Quem se nega a conceder o perdão, decerto não teve, ainda, tempo para se deter, um pouco mais, na vida e analisar a beleza do conteúdo dessa palavra mágica e o que ele representa, no contexto dos ensinamentos que emolduram os princípios basilares do comportamento humano.
O perdão traduz um coração que pulsa e vibra, de acordo com a ordem cósmica, conjugando-se ao equilíbrio necessário, para atingir a perfeição. Sua grandeza será, tanto maior, quanto mais intensa for a ofensa recebida.
Seus efeitos resultam, sempre, em amor e paz, porque serenam ânimos exaltados e aproximam, pelos sentimentos, aqueles que se separam, pelo ardor das paixões doentias.
No itinerário que se percorre, da emersão das trevas para a luz, o perdão será passagem obrigatória e, quem não atingiu, se encontra, ainda, nos pródomos da espiritualidade, quase na escuridão. Envidemos, pois, esforços, para cultiva-lo, porque, de modo contrário, não sairemos do lugar, onde nos encontramos. É preciso compreender que, sem perdão, cessam as melhores perspectivas de progresso, para o Espírito.
Chegar às fronteiras do perdão, representa, talvez, para o ser humano, a mais substancial de todas as conquistas, dentre as quais terá de efetuar, para vencer a imensa distância que se interpõe entre o bem e o mal. Apenas, ao transpô-la, é que se poderá alcançar outros sentimentos, também, elevados, reveladores da ascensão da alma e sem os quais não existirão dias felizes. O perdão delimita duas etapas distintas da existência: aquela, onde prevalece o ódio e só produz dor, e uma outra, na qual predomina o amor, e só causa alegria.
Tribuna Espírita - Janeiro e Fevereiro de 2000
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