arbítrio é uma das mais importantes na vida do ser humano encarnado ou desencarnado.

- O que fazer de si próprio? Como empregar o tempo, que passa e não volta mais? Como proceder em relação aos outros? O que pensar em relação a uma série de temas decisivos na própria vida do dia a dia e naqueles outros tidos como “abstratos”? Acreditar que é um Espírito ou que é meramente um corpo destinado à sepultura?

São inúmeras perguntas que cada um tem de responder, caso queira ser consciente do próprio rumo, ou, em caso contrário, viver simplesmente se atordoando com atividades ou com a ociosidade, fugindo de si mesmo.

A decisão a esse respeito é individual, intransferível, sendo que “a cada um será dado conforme suas obras”, aí incluído tudo que cada um fez de si mesmo.

Este livro não se propõe impor a ninguém um “ponto de vista”, mesmo que saibamos ser o verdadeiro, mas sim trazer ao grande público conhecedor das verdades da reencarnação, da evolução, da pluralidade dos mundos habitados e outras questões desse nível, uma reflexão sobre dois temas de vital importância na vida de cada ser humano, que são: 1 – o livre arbítrio e 2 – o mérito.

Os prezados leitores, ao final da leitura, verificarão que sabem muito pouco sobre o livre arbítrio, pois os filósofos materialistas, aqueles que trataram ou tratam do assunto, dão-lhe um elastério praticamente infinito, o que não corresponde à verdade, enquanto que o mérito tem sido tratado como recompensa destinada àqueles ainda dominados por uma índole muitas vezes agressiva, astuta ou egoísta.

Ninguém, em sã consciência, depois de ler esta obra, continuará a ter dúvidas sobre esses dois temas, porque, pura e simplesmente, quem estará dando as respostas será o próprio Divino Mestre Jesus, Sublime Governador da Terra, através do seu livro pouco conhecido atualmente, apesar de já quase centenário, intitulado “A Grande Síntese”, ditado através do médium Pietro Ubaldi, atualmente já desencarnado, livro esse que muita repercussão encontrou na época, tendo sido compulsado por Albert Einstein e outros luminares da intelectualidade, mas, com o tempo, acabou quase que caindo no esquecimento.

Propomo-nos a comentar, em breves palavras, aquilo que encontramos nesse precioso resumo de todo o Conhecimento Humano possível para o ser humano encarnado da primeira metade do século XX e que o próprio Sublime Governador da Terra trouxe para Seus pupilos terrenos, através da mediunidade de um missionário que encarnou com essa tarefa específica.

Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, atestou a origem dessa obra gigantesca como sendo de autoria do próprio Jesus, o que não é de se espantar, porque, se Ele tem se manifestado inúmeras vezes aos homens e mulheres cuja tarefa é contribuir para o progresso da humanidade encarnada, por que não poderia, através de um médium, ditar uma obra, como o fazem Seus mensageiros, dentre os quais Emmanuel, Bezerra de Menezes etc. etc.?

Para iniciar nosso estudo sobre esses dois temas, transcreveremos, sem nenhum comentário, porque desnecessário, o diálogo entre Jesus, quando Encarnado, e o senador Públio Lentulo, ou seja, o próprio Emmanuel, descrito por este último, no seu livro “Há Dois Mil Anos”, psicografado por Chico Xavier.

Ali vemos o livre arbítrio do Espírito encarnado ser respeitado integralmente, conforme acontece sempre, pois os Espíritos Superiores nunca obrigam seus pupilos a optarem pelo Bem, mas apenas lhes aconselham essa opção, deixando por conta do aluno as escolhas, a fim de ele que tenha o mérito dos bons resultados.

Temos de aprender essa lição para a nossa vida, pois, ainda, no geral, tendemos muito a impor nossas vontades, mesmo que informadas de boas intenções, a todos aqueles a quem amamos e, principalmente, aos que ainda não amamos, sem saber que, com isso, estamos agindo incorretamente, demonstrando atraso espiritual, o qual precisa ser superado para evoluirmos, além de prejudicar aqueles a quem temos o dever de ensinar, sobretudo, pela exemplificação e pouco pelas palavras, pois “se a palavra convence, o exemplo arrasta”.

Não que se vá optar pela omissão, que é um erro grave, mas que aprendamos a respeitar o livre arbítrio alheio, para que cada um daqueles que cruzar o nosso caminho, “por um pouco de tempo”, receba, na própria vida, os galardões que merecer pelas suas boas “obras”.

Passemos, então, à dramática, mas sublime lição vivida por Emmanuel há dois milênios atrás:

Após haver percorrido uns trezentos metros de caminho, encontrou transeuntes e pescadores, que se recolhiam e o encaravam com mal disfarçada curiosidade.

Uma hora passou sobre as suas amargas cogitações íntimas.

Um velário imenso de sombras invadia toda a região, cheia de vitalidade e de perfumes.

Onde estaria o profeta de Nazaré naquele instante? Não seria uma ilusão a história dos seus milagres e da sua encantadora magia sobre as almas? Não seria um absurdo procurá-lo ao longo dos caminhos, abstraindo-se dos imperativos da hierarquia social? Em todo caso, deveria tratar-se de homem simples e ignorante, dada a sua preferência por Cafarnaum e pelos pescadores.

Dando curso às ideias que lhe fluíam da mente incendiada e abatida, Públio Lentulus considerou dificílima a hipótese do seu encontro com o mestre de Nazaré.

Como se entenderiam?

Não lhe interessara o conhecimento minucioso dos dialetos do povo e, certamente, Jesus lhe falaria no aramaico comumente usado na bacia de Tiberíades.

Profundas cismas entornavam-lhe do cérebro para o coração, como as sombras do crepúsculo que precediam a noite.

O céu, porém, àquela hora, era de um azul maravilhoso, enquanto as claridades opalinas do luar não haviam esperado o fechamento absoluto do leque imenso da noite.

O senador sentiu o coração perdido num abismo de cogitações infinitas, ouvindo-lhe o palpitar descompassado no peito opresso.

Dolorosa emoção lhe compungia agora as fibras mais íntimas do espírito.

Apoiara-se, insensivelmente, num banco de pedras enfeitado de silvas, deixara-se ali ficar, sondando o ilimitado do pensamento.

Nunca experimentara sensação idêntica, senão no sonho memorável, relatado unicamente a Flamínio.

Recordava-se dos menores feitos da sua vida terrestre, afigurando-se-lhe haver abandonado, temporariamente, o cárcere do corpo material.

Sentia profundo êxtase, diante da Natureza e das suas maravilhas, sem saber como expressar a admiração e reconhecimento aos poderes celestes, tal a clausura em que sempre mantivera o coração insubmisso e orgulhoso.

Das águas mansas do lago de Genesaré parecia-lhe emanarem suavíssimos perfumes, casando-se deliciosamente ao aroma agreste da folhagem.

Foi nesse instante que, com o espírito como se estivesse sob o império de estranho e suave magnetismo, ouviu passos brandos de alguém que buscava aquele sítio.

