quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

JESUS E OS MONTES


"E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte..." (Mateus, 5:1)

Em seu período apostolar pela Terra, Jesus apresentou-nos a figura dos montes como um referencial a ser buscado e vencido.
Ao lecionar aos discípulos sobre o poder da fé, lembra-os que se a tivessem do tamanho de um grão de mostarda seriam capazes de transportar os montes. [1]
O espírito Eurípedes Barsanulfo [2] afirma: "O carreiro carnal é sempre uma experiência de alto risco para quem deseja atingir as cumeadas da montanha das bem-aventuranças. Recordando-nos do Mestre, constataremos que Ele venceu os três montes que O desafiaram: O Tabor, onde se transfigurou esplendente de beleza diante de Moisés e Elias, que vieram reverenciá-lO, bem como dos discípulos que ainda não tinham dimensão da Sua grandeza. Foi o monte da comunhão espiritual no seu sentido mais elevado. O outro, foi aquele no qual Ele cantou as bem-aventuranças, revolucionando os códigos de ética, de economia e de moral vigentes na sociedade, abrindo horizontes novos para o entendimento dos valores espirituais. E por fim, o Gólgota, onde, aparentemente vencido, triunfou, imortal, colocando a ponte para a perpétua comunhão de todas as criaturas com o Pai. No primeiro, Ele desvelou-Se, no segundo estabeleceu as diretrizes do amor, e, no terceiro, viveu todos os ensinamentos que enunciou."
Ao estudar-se a revelação no Tabor [3], princípios básicos da Doutrina Espírita tais como evolução espiritual, comunicabilidade dos espíritos e reencarnação estarão ali referenciados. Interessante notar também nesta passagem a fidelidade dos discípulos Pedro, João e Tiago, que presenciaram a magnífica cena e atenderam ao pedido do Mestre, para que não divulgassem para os outros o que acabavam de assistir, pois a hora ainda não havia chegado. Ficamos a pensar se estivéssemos no lugar dos discípulos... será que conseguiríamos guardar o segredo, ou já na descida do monte, a língua coçaria e espalharíamos a novidade?
Segundo Gandhi, o sermão do monte é a mais bela página da humanidade. Por si só preservaria os patrimônios espirituais humanos, ainda que se perdessem os livros sagrados de todas as religiões. Ele, que não se dizia cristão, conhecia, e além disso, vivenciava as bem-aventuranças que os cristãos desconhecem. Humildade, consolo, mansidão, justiça, misericórdia, pureza, paz, estímulo, amor, cumprimento da lei e tantos outros ensinos ministrados nesse monte sintetizam com sabedoria a Doutrina de Jesus.
A tragédia da cruz no Gólgota, assinalou a história dos tempos futuros, como o momento de hediondez humana, que se repetiria, sem dúvida, através de outros nefastos acontecimentos. A humanidade infeliz, vítima da ignomínia, tentou silenciar a Verdade que viera para libertá-la, método infame utilizado pela covardia para retardar o próprio progresso. Sempre porém, haverá oportunidade para o homem arrepender-se e recomeçar. [4]
Jesus passou incólume pelos três montes que O desafiaram. E você, como tem se portado diante destes mesmos montes? Em nossa vida na Terra, passamos também pelo Tabor, pelo monte das bem-aventuranças e pelo Gólgota.
No Tabor a revelação... desvelamo-nos, mostramo-nos quais somos... passamos por este monte no período da adolescência.
No monte das bem-aventuranças, as diretrizes do amor... passamos por este monte na madureza, quando criaturas despertas do móvel de nossas vidas, possuímos a certeza do que nos compete realizar.
No Gólgota o triunfo... a única certeza da vida, nossa desencarnação.
"O Espírito reencarnado em tarefa libertadora sempre será chamado ao testemunho nos montes onde problemas equivalentes o aguardam: no primeiro, deve dar a conhecer o objetivo a que se dedicará; no segundo, cabe-lhe traçar as linhas de comportamento que adotará, e no terceiro, vivê-las até o momento final com equilíbrio e abnegação. Não é demasiado, porque nunca faltará o apoio indispensável ao êxito, que procede do mundo espiritual vigilante e ativo. Eis porque, iniciada a tarefa na seara, ninguém deve olhar para trás." [2]

Fonte: Jornal Mundo Espírita

Referencias
[1] Mateus 17:20.
[2] FRANCO, Divaldo Pereira, Tormentos da Obsessão, ditado pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, Ed. LEAL.
[3] Mateus 17:1-13.
[4] FRANCO, Divaldo Pereira, Até o fim dos tempos, ditado pelo espírito Amélia Rodrigues, Ed. LEAL.
Fonte: Jornal Mundo Espírita – março/2003

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