sábado, 5 de novembro de 2011

CASOS DE EVIDÊNCIAS DE REENCARNAÇÃO


 Durante estada para compromisso doutrinário na Inglaterra, entramos em contato com informações sobre um caso de lembrança de vida passada que tem despertado atenções da mídia britânica.

 Trata-se do menino Cameron Macaulay, de seis anos, residente em Clydebank, Glasgow (Escócia). Este menino passou a comentar sobre outra mãe, mais velha, as paisagens de outra localidade que ele chamava Isle of Barra (Escócia), a 160 milhas de distância de sua cidade, e a descrever outra moradia. Seria uma casa branca, com três banheiros, e da janela de seu quarto teria visão para o mar. Sua mãe Norma declarou: “Ele fala de seus antigos parentes, como seu pai faleceu, e de seus irmãos e irmãs”. Norma, de início, pensou que se tratasse da imaginação infantil, mas quando o menino passou a frequentar a escola, os comentários e informações diferentes de seu contexto de vida começaram a preocupar principalmente seus professores. Estes entraram em contato com a família de Cameron. Os episódios deixaram a família atônita. Continuaram a surgir detalhes e o menino comentava que sua antiga família era religiosa, diferente da atual. Relatou sua mãe Norma:

 “Ele também falou sobre um grande livro que utilizava para ler, e sobre Deus e Jesus. [...] Nós não somos uma família religiosa, mas sua família de Barra era”. Na sequencia, ocorreram consultas a profissionais da saúde, culminando com a indicação de um deles para que a família de Cameron procurasse um profissional que trabalhasse com casos similares.

 Foi quando fizeram consultas com o psicólogo Jim Tucker, de Virgínia, conforme comentou a Sra. Norma Macaulay: “Ele se especializou em reencarnação e tem pesquisado outras crianças”. Este último profissional assumiu a orientação do caso, recomendando à família que realizasse registros das observações de Cameron, culminando com a viagem, realizada em fevereiro de 2006, à Baía de Cockleshell, próxima a Glasgow. Ao chegarem a Isle of Barra – a  localidade citada pelo menino –, desconhecida de todo o grupo familiar, depois de algumas buscas infrutíferas, receberam a indicação do Hotel onde poderia haver uma casa branca junto a uma baía, que teria pertencido à família Robertson. Ao chegarem com Cameron ao local indicado, surpresos, passaram a constatar os informes relatados pelo menino. Colheram dados sobre os antigos proprietários, entre os quais se incluía uma senhora já falecida. Nas pesquisas subsequentes encontraram fotos que coincidiam com informações dadas por Cameron, sobre um automóvel preto e um cão preto e branco. Outro fato interessante relatado pela mãe: “Quando pergunto-lhe qual era seu nome antes, ele responde: É Cameron.

 Ainda sou eu”.

 Esse caso mereceu reportagem de página inteira de autoria da jornalista Yvonne Bolouri, no periódico londrino The Sun – “The boy who lived before”–, Londres, 8/9/2006, p. 38-39), e documentário no programa de TV “Five on Monday”, no dia 18/9/2006.

 Curiosamente outro episódio, transcorrido na Inglaterra nos anos 90, vem à tona na atualidade, em virtude do lançamento no Brasil do filme e DVD “Minha Vida na outra Vida”. Este filme é inspirado num fato real e foi adaptado do livro As Crianças de Ontem (Yesterday’s Children), depoimento da britânica Jenny Cockell, nascida em 1953 e que, em 1990, começa a ter visões da sua última encarnação nos primeiros anos da década de 30. Surgem detalhes de seu relacionamento, como Mary, com os antigos filhos e o difícil marido. Mary desencarnou em 1932, em decorrência de parto e, pelo fato de seu marido ser alcóolatra e violento, em desespero, o filho mais velho entregou os irmãos a um orfanato dedicado à adoção de menores. Jenny Cockell, intrigada com as visões, mas contando com a cooperação de seu marido e do filho adolescente, procurou apoio de profissionais da saúde e recebeu a orientação para a averiguação dos fatos. Dirigiram-se à cidade da Irlanda, que via nos sonhos e descrevia aos familiares, e passaram a procurar os locais a que ela se referia e também a família dos anos 30. Depois de minuciosa procura em registros e entrevistas com pessoas mais idosas, acabaram localizando o filho mais velho de Mary, o mais ligado a ela, agora na faixa dos 70 anos.

 Vários episódios das visões de Jenny foram constatados e facilitaram as identificações, a partir das entrevistas com o surpreso e assustado filho mais velho de Mary.

 Em seguida, foram localizados os demais filhos de Mary, restabelecendo-se contatos entre os irmãos já envelhecidos, separados após as adoções que se seguiram à morte da mãe.

 O depoimento de Jenny Cockell é surpreendente e contribui para os estudos sobre evidências de reencarnação. No filme, produzido nos Estados Unidos, com algumas alterações de finalidades comerciais, Jenny é interpretada pela atriz Jane Seymour. Este filme tem valor também histórico, pois pela primeira vez um filme retrata um caso real de reencarnação (www.dvdversatil.com.br).

 Os dois casos recentes da Grã-Bretanha se somam a milhares de outros estudados em várias partes do mundo, relacionados com memória de vidas anteriores e marcas de nascimento. Nos anos 70, o Dr. Hemendra Nath Banerjee (1929-1985), da Índia, se destacou neste tipo de pesquisa. Em seguida, notabilizou-se o Dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia (EUA), autor de inúmeros artigos e de vários livros, inclusive de Reencarnação e Biologia: Uma Contribuição à Etiologia das Marcas e Defeitos de Nascimento (Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects, Praeger Publishers, 1997) com 2.080 páginas e em dois volumes.

 Em nosso país, Hernani Guimarães Andrade (1913-2003) também se dedicou ao estudo de casos que sugerem reencarnação e publicou a obra Reencarnação no Brasil (O Clarim, 1988).

 As questões de O Livro dos Espíritos, no item “Esquecimento do passado” (cap. VII, Parte Segunda) deixam claras as razões para o  esquecimento, mas esclarecem que “[...] muitos sabem, o que foram e o que faziam” (questão 395) e alertam: “Algumas vezes, é uma impressão real; mas também, frequentemente, não passa de uma mera ilusão, contra a qual precisa o homem pôr-se em guarda, porquanto pode ser efeito de superexcitada imaginação” (questão 396). No capítulo VIII (questão 455), ao comentar sobre os fenômenos do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista, o Codificador chama a atenção para estas vias de obtenção de informações:

 “Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto. [...]”

 O protocolo de pesquisa e o trabalho dos estudiosos sobre reencarnação preveem a separação das várias situações e influenciações para se identificar os que realmente passam a ser casos sugestivos ou evidências de reencarnação.

 Sem dúvida, os casos constatados de vidas passadas representam uma das situações em que se projeta luz para a melhor compreensão da alma humana.

 Reformador Fev.07

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