Diante de seus olhos ansiosos, estacara personalidade inconfundível e única. Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.

Públio Lentulus não teve dificuldade em identificar aquela criatura impressionante, mas, no seu coração marulhavam ondas de sentimentos que, até então, lhe eram ignorados. Nem a sua apresentação a Tibério, nas magnificências de Capri, lhe havia imprimido tal emotividade ao coração.

Lágrimas ardentes rolaram-lhe dos olhos, que raras vezes haviam chorado, e força misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva lavada em luar.

Desejou falar, mas tinha o peito sufocado e opresso. Foi quando, então, num gesto de doce e soberana bondade, o meigo Nazareno caminhou para ele, qual visão concretizada de um dos deuses de suas antigas crenças, e, pousando carinhosamente a destra em sua fronte, exclamou em linguagem encantadora, que Públio entendeu perfeitamente, como se ouvisse o idioma patrício, dando-lhe a inesquecível impressão de que a palavra era de espírito para espírito, de coração para coração:

- Senador, por que me procuras? - e, espraiando o olhar profundo na paisagem, como se desejasse que a sua voz fosse ouvida por todos os homens do planeta, rematou com serena nobreza: - Fora melhor que me procurasses publicamente e na hora mais clara do dia, para que pudesses adquirir, de uma só vez e para toda a vida, a lição sublime da fé e da humildade...

Mas, eu não vim ao mundo para derrogar as leis supremas da Natureza e venho ao encontro do teu coração desfalecido!...

Públio Lentulus nada pôde exprimir, além das suas lágrimas copiosas, pensando amargamente na filhinha; mas o profeta, como se prescindisse das suas palavras articuladas, continuou:

- Sim... Não venho buscar o homem de Estado, superficial e orgulhoso, que só os séculos de sofrimento podem encaminhar ao regaço de meu Pai; venho atender às súplicas de um coração desditoso e oprimido e, ainda assim, meu amigo, não é o teu sentimento que salva a filhinha leprosa e desvalida pela ciência do mundo, porque tens ainda a razão egoística e humana; é, sim, a fé e o amor de tua mulher, porque a fé é divina... Basta um raio só de suas energias poderosas para que se pulverizem todos os monumentos das vaidades da Terra...

Comovido e magnetizado, o senador considerou, intimamente, que seu espírito pairava numa atmosfera de sonho, tais as comoções desconhecidas e imprevistas que se lhe represavam no coração, querendo crer que os seus sentidos reais se achavam travados num jogo incompreensível de completa ilusão.

- Não, meu amigo, não estás sonhando... - exclamou meigo e enérgico o Mestre, adivinhando-lhe os pensamentos. - Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo sendal dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida.

Está, porém, no teu querer o aproveitá-lo agora, ou daqui a alguns milênios... Se o desdobramento da vida humana está subordinado às circunstâncias, és obrigado a considerar que elas existem de toda a natureza, cumprindo às criaturas a obrigação de exercitar o poder da vontade e do sentimento, buscando aproximar seus destinos das correntes do bem e do amor aos semelhantes.

Soa para teu espírito, neste momento, um minuto glorioso, se conseguires utilizar tua liberdade para que seja ele, em teu coração, doravante, um cântico de amor, de humildade e de fé, na hora indeterminável da redenção, dentro da eternidade...

Mas, ninguém poderá agir contra a tua própria consciência, se quiseres desprezar indefinidamente este minuto ditoso!

Pastor das almas humanas, desde a formação deste planeta, há muitos milênios venho procurando reunir as ovelhas tresmalhadas, tentando trazer-lhes ao coração as alegrias eternas do reinado de Deus e de sua justiça!

Públio fitou aquele homem extraordinário, cujo desassombro provocava admiração e espanto.

Humildade? Que credenciais lhe apresentava o profeta para lhe falar assim, a ele senador do Império, revestido de todos os poderes diante de um vassalo?

Num minuto, lembrou a cidade dos césares, coberta de triunfos e glórias, cujos monumentos e poderes acreditava, naquele momento, fossem imortais.

- Todos os poderes do teu império são bem fracos e todas as suas riquezas bem miseráveis.

As magnificências dos césares são ilusões efêmeras de um dia, porque todos os sábios, como todos os guerreiros, são chamados no momento oportuno aos tribunais da justiça de meu Pai que está no Céu.

Um dia, deixarão de existir as suas águias poderosas, sob um punhado de cinzas misérrimas. Suas ciências se transformarão ao sopro dos esforços de outros trabalhadores mais dignos do progresso, suas leis iníquas serão tragadas no abismo tenebroso destes séculos de impiedade, porque só uma lei existe e sobreviverá aos escombros da inquietação do homem – a lei do amor, instituída por meu Pai, desde o princípio da criação...

Agora, volta ao lar, consciente das responsabilidades do teu destino...

Se a fé instituiu na tua casa o que consideras a alegria com o restabelecimento de tua filha, não te esqueças de que isso representa um agravo de deveres para o teu coração, diante de nosso Pai, Todo-Poderoso!...

O senador quis falar, mas a voz tornara-se-lhe embargada de comoção e de profundos sentimentos.

Desejou retirar-se, porém, nesse momento, notou que o profeta de Nazaré se transfigurava de olhos fitos no céu...

Aquele sítio deveria ser um santuário de suas meditações e de suas preces, no coração perfumado da Natureza, porque Públio adivinhou que ele orava intensamente, observando que lágrimas copiosas lhe lavavam o rosto, banhado então por uma claridade branda, evidenciando a sua beleza serena e indefinível melancolia..

Nesse instante, contudo, suave torpor paralisou as faculdades de observação do patrício, que se aquietou estarrecido.

Deviam ser vinte e uma horas, quando o senador sentiu que despertava.

Leve aragem acariciava-lhe os cabelos e a Lua entornava seus raios argênteos no espelho carinhoso e imenso das águas.

Guardando na memória os mínimos pormenores daquele minuto inesquecível, Públio sentiu-se humilhado e diminuído, em face da fraqueza de que dera testemunho diante daquele homem extraordinário.

Uma torrente de ideias antagônicas represava-se-lhe no cérebro, acerca de suas admoestações e daquelas palavras agora arquivadas para sempre no âmago da sua consciência.

Também Roma não possuía os seus feiticeiros? Buscou rememorar todos os dramas misteriosos da cidade distante, com as suas figuras impressionantes e incompreensíveis.

Não seria aquele homem uma cópia fiel dos magos e adivinhos que preocupavam igualmente a sociedade romana?

Deveria ele, então, abandonar as suas mais caras tradições de pátria e família para tornar-se um homem humilde e irmão de todas as criaturas?

Sorria consigo mesmo, na sua presumida superioridade, examinando a inanidade daquelas exortações que considerava desprezíveis. Entretanto, subiam-lhe do coração ao cérebro outros apelos comovedores. Não falara o profeta da oportunidade única e maravilhosa? Não prometera, com firmeza, a cura da filhinha à conta da fé ardente de Lívia?

