sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

COISA IGUAL NÃO TE ACONTEÇA

Por um momento esperei
Não tivesse acontecido,
Ou não tivesse passado
Naquele beco alongado
Como o sonho mais comprido...

Por um momento não quis
Acreditar isso fosse,
Quer dizer, não fosse sono,
Mas o confuso abandono
Que simples queda me trouxe...

Nada vi, não senti nada,
Naquele vácuo-segundo,
Em que fui, deixei de ser,
Não podia mais me ter
E nada tinha do mundo!

Deslizava como sombra,
Uma sombra ébria, soturna:
Vultos estranhos dançavam,
Como folhas que esvoaçavam
Naquela visão noturna!

Mais tarde, sem despertar,
Antevendo simplesmente,
Entendi que Dona Morte
Com a foice em rápido corte
Me interrompeu bruscamente!

Valoriza mais teus dias!
Coisa igual não te aconteça
Em meio da vida, amigo,
Como aconteceu comigo,
Tonto de alma e de cabeça!

Ruy Apocalypse
Livro Mais Vida - Chico Xavier

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