Infelizmente, a maioria dos eleitores do “não” é composta de cidadãos honestos, de boa-fé, que não têm o menor interesse em portar armas, mas se sentem no dever de apoiar aqueles que produzem, comercializam e portam armas de fogo, por acharem abusivo o desarmamento ou verem nisso providência inócua ou paliativa.
O desarmamento não vai revolucionar a sociedade brasileira, não vai transformá-la em paraíso, mas pelo menos diminui a oportunidade de pessoas morrerem e se ferirem. Só isso já justifica o “sim”.
Do ponto de vista espírita e cosmoético, o voto pelo “sim” se mostra o mais adequado:
(1) É o que melhor se compatibiliza com o mandamento: “Amarás o outro como a ti mesmo”;
(2) É o que melhor homenageia o direito à vida;
(3) É o que melhor resguarda o direito do reencarnado à execução do projeto reencarnatório;
(4) É o que melhor evita o reencarnado com porte legal de arma — em momento de descuido — se influenciar por obsessores e fazer qualquer besteira de que depois vai se arrepender;
(5) É o mais prático: não podendo ter arma em casa, o cidadão se poupa de futura encrenca para ele e para os demais e inibe a indústria de armamento.
Argumentos razoáveis e instingantes – colhidos de ponderáveis doutrinas jurídicas e religiosas – favoráveis à guerra justa (legítima defesa nacional) e ao porte de armas (legítima defesa individual) sempre existirão.
A questão é saber se eles são benéficos à evolução espiritual de todos nós. O discurso da legítima defesa oxigena a cultura belicista da humanidade. O direito ao porte de armas significa atraso na escalada evolutiva da humanidade.
O direito do porte de armas em vez de assegurar o exercício da legítima defesa propicia mais condições para tragédias acontecerem, porque aumenta as chances de haver danos físicos em função de contendas e acidentes.
Muitos assaltantes ficam mais nervosos ainda quando percebem que a vítima possui arma de fogo.
A proibição do comércio de armas diminui a circulação de armas. É um avanço.
Hidemberg Alves da Frota
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