Mergulhado nessas cogitações íntimas, abriu cautelosamente a porta da residência, encaminhando-se ansioso ao quarto da enferma e, oh! Suave milagre! A filhinha repousava nos braços de Lívia, com absoluta serenidade.

Sobre-humana e desconhecida força mitigara-lhe os padecimentos atrozes, porque seus olhos deixavam entrever uma doce satisfação infantil, iluminando-lhe o semblante risonho. Lívia contou-lhe, então, cheia de júbilo maternal, que, em dado momento, a pequenina dissera experimentar na fronte o contato de mãos carinhosas, sentando-se em seguida no leito, como se uma energia misteriosa lhe vitalizasse o organismo de maneira imprevista. Alimentara-se, a febre desaparecera contra todas as expectativas; ela já revelava atitudes de convalescente palestrando com a mãezinha, com a graça espontânea da sua meninice.

 

Introdução do livro: O LIVRE ARBÍTRIO E O MÉRITO DE A GRANDE SINTESE DE JESUS

terça-feira, 17 de setembro de 2013

MARIA DE NAZARÉ


 
O século XX foi anunciado com os pensamentos pessimistas dos filósofos da “morte de Deus”, como Nietzsche (1844-1900) e Feuerbach (1804-1872), que perduraram até o início da Segunda Guerra Mundial e se materializaram em índices jamais vivenciados de dor e desespero. Entretanto, encerrou-se, surpreendentemente, com Deus vivo em todos os censos populacionais realizados no mundo e com um fenômeno registrado por revistas internacionais (“Time” e “Newsweek”) e nacionais, denominado como a Era de Maria.

O indicador mais expressivo foi o aumento significativo dos peregrinos visitando os santuários marianos espalhados pelo mundo. Outros dois fatos relevantes são o número acentuado das denominações regionais de Maria, que pode chegar a dois mil mundialmente, chegando a 300 apenas no Brasil, e a ponte que a figura de Maria está estabelecendo entre as escolas cristãs católicas e protestantes e até com os islâmicos, que também veneram Maria.

Das análises elaboradas para explicar o fenômeno, destacamos a que propõe como causa o desconhecimento da sua vida, propiciando que as gerações possam estabelecer uma visão própria e, principalmente, que reflita os anseios de espiritualidade, em especial ao final do século XX, após tantos sofrimentos. Por Jesus ter antecipado o seu ministério público nas bodas de Caná a seu pedido, Maria é considerada a grande intercessora da humanidade junto a Jesus. Se o Mestre é o sol nas nossas almas, Maria é a lua que reflete Sua luz, na noite dos sofrimentos humanos.

Realmente de Maria pouco sabemos, porque os Evangelhos não são uma biografia de Jesus e, por isso, a parte inicial referente ao Seu nascimento, infância e juventude tem muitas lacunas, deixando espaços vazios que foram preenchidos pelos evangelhos apócrifos (isto é, aqueles sobre cuja autenticidade se têm dúvidas) e, para os espíritas, pelas informações espirituais trazidas através da mediunidade, que igualmente merecem análise visto que dependem das qualidades do médium e do Espírito comunicante.

O interesse por Maria é antigo e vem da igreja primitiva. Após as grandes discussões sobre a natureza divina do Cristo, principalmente na igreja do oriente, onde se falava o grego, uma língua propícia às discussões, pois as palavras podem ter vários sentidos, as atenções voltaram-se para Maria. Como ficaria a mãe de Jesus, considerado Deus, segundo o credo de Niceia?

Surgiram, então, os quatro dogmas marianos.

Em junho de 431, num concílio na cidade de Éfeso, foi definido o primeiro dogma, que é a maternidade divina. Em 641, na catedral de Latrão, em Roma, a virgindade perpétua. Em 1854, a imaculada conceição, isto é, Maria não teria o pecado original, e, mais recentemente, em 1950, a sua assunção, ou seja, a ressurreição no corpo, a exemplo de Jesus. Muitos estudiosos consideram que em Maria foram projetadas as devoções pagãs da grande deusa-mãe. Lembramos que, em 410, os bárbaros de Alarico saquearam Roma, criando uma grande fragilidade na comunidade cristã e um aumento das críticas do paganismo aristocrático que ainda tinha muitos adeptos, embora na época o Cristianismo já fosse religião oficial do Império Romano.

Dogmas à parte, visto não pertencerem ao arcabouço dos pensamentos espíritas, embora respeitáveis simbolicamente, a Maria que os Evangelhos nos apresentam tem uma virtude peregrina que é a humildade, em sintonia com os acontecimentos que envolveram o nascimento do Salvador. Humildade no sentido de saber, embora muito jovem, quem ela é e a sua missão na Terra, expressa na grande afirmação ao anjo Gabriel: “Eis aqui a escrava do Senhor, cumpra-se em mim segundo a Sua vontade.” Como consequência, sentimos uma resignação e devoção a Deus, emoldurando um coração terno de mãe.

Como costume na família judaica da época, Maria foi responsável pela educação de Jesus até por volta dos seus 8 anos, quando então José assumiu este papel. Maria soube educar Jesus para Sua missão, deixando-O livre dos seus projetos e idealizações, muito comum aos pais. Entretanto, gostaríamos de mencionar uma referência do Espírito Humberto de Campos no magnífico livro “Boa Nova” (capítulo 30), da lavra mediúnica de Francisco Cândido Xavier. Conta o autor um complemento do único fato mencionado nos Evangelhos sobre a adolescência de Jesus, quando aos 12 anos perdeu-se dos pais em Jerusalém (Lucas, 2:41-52). Maria, aflita, encontrou-O conversando com os sacerdotes do Templo.

Na ocasião, impressionados com a sabedoria do menino, ofereceram a Maria uma grande oportunidade para uma família pobre: a educação de Jesus no Templo. Entusiasmada com a proposta, comunicou-a ao filho, que, após pensar, respondeu, com sabedoria, que iria permanecer com o pai ajudando-o no trabalho.

Humberto de Campos também esclareceu que Maria morou em Éfeso com o evangelista João, confirmando as visões de uma freira agostiniana chamada Ana Emerik no início do século XIX. Ana adoeceu gravemente e começou a ter visões. Numa delas descreveu a casa de Maria, que ficaria distante três horas de Éfeso, numa colina.

As visões despertaram o interesse do escritor Clemens Brentano, que publicou um livro sobre elas em 1852. Em 1881, um padre francês foi para a Turquia descobrir a casa de Nossa Senhora. Atualmente, é um santuário muito visitado.

Encerramos lembrando as últimas palavras de Maria nos Evangelhos, que soam como uma recomendação fundamental para a humanidade. Nas bodas de Caná exortou os servos a atenderem as orientações de Jesus, exclamando: “Façam tudo aquilo que Ele vos disser.”

