sábado, 20 de fevereiro de 2010

PEQUENAS DIFICULDADES E SIMPLES SOLUÇÕES

Reuni aqui neste capítulo alguns questionamentos que fizeram parte de minha iniciação quando dos primeiros contatos com o Espiritismo e a mediunidade. As respostas aqui assinaladas foram aquelas que me aliviaram a consciência e me tranqüilizaram quanto ao exercício da mediunidade. São simples questionamentos e respectivas respostas que podem ser úteis àqueles que se encontram iniciando o contato com a mediunidade.

1. Aos que sentem influências psíquicas espirituais e não sabem o que fazer e como vencer a dificuldade.
Em todos os casos de suspeita de influência espiritual as recomendações básicas são: procurar uma pessoa conhecedora do assunto, ou um Centro Espírita, para esclarecer-se; utilizar-se da oração nos momentos de aflição; ler sobre o assunto e não considerar que é loucura ou simples imaginação. Para vencer a dificuldade é preciso ter paciência e tranqüilidade evitando que o medo tome conta da consciência.

2. O que fazer com a mediunidade quando não se quer exercê-la institucionalmente.
É um equívoco pensar que a mediunidade só pode ser psicologia e mediunidade exercida na tarefa de esclarecimento a entidades desencarnadas e num Centro Espírita. Quando a mediunidade for um incômodo e não se queira exercitá-la da forma convencional, deve-se buscar outras formas de uso que aliviem a tensão provocada pelo inconsciente aberto devido à sua manifestação. Antes de encontrar aquelas formas é necessário e imprescindível que se a conheça.
Estudá-la em primeiro lugar. Aconselho a que se inicie pela leitura de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. Após isso, algumas possibilidades são indicadas abaixo.
a) Dedicar-se a uma atividade, profissional ou não, na qual o aconselhamento a terceiros faça parte;
b) Dedicar-se a uma atividade de cura, a exemplo do passe, do Reiki, massagem terapêutica, etc.;
c) Participar de grupos de ajuda mútua, a exemplo das Organizações Não Governamentais (ONGs) que visem a solidariedade e a paz social;
d) Praticar a meditação, levando a sério suas próprias intuições;
e) Fazer retiros espirituais, visando entrar em contato com sua natureza essencial;
f) Participar de trabalhos terapêuticos em grupo a fim de conectar-se ao sentido principal de sua vida.
Independente dessas formas, que são uns poucos exemplos dentre muitos, a pessoa poderá, se o quiser, preparar-se em algum Centro Espírita para dar passes, estudar a mediunidade ou mesmo, aos poucos, desenvolvê-la em grupos adequados.

3. Como lidar com o desejo de comunicar-se apenas com Bons Espíritos e com o chamado “Anjo de Guarda”.
Caso você se enquadre nesta categoria, isto é, seja um dos que só querem se comunicar com espíritos bons, não se esqueça de que existem todos os tipos de pessoas desencarnadas. Mesmo só querendo se comunicar com os bons, você está cercado de outros que não o são e que podem também querer estabelecer contato com você. Querer se comunicar apenas com os bons pode significar que você ainda se relaciona com o espiritual para obter vantagens. Não se esqueça de que ´seu´ “Anjo de Guarda” é uma das representações do que de bom existe em você, o qual deve ser buscado.

4. Como lidar com a vontade de ter uma mediunidade precisa e a inveja de quem a tem.
A mediunidade é aquisição do Espírito e, de acordo com a intensidade, significa dedicação ao longo de várias encarnações.
É preciso se dedicar a ela com afinco. Possuir uma mediunidade precisa confere ao médium responsabilidade para colocá-la a serviço da própria evolução e da comprovação da imortalidade da alma. Por outro lado, ter uma mediunidade tão ampla, coloca o médium em contato muito intenso com o espiritual, o que exige maturidade a fim de lidar com as invasões psíquicas decorrentes.
Portanto, para realizar aqueles desejos é preciso estudo, dedicação, seriedade, humildade e paciência.

5. Como compreender a si mesmo estando em sintonia com os espíritos e com a vida material simultaneamente.
É preciso que o médium se perceba como espírito imortal e, como tal, deve realizar-se, independente do trabalho que executa com sua mediunidade em favor do Espiritismo. O trabalho espírita não é o meio de realização pessoal, mas uma das dimensões da vida do médium, que deve conter outras dimensões de realização.
O médium deve levar uma vida normal como qualquer outro ser humano sem precisar se considerar um missionário da humanidade.
O exercício da mediunidade não deve ser mais importante do que as demais atividades da pessoa em sociedade. O médium deve estabelecer uma relação com os espíritos, de tal forma, que haja mútuo interesse pelo autodesenvolvimento pessoal. psicologia e mediunidade.

