sábado, 13 de novembro de 2010

LEI DE CAUSA E EFEITO

Já enunciava Galileu: “A toda ação corresponde uma reação igual e contrária”, principio este que foi incluído por Newton no seu Tratado de Mecânica Física como sendo a terceira lei.

Há ainda um axioma que nos diz: “Não há causa sem efeito, não há efeito sem causa” o que significa que nada existe em vão no Universo. Ora, posto isso, a causa é uma ação e o efeito a reação do ato.

Evidentemente, sendo uma lei universal, ela tem que abranger todos os fenômenos que aconteçam dentro do espaço cósmico que nos contém.

Desde 1088, a equipe de Palomar, instalada com o segundo observatório astronômico Keck II a 4150m de altitude, na cratera do extinto vulcão Mauna Kea, no Havaí, vinha observando a ação de forças estranhas que atuavam sobre a poeira cósmica em torno da estrela Alfa Centauro, forças essas que, sem dúvida, seriam as responsáveis pela formação planetária em si.

A partir desses estudos, Sten Odelwal comenta em sua obra “ A Teoria do Nada” que o Universo é constituído de 23% de energia cósmica – a mesma que Newton chamou de fluido cósmico universal (FCU) – e 73% de nada, comparando o espaço sideral a um tanque cheio de espuma, onde, na verdade, a massa que o enche é mínima; a maioria é de bolhas, dando ainda o conceito do “peso sem massa”, ou seja a força oriunda deste domínio e que seria responsável pela estruturação do Universo.

Amit Goswami, físico indiano da Escola de Bose, conclui que este domínio seria o correspondente à Espiritualidade e esta, portanto, passaria a ser a causa da existência do nosso Universo, pulsante e anisotrópico.

Seu estudo corrobora as pesquisas de Murray Gell Mann à frente do fermilab (acelerador de partículas) da “Stanford University” quando, fazendo um pósitron (anti-elétron) chocar-se com um elétron, concluiu que os mesmos teriam “vontade própria”, ou seja, que estas partículas só podiam ser comandadas por um agente estruturador (mais tarde conhecido como frameworker) estranho ao domínio energético. Isto pode justificar a formação das mesmas a partir da ação deste agente externo sobre a energia cósmica fundamental que, por si só, não pode se alterar.

Neste caso, os aludidos agentes seriam os respectivos princípios espirituais das aludidas partículas, evidentemente, com as características correspondentes às mesmas.

Desta forma, a causa da existência dos corpos siderais estaria explicada, faltando, apenas esclarecer qual seria a da existência do próprio Universo, incluindo os ditos agentes que, segundo as religiões, seu grande culpado seria Deus, sem maiores explicações, transformando tal assertiva em dogma, ou seja, algo que não se explica, mas aceita-se como princípio, por pura crença.

Deus, como causa de tudo, seria o que a Ciência considera como sendo o “Agente Supremo” cujas características são ignoradas por falta total de informações a seu respeito. Assim, evidentemente, como não há efeito sem causa, tal “agente desconhecido ” é algo compatível com o Universo e jamais poderia ser representado pelos deuses religiosos, em si, antropomórficos e exclusivamente compatíveis com a formação humana.

Todavia, cabe lembrar que a figura de Deus foi idealizada pelos povos primitivos que tinham a Terra como centro de tudo e que os demais astros é que giravam em nosso entorno, motivo pelo qual até a Bíblia comete o terrível erro de julgá-lo como sendo um Ser semelhante a nós, com sentimentos, erros e virtudes humanas.

Por esse motivo, a Ciência não aceita a tese religiosa embora admita a existência de algo que esteja acima de tudo e que tenha uma sabedoria cuja mente humana seja incapaz de imaginar.

Quando ao Deus religioso – cada Religião tem o seu individual –, ele é fruto, segundo a Psicologia, da necessidade que a criatura tem em se apoiar num Ente capaz de protegê-lo contra o desconhecido, que é a própria vida.

Kardec, em Gênese, nos diz que, quando apelamos para Deus é um Espírito amigo que vem em nosso socorro. Evidentemente, do mesmo mo do que um diretor geral de uma empresa envia um seu auxiliar para resolver os problemas de seus operários, também, a Causa Suprema da existência do Universo não teria condição de se restringir aos problemas humanos em seu grande atraso existencial.

Enfim, o Universo existe por algum motivo que a mentalidade humana não pode compreender e, para tal, existe um motivo para tal que também é inteiramente ignorado já que nem se sabe a extensão do Universo, quanto mais como e porque teria surgido.

Num estudo teonômico, portanto, o assunto não poderia ser ignorado, já que a idéia principal gira em torno do aspecto divino da criação que se opõe ao racionalismo ideológico da lógica para a qual é fundamental que toda causa seja compatível com seu efeito. E vice-versa.

O que se pode concluir, portanto que esta causa não corresponde aos deuses das respectivas religiões porque a verdade é única e cada crença tem seu Deus exclusivo que só protege os seguidores das mesmas.

E finalmente, a esperança de que, algum dia se possa entendê-Lo é tão remota quanto o conhecimento da origem e do começo de existência do nosso Universo, bem como o porquê dessa existência.

Carlos Imbassahy – obra E... Deus Existe?

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