 

Boletim Sei 2228

SOBREVIVÊNCIA E INTERCÂMBIO


 
Ressaltam, durante o processo da evolução antropológica e psicológica do ser humano, os processos do intercâmbio espiritual, demonstrando, à saciedade, a sobrevivência do Espírito ao fenômeno biológico da disjunção celular.

Responsável pela aquisição dos implementos orgânicos de que necessita para evoluir, o ser eterno plasma, em cada etapa a que se submete, os equipamentos hábeis para que desabrochem as faculdades que lhe são inerentes, oferecendo campo à sua finalidade.

Antes, porém, de que se conscientizasse desse mecanismo, a morte sempre se apresentou como a cessação do princípio da vida, mergulhando, aparentemente, a realidade na consumpção das formas.

O medo do aniquilamento total, a falta de discernimento entre o real e o mitológico, a predominância do instinto de preservação da espécie levaram o homem primitivo à observação da ruptura brutal da vida, quando surgia avassaladora a força da morte. Sem capacidade para discernir ou logicar, agindo mais por automatismo do que pela razão, a dor da perda de alguém se lhe tornava avassaladora, asselvajada.

Em tal ocorrência, no silêncio da furna em que se refugiava, passou a ser visitado pelos seres que os seus olhos viram diluir-se no silêncio mortuário, e, inevitavelmente, se lhe instalou na alma o pavor ante aqueles que retornavam, tentando comunicação.

Antes disso, porém, no período paleolítico, o culto das pedras foi a forma primária pela qual passou a expressar a sua manifestação inicial de crença, quando procurou representar a efígie humana por meio de seixos, nos quais pintava o próprio ser, toscamente, com linhas primitivas, porém, esquematizadamente.

Logo depois, o processo de evolução do pensamento levou-o a insculpi-lo em barro, osso, madeira e na própria pedra, através de linhas mais bem definidas, logo arrumando-as em torno das fogueiras com que se aquecia.

Originou-se, então, o culto xamanista, e surgiram os primeiros sensitivos que se não davam conta de ser os instrumentos da fenomenologia, que se veio expressar por intermédio do movimento, das quedas de pedras.

Foi um largo pego entre as primeiras manifestações visuais até o momento do contato palpável, no qual foram entretecidas as primeiras comunicações que facultaram o intercâmbio entre as duas esferas da vida, surgindo a ponte da mediunidade para a realização do cometimento.

Nas paredes escalavradas das covas onde se ocultava, ante o crepitar das labaredas devoradoras do fogo, surgiam formas, a princípio vagas, imprecisas, que se foram condensando com o tempo até se transformarem nos fantasmas dos ancestrais desaparecidos, que teimavam em permanecer, embora o pavor estampado na face grotesca do ser humano com quem desejavam manter comunicação.

Tão insistente se tornou esse fenômeno, que a sua inevitabilidade proporcionou-lhe a aceitação receosa de início, para definir-se com o tempo, tornando-se patrimônio da Humanidade.

A observação natural e contínua do sucesso criou instrumentos para fazê-lo suceder, agora por interesse dos visitados, em face da constatação que somente ocorria quando determinados seres do grupo estavam presentes. Essa identificação do mecanismo gerador facultou a seleção daqueles que se faziam intermediários, dando lugar ao surgimento de mais sofisticados cultos, da magia, da feitiçaria - proibida em todas as legislações ancestrais, o que demonstra a sua existência - dos portadores dos recursos que podiam proporcionar tais manifestações.

Imantado aos atavismos antigos, principalmente o pavor do desconhecido, que sempre se apresenta como perigo à segurança do ser, o pensamento, passando pelas etapas de crescimento, deu curso à criação dos mitos como forma de absorver essa realidade que não podia entender.

Desenvolvendo-se em um meio hostil - os fenômenos sísmicos terrificantes, os animais ferozes, os grupos que se antagonizavam, as doenças agressivas e devastadoras, a ausência de alimentação adequada que se apresentava primária como a própria vida — o homem primitivo passou a haurir inspiração e conhecimento nas instruções que lhe passaram a chegar através dessa comunicação com os antepassados.

Mediante pequenas, quase insignificantes sugestões, esses imortais se propuseram a orientar os humanos que permaneciam no corpo, apontando-lhes caminhos que lhes facilitassem a marcha, lhes diminuíssem as penas, socorrendo-os ante os desafios pesados, o que iria proporcionar no futuro, o profetismo, as intervenções miraculosas, o fanatismo e a equivocada submissão aos seres desencarnados, que teriam ficado encarregados de disciplinar e orientar a vida humana, o que ainda permanece em muitas mentes como arquétipo dominante.

Naquele período, era compreensível que o fato sucedesse merecendo aceitação, desde que proporcionando ajuda, até o momento em que o homem adquiriu a razão, o discernimento, dando-se conta que a morte é somente processo de transformação e não de miraculosa sublimação, podendo, então, discernir o que deve ou não aceitar como diretriz emanada do mundo espiritual.

Para alcançar esse patamar de compreensão da legitimidade da vida nos dois planos da existência evolutiva do ser, transcorreram milênios de aprendizado e de observações, até o momento da chegada do Espiritismo com o seu arsenal valioso, igualmente fornecido pelos próprios seres que o constituíram junto a Allan Kardec, o seu Codificador.

Da furna escura, clareada pelas chamas inquietas, aos santuários erguidos para essa finalidade, foi um passo; do silêncio e das sombras onde melhor ocorriam para os recintos equivalentes pelo próprio homem elaborados, também se fez resultado natural da observação, multiplicando-se, à medida que se dava o crescimento mental e social dos indivíduos, para haver a inevitável ocorrência de os mortos passarem a conduzir os vivos.

Na Antiguidade oriental, nos templos suntuosos ou diante das estrelas, as comunicações se processavam sob a evocação dos deuses - que não passavam dos próprios Espíritos que se fizeram respeitar pelas ações desenvolvidas junto aos homens - que se predispunham a atender as solicitações humanas, estabelecendo regras, formalismos, auxílios compatíveis com o entendimento dos consulentes que os buscavam.

Certamente, nem todos aqueles que se vinham comunicar eram portadores da elevação que lhes facultasse orientações saudáveis. Muitos deles, apegados às paixões a que se submeteram antes do túmulo, volviam e impunham as suas vontades caprichosas, violentas e sanguinárias, tornando-se responsáveis pelas hediondas contribuições que perturbaram a marcha do progresso por largo período.

Muito compreensível esse acontecimento, tendo-se em vista também o estágio de consciência em que se encontrava a sociedade, que emergia da tribo para as primeiras experiências da civilização futura, na qual, ainda infelizmente, predominam as tendências dissolventes e os hábitos insensatos, levando-a a retrocessos e recidivas de erros, por meio dos quais galga, a pouco e pouco, os degraus do progresso e da liberdade.

Os historiadores do Oriente como do Ocidente anotaram em páginas ricas de beleza e em fastos emocionantes os acontecimentos de que foram instrumentos ou que lhes chegaram ao conhecimento através do relato das testemunhas autênticas, sobre o intercâmbio espiritual com os homens e os resultados desse labor profícuo, que hoje constitui recurso emulador para a existência saudável na Terra e a certeza do prosseguimento da vida após a morte física.

