sexta-feira, 27 de setembro de 2013

FIÉIS, HONESTOS E SINCEROS.


 
O Cristo de Deus sempre utilizou grandes missionários para fazer progredir, no mundo, a sua obra divina. E cada vez que um deles abençoou, com a sua excelsa presença, a Humanidade terrena, aqui deixou, ao regressar aos seus pagos celestes, não somente nova sementeira de luzes imortais, senão também a fecunda inspiração dos seus exemplos edificantes, capazes de suscitar discípulos e imitadores, em favor da continuidade do trabalho do bem. Os revérberos de sua brilhante claridade espiritual permanecem por muito tempo na atmosfera do orbe, suprindo de algum modo o vazio deixado por sua ausência na crosta planetária. Antes, porém, que esses revérberos esmaeçam, outras grandes almas esplendem de graça divina no cenário do mundo, a atestar a riqueza infinita do Criador e o poder amoroso do Cristo.

Pela sublimal elevação que nos revelam e pelo bem que nos fazem, esses grandes tarefeiros de Jesus merecem de todos nós o mais profundo respeito, a mais acrisolada gratidão e todo o amor que sejamos capazes de lhes oferecer. O que eles não merecem é que façamos deles bandeiras de discórdia e que lhes usemos indebitamente o nome e o trabalho para tentar desacreditar instituições, movimentos e pessoas. O que eles positivamente não merecem é que procuremos usar-lhes a bondade e a presença para procurar colocá-los como recurso ou alternativa mais alta contra companheiros de ideal e suas organizações mais responsáveis. E, sobretudo, o que eles não merecem é que lhes exploremos antecipadamente a desencarnação, para fomentar, desde já, o descrédito generalizado dos que permanecerão a postos, no campo das lutas terrenas, instigando desacordos, inconformidades, dissenções e separatismos.

É muito natural que seja dolorosa para nós a expectativa do regresso, aos Céus, de algum servidor do Mundo Maior, que esteja em serviço reencarnatório sobre a face da Terra. Dor de saudade antecipada, precoce sensação de perda de um convívio que ainda não merecemos seja permanente. Jamais, porém, presságio de caos, de irremissível desorganização das estruturas terrestres da obra divina, como se o poder de Deus, do Cristo e de Ismael, e a boa-vontade sincera dos lidadores humanos de boa-fé, nada valessem.

O próprio Mestre Divino, após legar-nos o seu Evangelho de Amor, ausentou-se do chão planetário, deixando a sua mensagem aos cuidados dos seus Apóstolos, que também, cada qual por sua vez, partiram deste mundo. Estêvão, Paulo e a gloriosa Mãe Maria de Nazaré, também retomaram, um dia, às regiões etéreas de onde provieram. Assim Francisco de Assis, assim Vicente de Paulo, assim Kardec... Nenhum deles transferiu a ninguém a sua própria tarefa, por ser isso impossível. Não se herda nem se lega dons espirituais ou responsabilidades da alma!

Apesar disso, o plano divino jamais deixou de ser cumprido, mais depressa ou mais devagar, conforme as circunstâncias, porém nunca deixou de progredir. Não há de ser agora, neste fim de milênio e diante de uma nova era, de importância vital para a Humanidade, que a desencarnação de um missionário, por maior que ele seja, combalirá o Movimento Espírita da Pátria do Evangelho. Realmente, os homens podem, sob o influxo de Inteligências malignas, fazer de quaisquer nomes e de quaisquer obras motivos de animosidade e perversão, como fizeram até mesmo com o nome e com o Evangelho do próprio Senhor Jesus-Cristo. Isso, porém, só voltará a acontecer se, embora iluminados pelas luzes do Celeste Consolador, não conseguirmos ser, como de nós se espera, servidores do bem, fiéis, honestos e sinceros.

 

Editorial

Reformador (FEB) Junho 1978

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