terça-feira, 3 de novembro de 2009

A EVOLUÇÃO DOS CONHECIMENTOS

Revelar é tornar conhecido um fato, uma parte da verdade antes desconhecida.

Revelar é tornar conhecido um fato, uma parte da verdade antes desconhecida, ou uma manifestação da Natureza, que antes era observada mas de que não se conhecia a causa.
Em um mundo atrasado, como a Terra, habitado por seres imperfeitos que necessitam evoluir nos sentimentos como nos conhecimentos, as revelações de natureza moral e as de caráter intelectual são essenciais, proporcionadas pelo Criador através de suas leis perfeitas e eternas.
A progressão da população terrena, constituída por Espíritos em diferentes estágios evolutivos, embora lenta, é constante e contínua, como se pode observar pela comparação de períodos históricos separados pelos séculos e milênios.
Todas as ciências, que tornam conhecido aquilo que se achava oculto na Natureza, fazem revelações que vão enriquecendo o patrimônio crescente das humanidades que, por sua vez, se renovam continuamente com a encarnação e a reencarnação de seres encaminhados a este mundo, de acordo com as leis divinas.
A Física, a Química, a Astronomia, a Medicina e todas as demais ciências, aumentaram os conhecimentos humanos, que podem ser considerados revelações.
Ao lado do saber de ordem científica, ligado aos elementos materiais, alinham-se os conhecimentos de natureza espiritual.
Toda revelação, seja no campo da matéria, seja no do espírito, os dois elementos do Universo, representa sempre um aspecto da Verdade, sua característica essencial.
No decorrer dos séculos e dos milênios, os homens, auxiliados pela Espiritualidade superior, têm retificado muitos de seus conhecimentos científicos, filosóficos e religiosos tidos como verdadeiros, mas contraditados por novas concepções.
É a verdade que se impõe, substituindo o que fora anteriormente admitido como fatos, mas que não foram confirmados como realidades.
São muitos os exemplos das mutações de conceitos, ideias, pensamentos e definições, considerados e aceitos como corretos, por outros que os substituíram, por encerrarem concepções verdadeiras.
Assim ocorreu com os conceitos tradicionais de matéria, oriundos das filosofias aristotélica e escolástica, que se modificaram inteiramente, quando a Ciência moderna chega à conclusão de que a matéria, em todas as condições sob as quais se apresenta, é sempre uma forma de energia concentrada.
Nos domínios das religiões e das crenças, as transformações das ideias são profundas, com a interferência da Espiritualidade para as retificações necessárias, na medida em que os homens se apresentam em condições de aprender e entender o que lhes é desconhecido.
Nesse sentido, há exemplos de transformações radicais nas concepções humanas que, do politeísmo dominante por muitos milênios, passaram à crença verdadeira no Deus único, trazida pela revelação mosaica e confirmada pelo Cristo.
Desse modo, as revelações ocorrem tanto no âmbito das ciências quanto no das doutrinas religiosas e filosóficas, uma vez que elas são auxílios superiores a serviço do progresso das criaturas que, por suas próprias limitações, não conseguiram evoluir sem o auxílio do Criador, que designa seus missionários para transmiti-las aos homens.
No que se refere às religiões e à fé, as revelações particularizam-se especialmente com a moral e com as coisas espirituais, muito mais difíceis de serem compreendidas e vivenciadas pelos homens, já que independem dos sentidos físicos e da inteligência.
Não foi por outro motivo que o Cristo se preocupou mais com os ensinos morais do que com os de natureza científica.
Além disso, Jesus utilizou,muitas vezes, em suas lições e exemplos, linguagem figurada e simbólica, apropriada ao melhor entendimento aqueles que o ouviam, tendo em vista a dificuldade que tinham para a percepção das verdades que lhes eram transmitidas.
As diversas religiões tiveram seus reveladores, que auxiliaram na compreensão parcial da verdade por elas divulgada, apropriada à época e aos povos aos quais pertenciam.
A existência de várias crenças religiosas, cada qual com seus reveladores, demonstra que elas não estão isentas de erros e enganos. Representam, sim, fases do progresso, lei divina que impulsiona a evolução, desde que acolhidas as retificações necessárias.