Xenofonte, no seu Daemon de Sócrates, coloca na boca do filósofo esta informação: "Esta voz profética fez-se ouvir amim em todo o curso de minha vida; ela é certamente mais autêntica do que os presságios tirados dos vôos ou das entranhas dos pássaros: eu chamo-a de Deus ou Daemon. Tenho comunicado aos meus amigos as advertências que recebi. E até o presente, a sua voz jamais afirmou algo que tenha sido inexato."

Mas, não apenas Xenofonte, senão Plutarco, Platão e outros discípulos afirmam as comunicações mantidas pelo sábio com o mundo espiritual.

Confirmando o estágio primitivo de alguns dos comunicantes, refere-se ainda Plutarco ao incidente verificado com Brutus, quando foi defrontado por um Espírito, que lhe informou, peremptório: Eu sou teu anjo mau, Brutus, e tu me verás perto da cidade dos Filipenses", ao que o corajoso guerreiro respondeu: - "Está bem, pois eu ver-te-ei lá".

Posteriormente, perseguidos de forma inclemente por Antônio e Octaviano, Cássio e Brutus, foram derrotados nos campos de Filipos, na Macedônia, no ano 42 a. C.

Sem resistência moral para enfrentar a derrota, incapaz de salvar a República, Brutus atirou-se sobre a ponta de uma lança que o matou, confirmando o vaticínio infeliz do seu anjo mau.

Compreendendo-se que o mundo real é o causal, que o espiritual é o da origem do ser e não da sua consequência, facilmente se entenderá que a demonstração da imortalidade partiu, portanto, da esfera psíquica e não da física, despertando a consciência adormecida no corpo para as finalidades da evolução a que se encontra adstrita.

Possuindo maior visão da realidade e vivendo-a em plenitude, o Espírito pode com maior precisão informar quais são os valores e objetivos verdadeiros que valem a pena ser buscados e cultivados, dando sentido existencial à experiência orgânica, que então se reveste de alta significação psicológica.

O intercâmbio espiritual atingindo, na atualidade, elevadas expressões culturais e científicas, elucida várias ocorrências que permaneciam sombreadas na área do comportamento, da saúde, da religião, do pensamento, ao mesmo tempo oferecendo um imenso elenco de recursos para tornar a existência física mais significativa e atraente, sobretudo, em face da contribuição em torno do sentido de continuidade que a morte não interrompe.

Essa convicção preenche os terríveis vazios existenciais, concitando ao cultivo da beleza, do progresso e do amor na busca da plenitude.

Diante disso, o ser humano deixa de ser joguete de forças absurdas e casuais, que o teriam elaborado e conduzido, para tornar-se o autor consciente das suas realizações, desenvolvendo os valores subjacentes que o exornam e lhe aguardam a contribuição.

A vida, na sua constituição eterna, é todo um continuum que não cessa, tornando-se mais atraente e desafiadora, quanto mais é conquistada e se progride.

O ser humano está fadado à glória do infinito através da sua imortalidade. O sonho em torno do aniquilamento, como mecanismo psicológico de fuga da luta e da realidade, não passa de pesadelo que aturde as mentes que anelam pelo torpor, pelo nada, como recurso de autodestruição capaz de eliminar-lhes a amargura e os conflitos que deram surgimento a esse desinteresse existencial que perde o sentido e sucumbe nas aspirações de vida e de eternidade.

Logo após publicar o seu A Morte de Deus, e fazer que fosse ouvida a voz do louco procurando-O, Nietszche, já anteriormente atormentado, mergulhou sombriamente e em definitivo no abismo da idiotia, desencarnando, menos de um ano após, sem consciência, sem lucidez. De alguma forma, conseguira retratar a própria amargura e descrença, através da personagem infeliz e psicopata que corria para a praça procurando por Deus...

Por sua vez, Heine, que também O combatera sistematicamente, em um pós-escrito no seu livro O Romanceiro, assegurou:

- "Sim, voltei a Deus. Sou o filho pródigo... Há, afinal de tudo, uma centelha divina em cada criatura humana".

Por outro lado, Schopenhauer concluiu: "O mundo físico não é mãe, mas simplesmente a ama do espírito vivo de Deus dentro de nós".

A realidade da sobrevivência do Espírito e do seu intercâmbio com os homens encontra-se ínsita no próprio ser, e os fenômenos exteriores têm como finalidade torná-lo consciente, quando imerso na matéria, a fim de que faça a sua existência mais saudável, otimista, criadora, de forma que possa crescer incessantemente, adquirindo, mediante as experiências novas, os recursos que o capacitem para a evolução que o aguarda.

Tal é a mensagem que, ressaltando de todos aqueles que buscam o comportamento racional da imortalidade e da comunicabilidade dos Espíritos, se encontra ao alcance de quantos se empenhem por tornar a própria existência apetecível, superando os arquétipos destrutivos que lhe remanescem no inconsciente e, às vezes repontam, atormentando com a elaboração das fantasias do aniquilamento e da consumpção da vida.

 

            Joanna de Ângelis

Livro: Dias Gloriosos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

IRREVERSIBILIDADE DO TEMPO


O tempo é irreversível. O minuto que passou não mais retomará, nem aqui nem alhures. Talvez, por isso mesmo, nos mundos felizes ou no espaço absoluto o tempo seja inexistente, e os seres inteligentes vivam o eterno presente.

Dizemos espaço absoluto a fim de tentar um conceito de tempo sem relatividade ou sucessão das coisas que nos liguem à eternidade. É que dentro da eternidade as coisas não se sucedem. Elas são ou estão. Isso é tudo.

O tempo diz respeito a quem está em marcha e percebe que as coisas não são fixas ou permanentes. Eis por que no ser inteligente há ânsia; há busca; há desejo de renovações e estabelecem-se dúvidas ou incertezas. Vive-se ao sabor das surpresas do caminho.

É o caso da felicidade. Somos felizes ou infelizes, até o instante em que percebemos a insatisfação ou por ela somos surpreendidos, ou despertados para a realidade do que efetivamente somos. Julgamos então haver descoberto o nosso equívoco quanto à felicidade que pensávamos haver alcançado, ou concluído que não éramos tão infelizes quanto supúnhamos. E, nesse sentido, quanto mais imperfeito é o indivíduo, maior é a soma de suas insatisfações e menos estável a sua felicidade.

Jesus, o sábio dos sábios, falando com absoluto conhecimento de causa, afirmou perante Pilatos: "O meu reino não é deste mundo." Mas Pilatos, que o sabia inocente, conhecia o veneno do sacerdotalismo organizado de seu tempo, não quis pôr em risco o seu insignificante "reinado", a sua equivocada felicidade, deixando o inocente entregue à sanha dos maus.

