sexta-feira, 9 de abril de 2010

FLAGELOS E CALAMIDADES


Ultimamente nossa cidade tem presenciado o efeito da destruição pelas forças da natureza tornando-se mais presente as perguntas:
Por que isso ocorre?
Qual o motivo de tanta destruição e dor?

Há muito tempo este período em que vivemos " início de 3º milênio " vem sendo motivo de vaticínios e previsões catastróficas. Algumas delas tão exageradas que anunciam o apocalipse ou "fim dos tempos".

É claro que não é esse o caso, afinal de contas hoje vemos nosso planeta como uma das "moradas da casa do Pai" como nos ensinou Jesus, e que não é a terra "o mundo" por excelência, mas apenas um dos mundos, dentre os inumeráveis existentes no universo infinito, que se constitui em exílio de expiação e provas, onde tantos espíritos filhos de Deus que por aqui têm de passar algum tempo.

Entretanto, de fato temos presenciado a ocorrência de eventos que afligem muitas cidades, levando o medo e o pavor a tantas pessoas. São de natureza das mais diversas, como terremotos; maremotos; tornados, furacões; tempestades e vendavais de todas as proporções.

Para dimensionar as calamidades dos nossos tempos não podemos deixar de associar aos eventos citados algumas situações que na realidade são delas decorrentes; como as enchentes e a devastação. Situações essas que acabam por deixar sempre muitas pessoas desabrigadas.

O assunto nos chega todos os dias pelas notícias do jornal e da televisão, comovendo-nos a todos. Ultimamente, entretanto, nossa cidade e região têm visto estas situações pela janela de casa, no momento em que ocorrem. E quando saímos em nossa própria rua, temos presenciado o efeito da destruição trazida pelas forças da natureza; tornando-se mais presente as perguntas: Por que isso ocorre? Qual o motivo de tanta destruição e dor? Não é uma injustiça?

Para a apreciação deste tema, necessário se faz recorrermos ao capítulo VI do Livro dos Espíritos, que trata da Lei de Destruição, onde Kardec fez os mesmos questionamentos. Em primeiro lugar devemos lembrar que a "destruição" do ponto de vista físico da Terra constitui-se sempre em "transformação", pois os elementos naturais não se perdem, havendo sempre uma mudança para uma posterior reorganização, tal como ensinava Lavoisier " o pai da química moderna: "na natureza nada se perde ou se cria; tudo se transforma".

Da mesma maneira ensina-nos a questão 728 do L.E. proposta por Kardec: É lei da Natureza a destruição? R: "Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos."

Remete-nos as questões seguintes à observação de que o instinto de preservação nos acompanha sempre para buscarmos preservar a vida e para que não a abandonemos antes do prazo previsto; porém a sabedoria divina conhece sempre quais são as necessidades de cada um e qual é o tempo que cada espírito dispõe.

Especialmente a respeito das catástrofes da natureza, as questões 737 a 741 são esclarecedoras. Em síntese, podemos classificar que os sofrimentos que observamos são de natureza material, pela perda de bens; de natureza moral, pela humilhação e dependência a que se submetem os flagelados; ou de natureza física; pelas dores, ferimentos e até a morte do corpo.

Tudo isso, entretanto, pela análise dos espíritos superiores, são preocupações passageiras e constituem provas normais do espírito encarnado. Pelas mesmas provas passará com confiança e galhardia um espírito resignado e amoroso, enquanto sofrerá e mais e resistirá à mudança um que tenha o coração endurecido e orgulhoso. Assim, pela própria natureza das pessoas as provas aparentemente iguais se tornam diferentes para cada um, assumindo as necessidades próprias para cada caso.

Por isso que uma tragédia que provoque o desencarne de dois seres como os exemplificados, de comportamentos diferentes, não significa a mesma prova para ambos. Provavelmente nem se verão em seguida, pois enquanto um poderá permanecer por algum tempo nas dores que motivaram o desencarne, agarrado aos escombros materiais, outro mais evoluído poderá nem perceber fisicamente o que houve, posto que mais desprendido das coisas materiais.

Demonstram-nos, ainda, que a destruição na realidade só ocorre de nosso ponto de vista mais precário e imediato, uma vez que o objetivo de toda a vida material na terra é a evolução do espírito, este sim, ser eterno e objetivo da criação Divina. Não será, portanto, esta ou aquela prova passageira que possa consistir em obstáculo, ao contrário, aliás, as provas classificadas como catástrofes ocorrem temporariamente de maneira necessária ao re-equilíbrio das forças da natureza necessárias à nossa vida.

Necessário é fazermos uma referência especial aos flagelos que são agravados pela ação humana. Não podemos fugir à responsabilidade pelos desequilíbrios que estão sendo causados pela emissão de poluentes; pela ocupação irresponsável de encostas; pelo acúmulo de lixo nas fontes e reservatórios; pela falta de permeabilidade do solo nas cidades e muitas outras coisas que tem ocasionado enchentes; secas; devastações e outros males à natureza.

O que podemos concluir é que a Natureza Divina ajusta os nossos caminhos às necessidades causadas diariamente pelos desregramentos humanos. Individual ou coletivamente estaremos diante das provas que nos são necessárias ao nosso ajustamento e aprimoramento.

Cumpre-nos trabalhar e confiar, seguindo o conselho de Emmanuel:

"Se crês em Deus, por mais te ameacem os anúncios do pessimismo, com relação a prováveis calamidades futuras, conservarás o coração tranqüilo, na convicção de que a Sabedoria Divina sustenta e sustentará o equilíbrio da vida, acima de toda perturbação".

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