terça-feira, 13 de abril de 2010

DOIS RICOS DESENCARNADOS DISPUTAM A POSSE DE RIQUEZA


“A influência das pessoas presentes, contribui com alguma coisa?
R. Quando há incredulidade, oposição, podem nos incomodar muito; gostamos bem mais de fazer nossas provas com os crentes e pessoas versadas no Espiritismo; mas não quero dizer que a má vontade poderia nos paralisar completamente.”
Allan Kardec, O livro dos médiuns, Cap. V – q. 99;4

Curioso caso ocorreu em determinada noite quando, contrariando os procedimentos habituais da equipe de médiuns, logo que um Espírito se manifestou com queixas e reclamações através de um dos médiuns, outro “incorporou” em outro membro da equipe e passaram a se falar, trocando acusações.

Apesar do inusitado, tal coisa acontecia, sem nenhuma dúvida, com o consentimento e supervisão dos orientadores espirituais da equipe. Todos se postaram de acordo com o que exigia a situação, deixando ao dirigente encarnado a incumbência de intermediar o litígio, cuja origem era uma caixa que supostamente continha valores e que cada um dos litigantes reclamava para si, acusando o outro de furto.

Deixou-se a conversa entre os dois prosseguir por alguns minutos, enquanto o dirigente tomava conhecimento dos detalhes através desse diálogo pouco amigável, ao mesmo tempo que lhe vinham à mente, por intuição dos mentores, as linhas gerais do caso.

Em momento oportuno o dirigente interveio e pediu silêncio aos dois, solicitando a ambos que respeitassem o local e as pessoas presentes, e que se explicassem com mais calma, após ouvi-lo. O orientador encarnado recebeu a intuição de “confiscar” provisoriamente a caixa e informar aos dois tal procedimento, até que se apurasse a quem de fato aqueles valores pertenciam.

Os dois envolvidos concordaram com o suposto confisco, e consentiram em refletir sobre a própria situação. Foi-lhes recomendado olhar em volta, com atenção, ouvir o que se dizia, procurar reconhecer o ambiente e, finalmente, a descrever o que percebiam.

Mencionaram que o ambiente embaçado se iluminava um pouco mais. Pediu-se a eles que prestassem mais atenção por que logo pessoas amigas se aproximariam para falar-lhes.

Aos poucos foram percebendo sua condição de desencarnados e vendo, cada vez mais claramente, o ambiente em que estavam. Chegaram a comentar a presença de muita gente doente. Foram esclarecidos de que o local era uma espécie de pronto-socorro espiritual que atendia a eles naquele momento e também a outros que igualmente sofriam, mesmo que de outros males.

Finalmente, foi perguntado a eles se queriam a caixa de volta. Olharam para um ponto fora do alcance de nossos olhos, e perguntaram porque a caixa se transformara em algo como lama. Explicamos que se tratava de uma fixação mental que ambos alimentaram por longo tempo, em disputa por algo que ficara na Terra.

Um tanto constrangidos, agradeceram e despediram-se acompanhados de enfermeiros da Espiritualidade que os encaminhariam aos locais de recuperação e esclarecimento de que necessitavam.

Eis um ótimo exemplo do quanto podemos ser enganados pelos desejos e ambições que carregamos conosco pela vida afora. Um objeto, algo que prezamos muito enquanto estamos na Terra, uma jóia ou coisa assim, torna-se real e relativamente permanente na vida extra-física.

Daí a importância do desapego aos bens materiais, sejam objetos ou valores, mesmo pessoas, pois tudo que é material é também transitório, apesar de podermos criar na vida no Invisível praticamente tudo que prezamos, na condição de fixação mental.

Livro: Casos e Experiências com a Mediunidade Paulo R. Santos

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