Jó, no Antigo Testamento, percebendo o estado miserável em que caiu, exclamou, desolado: "Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra e como nuvem passou a minha felicidade" (Jó, 30: 15).

Com esse introito, desejamos refletir, com os companheiros que nos lerem, a respeito da irreversibilidade do tempo e os vaníssimos propósitos de retardamento da nossa marcha em favor de qualquer presunção de felicidade material, neste mundo-escola em que vivemos graças à misericórdia do Pai...

Somos espírita e, por enquanto, aqui, só para espíritas falamos. Falamos principalmente àqueles que, como nós, um dia se sentiram frustrados diante da pretensa felicidade. O que, na verdade, contribuiu para a formação da convicção de que felicidade é algo que construímos dentro de nós e que nada tem a ver com supostos bens materiais e passageiros.

A bem da verdade, o que intitulamos de felicidade não passa de algum conforto ou bem-estar muito relativo a que não devemos dispensar exagerado apego.

Logo, não compensa retardarmos nossa marcha na direção da eternidade em função da valorização excessiva dos bens materiais deste mundo, diante dos quais nosso papel não deixa de ser de meros administradores. Retardar é perder tempo.

O tempo é irreversível, dissemos. A perfeição que buscamos alcançar pela exercitação diuturna do Evangelho, enquanto acertamos as nossas contas com a justiça divina, conduz-nos direta e ininterruptamente ao gozo dos bens eternos e inconspurcáveis do Espírito. Perder tempo é, pois, obstaculizar a caminhada no roteiro da Luz.

Deus nos outorgou, como espécie de instrumental de alertamento contra possíveis tendências a qualquer descontinuidade na marcha evolutiva, a possibilidade de acompanhar e sentir o espetáculo dramático das dores do mundo, onde, por vezes, somos constrangidos a identificar-nos com algum de seus personagens. Acentua-se-nos, então, a convicção de que o homem é o construtor de seu próprio destino.

Se as dores do mundo são consequência da ignorância moral e espiritual da Humanidade como um todo, surge, em nós, no âmago da consciência, interessante indagação: como ajudar os homens no reconhecimento de sua responsabilidade na mudança de cenário tão desolador?

E se nós espíritas, depositários, pela bondade divina, da Terceira Revelação - instrumento de agilização do processo regenerador do Orbe, deixando-nos influenciar pela aparente presença de "alguns bancos com sombra na estrada do progresso", resolvermos interromper a marcha, a título de descanso oportuno? Quem o fizesse cometeria tão grave equívoco que dificilmente se perdoaria perante o tribunal da consciência.

É preciso retirar o Planeta do caos do materialismo e, para isso, o seu Governador conta com a colaboração, hoje, daqueles que, ontem, fomos, também, instrumentos de erros e destruição. Despertos, agora, do sonambulismo obliterador da consciência, eis-nos convocados para trabalhadores da vinha do Senhor na seara bendita.

Portanto, não nos sentimos à vontade para "fugir" do trabalho ou produzi-lo com menos devotamento, embora possamos fazê-lo, no exercício errôneo do livre-arbítrio. Ele existe e nos pertence como outorga divina, mas sob a condição de respondermos pelo modo como o utilizarmos.

Abrimos o livro "Obras Póstumas", em sua Segunda Parte, e encontramos, na página 299 da 13ª edição FEB, a Comunicação intitulada Minha Volta, que revela ter sido o Codificador informado pelo Espírito de Verdade quanto ao seu retomo ao mundo físico, tempos depois de sua desencarnação: "Não permanecerás longo tempo entre nós. Terás que volver à Terra para concluir a tua missão, que não podes terminar nesta existência" E, desse diálogo, guardamos uma frase que muito nos tem ajudado como alertamento em benefício de nossos próprios passos na condição de espírita, neste mundo. Eis a frase, que colocamos em desta que:

"SE FOSSE POSSÍVEL, ABSOLUTAMENTE NÃO SAIRIAS DAÍ; MAS É PRECISO QUE SE CUMPRA A LEI DA NATUREZA."

Reflitamos: "Se fosse possível, absolutamente não sairias daí." Que isso quer dizer? Significa que o Governo deste Orbe tem pressa! Não fora a necessidade de cumprir-se a lei da Natureza, Kardec não teria desencarnado. Todavia, para fazer face ao interregno forçado voltaria em condições que lhe permitiriam trabalhar desde cedo, isto é, desde a juventude.

O que nos chama a atenção em tudo isso, já o expressamos: o Cristo tem pressa. Ele, mais do que ninguém, conhece, como Governador da Terra, a irreversibilidade do tempo. Ninguém deve perdê-lo em vão, mormente quando se é reconhecido à amorabilidade divina.

Efetivamente, o tempo urge. Sempre o temos afirmado em muitos de nossos escritos.

Desde o instante de nossa estreia nas fileiras da Doutrina-Luz, temos notado os espíritas acenarem, impressionados, para a aurora do Terceiro Milênio. E o Terceiro Milênio aí está a apenas seis anos, na curva ininterrupta do tempo. E, apesar disso, há muitos trabalhadores, dentre os convocados para a Vinha, estacionados à margem do tempo. E o tempo é irreversível...

 

Inaldo Lacerda Lima

Reformador (FEB) Jan 1994

domingo, 15 de setembro de 2013

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL


 
O assunto em pauta tem sido um dos mais discutidos na atualidade, sobretudo quando ocorrem crimes graves praticados por adolescentes, que se incluem na faixa etária de 12 a 17 anos.

No Brasil, as pesquisas mostram que a maioria das pessoas é favorável à redução da maioridade penal, isto é, o criminoso, a partir dos 16 anos, já deveria estar sujeito ao Código Penal e cumprir pena privativa de liberdade nas Unidades Prisionais.

O argumento mais utilizado para a redução diz respeito ao fato de se poder votar a partir dos 16 anos, de forma que, se o jovem tem maturidade para escolher os governantes, também tem noção do certo e do errado e deve sofrer sanções mais graves quando comete delitos. Como o artigo tem o escopo de analisar o tema sob o enfoque espírita, valeria a pena perguntar: que a Espiritualidade superior diz a respeito do assunto?

No livro Atualidade do pensamento espírita, (1) ditado pelo Espírito Vianna de Carvalho, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, há a seguinte pergunta:

[...] A legislação penal aplicável às crianças e adolescentes deve ser idêntica à estabelecida para adultos?

O citado Espírito responde (trechos destacados pelo subscritor deste artigo):

 A criança, que inspira ternura e amor, não obstante o período de infância que atravessa, é um Espírito vivido e quiçá experiente que traz, das reencarnações passadas, as conquistas e os prejuízos que foram acumulados através do tempo. No entanto, a criança e o adolescente, quando delinquem, devem receber um tratamento especial, porquanto o discernimento e a lucidez da razão ainda não lhes facultam a capacidade de saber o que é certo e o que é errado, sendo facilmente influenciados para esta ou aquela atitude.

