O sono é o repouso do corpo, mas o espírito não tem necessidade de repouso. Enquanto os sentidos estão entorpecidos, a alma se liberta em parte da matéria e goza de suas faculdades de espírito.
O sono foi dado ao homem para a reparação das forças orgânicas e para a reparação das forças morais. Enquanto o corpo recupera os elementos que perdeu pela atividade da vigília, o espírito vai se retemperar entre outros espíritos; ele haure no que vê, no que ouve, e nos conselhos que lhe são dados, idéias que reencontra, ao despertar, em estado de intuição; é o retorno temporário do exilado à sua verdadeira pátria; é o prisioneiro momentaneamente libertado.
Mas ocorre, como para o prisioneiro perverso, que o espírito nem sempre aproveita esse momento de liberdade para seu adiantamento; se ele tem maus instintos, em lugar de procurar a companhia dos bons espíritos, procura a dos seus iguais e vai visitar os lugares onde pode dar livre curso às suas tendências.
Aquele que está compenetrado desta verdade, eleve o seu pensamento no momento em que sentir a aproximação do sono; faça apelo aos conselhos dos bons espíritos e daqueles cuja a memória lhe é cara, a fim de que venham se reunir a ele, no curto intervalo que lhe é concebido, e ao despertar se sentirá mais forte contra o mal, mais corajoso contra a adversidade.
Prece: Minha alma vai se encontrar por um instante com os outros espíritos. Que aqueles que são bons venham me ajudar com seus conselhos. Meu anjo guardião, fazei com que, ao despertar, conserve deles uma impressão durável e salutar.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec. Capítulo XXVIII, itens 38 & 39
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