“Os pecados de alguns homens são
notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros, só mais tarde se
manifestam.” - Paulo – I Timóteo, 5:24
Errar
não compensa. Acontece que a ignorância, indubitavelmente, favorece o erro e,
para que ela desapareça do mundo, teremos muito “pano para manga”. O maior
ideal nosso deve ser a busca da instrução por todos os meios e a procura da
educação por todos os métodos.
Só os
Espíritos superiores não erram, mercê de seu saber especulado na Terra. Eles já
percorreram todos os caminhos e palmilharam todos os roteiros, reunindo, aqui e
ali, as experiências necessárias para atingir o grau evolutivo que
conquistaram. A idade deles é avançada, no campo do saber universal. Mas em se
tratando dos homens na Terra, ainda existe muita estrada para percorrer e,
nessas estreitas vias, é errando que se aprende, é aprendendo que se ilumina
para a libertação espiritual.
Nós só
erramos por ignorância. Uns são menos culpados, por lhes faltarem os primeiros
albores da compreensão, que é a teoria. Outros têm maiores culpa, pois conhecem
a teoria, ignorando apenas a prática e, por isso, não encontram forças para
colocar em função o que realmente sabem. São mais culpados, mas em parte, são
também ignorantes.
Um
estudante de medicina – a não ser os que cursam os últimos anos – conhece a
arte de curar, puramente na teoria, ignorando a prática, que é outra dimensão
do conhecimento. Somente quando começa a viver o drama do clínico abalizado é
que a ignorância começa a desaparecer da sua contextura intelectual.
Portanto,
há dois tipos de saber que livram o ser da força do carma: o teórico e o
prático.
Enquanto
os dois não se unirem, a alma ainda sofrerá, debatendo-se nos difíceis caminhos
do mundo à procura da perfeição. Quando o Espíritos é portador destas duas
linhas de entendimento, começa a libertar-se, tornando-se Espírito puro, Senhor
do carma e do destino.
Todavia,
não há benção especial para nenhum filho de Deus. Todos têm as mesmas
oportunidades, no vasto campo evolutivo da vida. As diferenças que se encontram
nas almas, são os diferentes estados evolutivos de cada uma, pois é da lei que
na recua perante o progresso.
Queiramos
ou não, estamos andando para frente.
Nós
não percebemos, com a sensibilidade que temos a vertiginosa velocidade da Terra
em torno do Sol, e o movimento de “pião” em torno de si mesma. Ainda assim, ela
gira, obedecendo às leis mecânicas que muitas vezes escapam à compreensão
humana, por ser oriunda de Deus, que labora na natureza para a perfeição da
iluminação dos Espíritos. A nossa consciência dos mecanismos das leis quase não
existe, por nos faltar qualidades. A evolução, porém, vai nos conferindo,
paulatinamente, meios de observação, e aí nos compete sentir os princípios da
verdade maior, e sustentar uma fé mais pura, que possa encarar todos os
raciocínios, frente a frente, no dizer de Allan Kardec.
Todos
nós somos devedores. Isso é notório, mas nem todos pagamos ou recebemos dívidas
na mesma época. Uns já liquidaram, outros estão pagando agora e outros ainda
irão saldar depois, mas todos passam pelos mesmos processos da contabilidade
divina, métodos estatuídos por Deus, para a evolução das criaturas.
Há
almas que erram a vida toda na carne, sem serem chamadas em juízo na Terra, no
céu ou em si mesmas. E é esse caso que suscita, em muitos, a revolta pela vida
ou contra Deus, revolta cujo móvel único é a ignorância. Aquele que pensa
ludibriar a lei, que aparentemente está sendo protegido pela sorte, é o mais
desfavorecido, por não possuir evolução bastante para suportar os contrastes
nos campos operacionais da consciência. São, na verdade, crianças, razão por
que a Inteligência Divina não lhes colocou fardos pesados nos ombros, pelo fato
de serem frágeis. No tempo certo, a lei da reencarnação tomará conta das suas
artimanhas e selecionará todos os seus problemas, trazendo-os ao envelope do
corpo quantas vezes forem necessárias.
As
faltas dos Espíritos que são logo corrigidas é por tratar-se de almas com as
medidas cheias de iniqüidades, almas mais velhas, cujo início de resgate já
começou a operar, e todo erro sempre lhes traz conseqüências desastrosas. Esses
Espíritos estão sendo chamados para o arrependimento de tudo o que fizeram e
encontrando oportunidades para se desfazerem do mal que causaram aos outros.
A prática
do mal, durante muito tempo, encheu a taça do coração, levedou a massa divina
do Espírito e perturbou, por completo, as fibras mais íntimas da alma. Essa,
estando prejudicada, interessa-se por desfazer tudo isso, nas condições
oferecidas pelo carma. Esses Espíritos são chamados para saldarem as dívidas no
banco universal da consciência divina, em completa associação com a própria
consciência.
Sejamos
complacentes para com os que erram tolerantes para com aqueles que nos ofendem
e sejamos persistentes no bem.
Não
vamos nos perturbar com as vantagens e desvantagens dos outros, pois cada um
tem o seu dia, a sua oportunidade.
“Os
pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de
outros, só mais tarde se manifestam.”
Capítulo
do livro “O Reino de Deus”
Pelo
Espírito Miramez / Médium João Nunes Maia
Editora
Fonte Viva
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