6. Como enfrentar uma crise existencial na qual o exercício da mediunidade se encontra em cheque.
As crises existenciais são momentos importantes para o Espírito, nas quais ele tem a oportunidade de tomar decisões fundamentais para sua evolução. Todo ser humano enfrenta crises na vida, principalmente após a meia idade. Não deve o médium pensar que seria diferente para com ele. Suas crises são como as de todo ser humano. O exercício da mediunidade sendo colocado em cheque significa pouca consistência em sua inserção nos seus propósitos pessoais e espirituais na vida. É necessário que o médium entenda o significado do exercício da mediunidade na sua realização pessoal. Seria importante que ele entendesse que sua vida espiritual engloba sua vida material, sendo esta última seu grande e atual campo de realização.

7. Como trabalhar mediunicamente estando com desejo de fazer sexo.
A atividade sexual do ser humano é ocorrência comum aos espíritos, não sendo algo que lhes seja desconhecido. O estado emocional do médium é o que é relevante no momento do exercício institucional da faculdade. Deve o médium, de acordo com suas possibilidades e condições de vida, realizar seu desejo, avaliando as influências que acarretarão em sua mente emocional de forma a que não o atrapalhe no exercício da mediunidade. É melhor que a atividade sexual seja realizada e adequadamente satisfeita a fim de que não se apresente como obstáculo ao exercício pretendido, quer seja pela fixação mental do ato durante o serviço mediúnico ou pela repressão indevida.

8. Como ser médium e resolver o medo dos espíritos.
O medo no contato com os espíritos é natural e decorre do instinto de autopreservação. O médium deve ter consciência de sua imortalidade e de que os espíritos desencarnados não podem fazer o que querem. Tampouco costumam pôr em risco a vida de seus médiuns. A melhor maneira de reduzir o medo é enfrentando-o com determinação e confiança em Deus. Entendendo que os espíritos são pessoas tão comuns como o próprio médium, talvez ele diminua seu medo na medida que for se conscientizando da falibilidade e fragilidade deles. É importante que o médium não atribua tanto poder aos espíritos desencarnados.

9. Como lidar com o deslumbramento decorrente do contato com os espíritos.
É comum ao médium iniciante, ao receber boas e elogiosas comunicações dos espíritos, deslumbrar-se e achar que é um privilegiado.
Não sabe ele que esse fato pode ser o começo de uma grande e solitária responsabilidade. É importante que o médium se conscientize de que é um intermediário dos espíritos e que a qualidade do que recebe, embora tenha sua contribuição, deverá ser submetida ao juízo crítico de pessoas mais experientes, para sua própria segurança. Para lidar melhor com o deslumbramento, deve o médium sempre submeter a outrem as comunicações que recebe.

10. Como lidar com aquelas pessoas interessadas em obter mensagens de desencarnados, que não sabem que isto independe do médium.
É muito importante para o médium que ele seja transparente no exercício de sua mediunidade. Deve sempre que necessário esclarecer às pessoas sobre como funcionam as comunicações dos espíritos. Dizer-lhes que não se tem o domínio sobre a vida dos espíritos e que, mesmo que queiram se comunicar, nem sempre o conseguem. A quem lhe pede, recomendar paciência e explicar a importância da oração em favor da pessoa desencarnada, dando a entender que o ciclo dela na Terra já se findou. Fundamental é terse a humildade de admitir a incapacidade de obter o que se pede devido ao livre arbítrio dos espíritos e, quando for o caso, a depender das restrições do tipo de mediunidade que se possui. psicologia e mediunidade.

11. Como lidar com a obsessão mesmo sendo um médium experiente.
Todo médium, por mais experiente que o seja, está sujeito à obsessão por conta das influências espirituais a que está exposto.
É aconselhável a todo médium, de tempos em tempos, trocar experiências com outros, mesmo que exerça sua faculdade há muito tempo. O exercício prolongado da mediunidade, como o de qualquer atividade humana, leva a um padrão típico (rígido) de fazê-lo. É possível que esse padrão, se não percebido, leve a atitudes que podem se tornar extemporâneas e inconvenientes por causa da evolução da sociedade. Aqueles comportamentos são válidos num cenário cultural de uma época e podem ser desnecessários num novo contexto social. Tudo se transforma na natureza e com o exercício da mediunidade não pode ser diferente.
Submeter-se a um processo de análise psicoterapêutica faz bem a qualquer pessoa, mas se o médium experiente não o fizer, poderá valer-se de freqüentes diálogos com pessoas tão experientes quanto ele. É só ter um pouco mais de humildade.

12. Como lidar com espíritos que desejam comunicar-se e cuja produção seja intelectualmente inferior.
Quando o médium verificar, após submeter sua produção a pessoas mais experientes, que se trata de algo de qualidade inferior, deve dialogar com os espíritos que com ele se comunicam orientando-lhes para que amadureçam mais as idéias que pretendem passar a fim de que se tornem mais adequadas ao meio que pretendem atingir. Deve sempre ser transparente com eles e estar preparado para não postergar a decisão de parar com o exercício, se for o caso.

adenáuer novaes

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