 Como consequência, devem ser-lhes aplicadas legislações próprias, compatíveis com o seu nível de crescimento intelectual e moral. A preocupação precípua, no entanto, deverá ser sempre a de educar, oferecendo-se os recursos necessários para que sejam evitados muitos dos delitos que ora ocorrem na sociedade ainda injusta.

Quando, porém, acontecer-lhes o desequilíbrio, é necessário que se tenha em mente sua reeducação, evitando-se piorar-lhes a situação, assim transformando-os em criminosos inveterados, em razão da promiscuidade vigente nos Institutos Penitenciários e nos Presídios comuns ora superlotados, e quase ao abandono.

Que resposta notável e profunda! Certamente, reflete a visão da Espiritualidade superior.

Trabalho como magistrado há 15 anos, com execução criminal (cumprimento das penas pelos criminosos com 18 anos ou mais), bem como já trabalhei por mais de sete anos na Área de Infância e Juventude, de tal sorte que compactuo com a visão ofertada pelo Espírito Vianna de Carvalho.

 Entendo que um dos pontos mais relevantes na resposta do aludido Espírito diz respeito à capacidade de o jovem ser mais influenciável por outras pessoas e pelo meio em que vive. Não podemos ignorar que o jovem ainda está na fase de formação da personalidade, o que o predispõe, com mais intensidade, a ser influenciado.

Quando o Espírito é evoluído e já traz, das vidas passadas, conquistas morais positivas, certamente saberá dizer “não” às opções equivocadas que a vida lhe apresente, todavia, como a maioria dos Espíritos reencarnados na Terra ainda traz limites evolutivos e imperfeições morais, muitos se deixam arrastar pelas más influências e não possuem resistência moral para enfrentar dignamente as questões sociais negativas (desemprego, condições sociais injustas, carência educacional, problemas na área da saúde pública etc.).

Dessa forma, é muito grave e pernicioso inserir o jovem delinquente nas Unidades Prisionais superlotadas e relegadas ao abandono, onde ele será facilmente manipulado pelo crime organizado e por criminosos mais perigosos, o que reduz drasticamente a sua possibilidade de reeducação.

Aliás, muitos criminosos já estão captando a mão-de-obra juvenil nas ruas, com a promessa de “dinheiro fácil”. Imaginemos o resultado negativo se colocássemos os jovens, como “presas fáceis”, no interior de uma Unidade Prisional.

Anote-se que não podemos esquecer que o foco principal da pena ou da medida educativa (destinada aos jovens infratores) é a recuperação do indivíduo para que ele possa voltar a viver em sociedade, sem se comprometer novamente com as leis.

Quando se pensa apenas no aspecto “punição”, é natural que a maioria deseje a redução da maioridade penal, porque a internação pelo prazo máximo de três anos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, seria insuficiente para os atos infracionais graves (homicídio, roubo, tráfico de drogas, estupro etc.).

Concordo com a alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente no que se refere ao aumento do tempo de internação, a fim de que o jovem infrator com mais periculosidade possa receber, por mais tempo, um tratamento especial e qualificado, visando sua reeducação e reinserção social. No Estado de São Paulo, a atual Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), que substituiu a Febem, tem prestado relevante serviço à recuperação dos jovens infratores, pois não há superlotação e há profissionais habilitados (assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, professores etc.) para lidar com o jovem, enriquecendo-lhes a vida com valores positivos e éticos.

Para comprovar a eficácia da necessidade de uma legislação especial aos jovens, constata-se que a reincidência nas Unidades Prisionais é muito superior àquela encontrada na Fundação Casa. Registre-se, também, que o endurecimento das penas não reduz criminalidade, como se pode verificar nos países em que, tendo sido adotada a pena de morte, não houve redução dos delitos.

Desejar a redução da maioridade penal é demonstrar conhecimento parcial sobre o assunto. Infelizmente, com frequência externamos nossas vontades, estimulados pela comoção social, e muitas leis são aprovadas e alteradas sob esse grito, revelando-se, oportunamente, ineficazes.

O verdadeiro homem de bem, tocado pelo Evangelho de Jesus, sensibiliza-se com a situação e ora pelas vítimas dos atos infracionais, mas também se preocupa com a recuperação do jovem infrator, dando a sua contribuição pessoal. Como?

Fazendo visitas religiosas às instituições que acolhem os jovens infratores e os criminosos, participando de entidades que amparam os jovens abandonados ou expostos a situações de risco, educando os próprios filhos nas bases do legítimo amor, dando-lhes um direcionamento religioso e moral, entre outras iniciativas.

A sociedade, ao postular a redução da maioridade penal, sob o argumento de que há impunidade aos jovens infratores, quer transferir apenas ao Estado a responsabilidade, mas se esquece de que também deve contribuir para a diminuição da criminalidade, seja juvenil, seja de adultos, dando oportunidades de recuperação ao delinquente, acolhendo-o oportunamente, ofertando-lhe emprego e condições de uma vida minimamente digna, porque o verdadeiro amor, conforme anunciou e viveu Jesus, é aquele que nos leva a fazer ao outro o que desejamos para nós mesmos.

Não nos esqueçamos da exortação elevada do benfeitor espiritual Vianna de Carvalho: “A preocupação precípua, no entanto, deverá ser sempre a de educar”, de forma que há necessidade de se manter uma legislação especial aos jovens.

 

REFORMADOR SETEMBRO 2013

 
 (1) FRANCO, Divaldo P. Atualidade do pensamento espírita. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. 2. ed. Salvador: Leal, 2000. cap. 3.0, Ciências jurídicas à luz do Espiritismo, q. 74.

 

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PRECE PELA MINHA MÃE




Onipotente Deus, que a tua misericórdia se derrame sobre a alma de minha mãe, a quem acabaste de chamar da Terra. Possam ser-lhe contadas as provas que aqui sofreu, bem como ter suavizadas e encurtadas as penas que ainda haja de suportar na Espiritualidade!

 

Bons Espíritos que a viestes receber e tu, particularmente, seu anjo guardião, ajudai-a a despojar-se da matéria; dai-lhe luz e a consciência de si mesmo, a fim de que saia ilesa da perturbação inerente à passagem da vida corpórea para a vida espiritual. Inspirai-lhe o arrependimento das faltas que haja cometido e o desejo de obter permissão para as reparar, a fim de acelerar o seu avanço rumo à vida eterna bem-aventurada.

 

Mãe, acabas de entrar no mundo dos Espíritos e, no entanto, presente aqui te achas entre nós; tu nos vês e ouves, por isso que de menos do que havia, entre ti e nós, só há o corpo perecível que vens de abandonar e que em breve estará reduzido a pó.

 

Despiste o envoltório grosseiro, sujeito a vicissitudes e à morte, e conservaste apenas o envoltório etéreo, imperecível e inacessível aos sofrimentos. Já não vives pelo corpo; vives da vida dos Espíritos, vida essa isenta das misérias que afligem a Humanidade.

 

Já não tens diante de ti o véu que às nossas vistas oculta os esplendores da vida no Além. Podes, doravante, contemplar novas maravilhas, ao passo que nós ainda continuamos mergulhados em trevas.

