segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

EM DEFESA DA VIDA

Pena de Morte - I
Matar criminosos não resolve: eles não morrem.
Seus corpos descerão à sepultura, mas eles, Espíritos imortais, seguirão vivos e ativos, pesando negativamente no ar que respiramos.
E muitos poderão voltar piores do que foram.
O problema da criminalidade alimenta-se do egoísmo social, da exacerbação dos conceitos materialistas de vida, da deseducação e do desamparo das multidões ignorantes e carentes, que se revoltam contra os desníveis da fortuna e os exemplos irresponsáveis de corrupção, exibicionismo e desperdício.
Sem que essas causas letais sejam removidas, será inútil e contraproducente o apelo a falsas soluções de violência punitiva, cujo efeito será apenas o agravamento das vinditas e o favorecimento a erros judiciais irreparáveis. Para quem não ama a vida que tem, e odeia os seus semelhantes, a ameaça de morte só faz aguçar-lhe a ferocidade e o desespero.
A função diretiva dos Governos, em todos os níveis de autoridade, não pode ser a de implacáveis carrascos vingadores. Cabem-lhes, sim, as responsabilidades de prevenir e" combater o crime, conter e recuperar os criminosos, minorar as carências sociais, provendo educação e assistência para todos.
Será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um Estado homicida e uma Justiça assassina, para viabilizar a paz social através da crueldade e do desforço.
O "não matarás" continua sendo lei divina, cujo descumprimento trará sempre, inevitavelmente, as mais desastrosas conseqüências.
E não adianta matar o corpo de um Espírito imortal, que somente o amor legítimo e fraterno pode transformar para o bem, a felicidade e a paz.
Transcrito de "Reformador", pág. 290, outubro de 1981

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