Em nosso mundo de expiações e provas, as crenças religiosas, benéficas por um lado, por outro têm sido utilizadas para o domínio de populações e para a satisfação de ambições injustificáveis, gerando conflitos entre elas.
As revelações podem ser verdadeiras, confiáveis, definitivas, como também podem ser incompletas, parciais e sujeitas a modificações futuras.
As que emanam de Deus, como as que o Cristo transmitiu à Humanidade, quando de sua excepcional missão, há dois mil anos, têm o caráter essencialmente divino da verdade.
As revelações de Jesus, constituídas por seus ensinos e exemplos, de acordo com suas próprias palavras, foram complementadas pelo Consolador que Ele prometeu enviar, com autorização do Pai, o qual já se encontra no nosso mundo, desde os meados do século XIX. É o Espiritismo, a Doutrina Consoladora.
Esse importante conhecimento dos tempos atuais, denominado também Terceira Revelação, sucedendo às revelações mosaica e do Cristo, deu-nos as informações sobre o mundo invisível, que sempre existiu, mas do qual os homens não tinham noções precisas, nem das leis que o regem, nem as suas relações com o nosso mundo físico.
A natureza dos seres que o habitam é o Espírito imortal, ou seja, o estado do próprio homem após a morte do corpo físico.
A Revelação Espírita é, ao mesmo tempo, divina e científica, uma vez que sua iniciativa foi da Espiritualidade superior, prometida por Jesus e autorizada por Deus, para que os homens fossem esclarecidos acerca de verdades e realidades que eles desconheciam e que não poderiam alcançar por si mesmos, sem a cooperação e as instruções dos Espíritos superiores.
Por outro lado, seu caráter científico se deve ao fato de que, tanto os Espíritos que a transmitiram, à frente o Espírito de Verdade, quanto os que a receberam – o Codificador e os intermediários adredemente reparados para os trabalhos (médiuns) – não estavam dispensados das árduas tarefas da observação, da pesquisa, do confronto com o que já era conhecido, do raciocínio lógico e do livre exame do que era transmitido.
Além disso, a Doutrina Espírita não foi imposta pelos Espíritos à crença cega, mas deduzida pelos homens que a receberam, especialmente o seu Codificador, preparado anteriormente para a observação, o estudo e as comparações dos fatos.
Desse modo, a elaboração da Doutrina obedeceu ao método experimental e, tal como nas ciências positivas, não estabeleceu qualquer teoria preconcebida.
A existência dos Espíritos, do perispírito, da lei da reencarnação e de todos os princípios doutrinários são fatos comprovados pela observação rigorosa.
Assim como a Ciência da Terra tem como objetivo o estudo de tudo que se refere à matéria, o Espiritismo busca o conhecimento das leis que regem o princípio espiritual.
Sendo a matéria e o espírito os dois elementos do Universo, a Ciência e o Espiritismo se completam e se apoiam reciprocamente. Mas o conhecimento de tudo que se refere à materialidade tinha que vir antes do que diz respeito à Espiritualidade, porque a matéria é que mais diretamente impressiona os sentidos físicos do Espírito encarnado.
A comunicação entre os seres dos dois mundos, o material e o espiritual, produz conseqüências de grande importância, uma vez que nas diferentes Esferas Espirituais está o futuro que espera todos os que vivem na Terra, após a morte do corpo físico.
As revelações que vieram das relações entre os dois mundos acarretaram grandes mudanças nas crenças, nos hábitos e nos procedimentos humanos, já que O homem pode saber, com segurança, o que o espera após a morte do corpo.
O conhecimento do Espiritismo tem, pois, extrema importância para todos os povos, interessando a todas as nacionalidades, a todas as classes sociais e a todos os cultos religiosos, pelos esclarecimentos que oferece sobre a vida futura, principalmente quando se reconhece o estreito relacionamento entre os ensinamentos morais de Jesus e as verdades e realidades da Doutrina Consoladora.
[...] mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas. (S. João, 14, 16; S.Mateus, 17.)1

Juvanir Borges de Souza
Reformador Novembro 2009
1KARDEC, Allan. A gênese. 52. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 1, item 26.

Nenhum comentário:

Postar um comentário