 

Vais, em plena liberdade, percorrer o espaço e visitar os mundos, enquanto nós rastejaremos penosamente na Terra, à qual se conserva preso o nosso corpo material, semelhante, para nós, a pesado fardo.

 

 Diante de ti, vai desenrolar-se o panorama do Infinito e, em face de tanta grandeza, compreenderás a vacuidade dos nossos desejos terrestres, das nossas ambições mundanas e dos gozos fúteis com que os homens tanto se deleitam.

 

A morte, para os homens, mais não é do que uma separação material de alguns instantes. Do exílio onde ainda nos retém a vontade de Deus, bem assim os deveres que nos correm neste mundo, acompanhar-te-emos pelo pensamento, até que nos seja permitido juntar-nos a ti, como tu te reuniste aos que te precederam.

 

Não podemos ir onde te achas, mas tu podes vir ter conosco. Vem, pois, aos que te amam e que tu amaste; ampara-nos nas provas da vida; vela pelos que te são caros; protege-nos, como puderes; suaviza-lhes os pesares, fazendo-lhes perceber, pelo pensamento, que és mais ditoso agora e dando-lhes a consoladora certeza de que um dia estareis todos reunidos num mundo melhor.

 

 Nesse, onde te encontras, devem extinguir-se todos os ressentimentos. Que a eles, daqui em diante, sejas inacessível, a bem da tua felicidade futura! Perdoa, portanto, aos que hajam incorrido em falta para contigo, como eles te perdoam as que tenhas cometido para com eles.

 

Assim seja.

Seu filho amado

A CARIDADE É EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE HUMANA


A caridade, quando exercida com elevação moral, nada tem de humilhante. Constitui um modo de ajudar, de socorrer, de amparar aqueles que se encontram no infortúnio. Nem sempre a caridade se exprime pelo óbolo. Nem sempre significa esmola, ainda que a aparência induza a semelhante suposição. Ainda que a Terra fosse um planeta sem problemas econômicos, isto é, na qual todas as criaturas humanas pudessem dispor de recursos pecuniários para não passarem qualquer privação, mesmo assim a caridade teria campo para se exercer. Encontramos em “O Evangelho segundo o Espiritismo” a mensagem de “Um Espírito Protetor”, que assim se manifesta: “Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero e as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome do Altíssimo: “Eu era como sois; sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora, sou feliz.” Aos velhos que vos disserem: “É inútil; estou no fim da minha jornada; morrerei como vivi”, dizei: “Deus usa de justiça igual para com todos nós; lembrai-vos dos obreiros da última hora.” Às crianças, já viciadas pelas companhias de que se cercaram e que vão pelo mundo, prestes a sucumbir às más tentações, dizei: “Deus vos vê, meus caros pequenos”, e não vos canseis de lhes repetir essas brandas palavras. Elas acabarão por lhes germinar nas inteligências infantis e em vez de vagabundos, fareis deles homens. Também isso é caridade.” Poderíamos desdobrar os conceitos relativos à caridade, seus aspectos diversos e seu grande alcance como obra de fraternidade e solidariedade. Só os países muito contaminados pelo sentimento materialista, presas do egoísmo e da ambição perniciosa, é que desprezam a caridade, reputando-a ofensiva à dignidade do homem. Assim o seria se o esmoler não for animado de sentimento verdadeiramente cristão e se aquele que recebe o óbolo faz profissão de pedinte quando poderia perfeitamente lutar pela própria subsistência.

Há quem diga que fazer caridade é dar esmola. Não é propriamente isso. Fazer caridade é pôr em ação o sentimento fraterno que há de levar a Humanidade, um dia, a alcançar toda a significação da recomendação do Mestre: “Amai-vos uns aos outros.” Se o que dá esmolas o faz por exibicionismo ou por orgulho, a fim de patentear a sua superioridade econômica, deslustra a essência e o objetivo moral da caridade. Admitir-se que pertençam a essa categoria todos os que exercem a caridade, é cometer grave injustiça. Pensar-se também que a esmola humilha a quem a recebe, é erro. Tudo depende do ânimo de quem a dá e de quem a recebe. A caridade bem exercida nunca é humilhante. Verifica-se hoje, quando o materialismo e o egoísmo estendem mais os seus tentáculos, que o exercício da caridade vai sendo apontado como antigalha. Os que a combatem, muitas vezes, mal escondem o desprazer que sentem de tirar do bolso uma moeda que não lhes faz falta à pecúnia acumulada, mas lhes deixa a impressão de um desfalque obsessivo. Quando cessarem os desequilíbrios sociais, que agravam os desequilíbrios econômicos, a esmola material poderá extinguir-se. Todavia, a esmola espiritual jamais desaparecerá da face da Terra, enquanto o nosso planeta não alcançar a redenção final.

Dizer-se que o mundo de hoje não é mais o mundo da caridade implica desconhecer a situação geral em que se debate a Humanidade. O ato de dar um auxílio seja ele material ou moral, físico ou espiritual, é um ato de solidariedade humana. Num mundo de provações, como o em que estamos vivendo, é mister compreender os imperativos da lei de causa e efeito, da lei do retorno, para se analisar melhor as razões do sofrimento e da miséria. A Terra é um mundo em franco período de depuração. É preciso, porém, que todos aqueles que já puderam conhecer os problemas da vida humana e sua relação com a vida espiritual, através da Doutrina Espírita, colaborem sistematicamente para que essa obra se acelere. A miséria é um reflexo da imperfeição humana. À medida que o homem for obtendo maior esclarecimento espiritual e procedendo de acordo com os preceitos cristãos propagados pelo Espiritismo, mais eficiente será o combate à miséria.

A religião que mais profundamente compreendeu o alcance social e moral da caridade foi o Espiritismo, ao interpretar em seu legítimo sentido a palavra do Cristo. Em vez de proclamar que “fora da Igreja não há salvação”, o Espiritismo adverte que “Fora da caridade não há salvação”, porque caridade é expressão de amor ao próximo, é definição do “Amai-vos uns aos outros”. No ambiente espírita, a caridade tem força legítima, porque os seguidores da nossa Doutrina não compreendem se deva deixar uma criatura à mingua de auxílio, para que não se presuma cobri-la de humilhação por lhe dar uma esmola! Esclarecer quem está desorientado; acalmar quem se encontra aflito; guiar quem se encontra perdido; amparar quem esteja caindo; levantar quem esteja tombado; aconselhar quem esteja em rumo incerto ou errado; abrir os olhos de quem se mostra cego à realidade, tudo isso é amor, tudo isso é caridade.

Compreender e interpretar a caridade como uma demonstração sincera de solidariedade humana, será, pois, agir em função do progresso espiritual. O Espiritismo está realizando sua grande obra fraterna, “incutindo nos homens o espírito de caridade e de fraternidade”, diz “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

 

Boanerges da Rocha (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Outubro 1958